O objetivo é a “modernização das Forças Armadas”, com o Exército a testar em três semanas, nos 67 hectares do campo militar de Santa Margarida, em Constância, (Santarém), 32 soluções tecnológicas consideradas como “militarmente relevantes” em diversos sistemas, sendo de destacar 12 experimentações com sistemas aéreos não tripulados (drones), três com sistemas anti-drone, cinco sistemas terrestres não tripulados, cinco sistemas de comando e controlo, seis no âmbito de sistemas de proteção, explosivos e energia, e um no âmbito do treino.
Em declarações à Lusa, o Chefe de Estado Maior do Exército (CEME) disse que o evento é “relevante para identificar soluções para colmatar lacunas nas capacidades da força terrestre e dar continuidade ao processo de modernização” do Exército, bem como para “potenciar as atividades de investigação e desenvolvimento de entidades públicas e privadas” do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e da Base Tecnológica e Industrial de Defesa.
“O ARTEX (Army Technological Experimentation), já na sua segunda edição, é fundamental para a modernização e eficácia do Exército, promovendo avanços tecnológicos, fortalecendo parcerias e garantindo a preparação para os desafios do futuro”, disse à Lusa o general Mendes Ferrão, para quem este exercício “constitui um fórum singular” numa parceria com várias entidades.
Por um lado, salientou, “permite à Academia e às empresas testarem equipamentos e protótipos, em ambiente militar, e fazer evoluir ideias, conceitos e protótipos, fruto da experiência e conhecimento também residente no Exército”, e, por outro lado, acrescentou, “é uma excelente oportunidade para fomentar a inovação ao criar um ambiente propício para o desenvolvimento tecnológico, assegurando uma plataforma para que novas ideias e tecnologias sejam experimentadas e refinadas, antes da produção em larga escala”.
O ARTEX, segundo o general CEME, “facilita, ainda, a colaboração entre o Exército e as entidades da base tecnológica e industrial de defesa, bem como a colaboração com as universidades e os centros de investigação, parcerias estratégicas e vitais para o avanço tecnológico e a implementação de soluções de ponta” de âmbito militar.
“De facto, através do teste e avaliação de novos equipamentos, o Exército pode melhorar as suas capacidades operacionais, nomeadamente a sua eficiência e eficácia em combate, proporcionando, em paralelo, uma oportunidade para que os militares se familiarizem com novas tecnologias e equipamentos, melhorando a sua preparação e capacitação para o uso desses recursos em situações reais”, destacou Mendes Ferrão, tendo apontado a um “ciclo de desenvolvimento contínuo e alinhado com as necessidades do Exército”.
Para o efeito, o Exército coloca ao dispor a sua área de treino em Santa Margarida, com um total de 67 quilómetros quadrados (km2), para a testagem das soluções tecnológicas dos participantes, bem como “unidades terrestres que simulam operações militares, através de um cenário, de forma a testar a utilidade e a maturidade das soluções tecnológicas”.
A condução do ARTEX 24 está a cargo do Centro de Experimentação e Modernização Tecnológica do Exército, apoiado pelo Comando das Forças Terrestres, através do Centro de Capacitação Tática, Simulação e Certificação (CCTSC) e da Brigada Mecanizada.
O Exército anunciou em abril um investimento de 4,3 milhões de euros (ME) na construção de um Centro de Capacitação Tática, Simulação e Certificação (CCTSC) no Campo Militar de Santa Margarida, no âmbito da estratégia de modernização.