Biden admite repensar continuidade de recandidatura

O Presidente norte-americano terá reconhecido a um aliado que a sua recandidatura poderá estar em causa se não conseguir convencer o público nos próximos dias de que está preparado para um novo mandato, noticiou hoje o New York Times.

© Facebook / President biden

Embora o “aliado importante”, cuja identidade não foi revelada pelo jornal, tenha sublinhado que Joe Biden “ainda está profundamente envolvido na luta pela reeleição”, o chefe de Estado entende que as suas próximas aparições na televisão e em eventos públicos “têm de correr bem”.

Joe Biden dará na sexta-feira a sua primeira entrevista desde o polémico debate presidencial e terá ainda eventos de campanha nos próximos dias na Pensilvânia e Wisconsin, dois estados-chave para definir o vencedor das eleições de 05 de novembro.

Até agora, o Presidente manteve-se publicamente firme na continuação da sua campanha de reeleição para a Casa Branca, apesar das críticas do seu próprio partido após um desempenho amplamente criticado durante o debate da semana passada contra Donald Trump, o rival republicano.

Após a publicação do artigo do New York Times, Andrew Bates, porta-voz da Casa Branca, rejeitou as declarações do “aliado”: “absolutamente falso”.

Um dos principais conselheiros de Biden, que também falou com o New York Times sob condição de anonimato para discutir a situação, disse que o chefe de Estado estava “bem ciente do desafio político que enfrenta”.

Este é o primeiro indício tornado público de que o Presidente está a considerar se poderá recuperar da sua performance – que se mostrou altamente negativa para a sua campanha – no palco do debate em Atlanta.

Biden tem sido duramente criticado pela sua atuação no debate em que projetou uma imagem envelhecida, com voz rouca e dificuldades para concluir algumas frases, aumentando as dúvidas entre eleitores e membros do Partido Democrata sobre a sua capacidade para derrotar Trump e levar adiante mais quatro anos de Governo.

O Presidente, de 81 anos, reconheceu na terça-feira que “quase adormeceu” durante o debate contra Trump e atribuiu o seu cansaço às viagens que fez poucos dias antes a Itália, para a cimeira do G7, e a França, para o 80.º aniversário do desembarque na Normandia.

Após o desempenho de Biden na semana passada, o foco voltou-se também para a vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, uma potencial candidata caso o chefe de Estado se retire da corrida e que tem estado envolvida num ato de equilíbrio político há vários dias.

“A candidata democrata em 2024 deve ser Kamala Harris”, defendeu o ex-congressista democrata do Ohio Tim Ryan, num entusiástico artigo de opinião para a revista Newsweek.

Porém, Harris ainda não demonstrou qualquer ambição nesse sentido.

“Joe Biden é o nosso candidato. Vencemos Donald Trump uma vez e vamos vencê-lo novamente”, disse a vice-presidente à CBS News na terça-feira, manifestando “orgulho” em fazer campanha ao lado do líder octogenário.

Após o último debate entre Biden e Trump, a democrata de 59 anos saiu imediatamente em defesa do mandatário, admitindo que o Presidente norte-americano foi “lento a começar”, mas que “terminou forte”.

O calendário oficial do Presidente indica que almoçará hoje com Kamala Harris, o que não é frequente, embora fosse um ritual semanal quando ele próprio era vice-presidente de Barack Obama.

Primeira mulher, mas também a primeira negra e asiática a tornar-se vice-presidente dos Estados Unidos, a posição de Kamala Harris coloca-a a um passo do cargo supremo. Mas isso não garante a sua substituição como candidata à Casa Branca caso Biden se retire da campanha.

Com vários cenários em aberto, Harris é um dos nomes da lista de potenciais candidatos, que incluem também o governador da Califórnia, Gavin Newsom, ou a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer.

Últimas de Política Internacional

O político e dirigente da oposição ao regime venezuelano Edmundo González Urrutia afirmou hoje que vai “tomar posse a 10 de janeiro como Presidente da Venezuela”.
A Comissão Europeia vai levar Portugal ao Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) por falhas no combate à poluição das atividades industriais, foi esta quinta-feira divulgado em Bruxelas.
O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão disse hoje que as prioridades de cooperação com Portugal continuam a ser a educação e a justiça, apesar do aumento das áreas prioritárias no próximo programa estratégico.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, anunciou hoje ter declarado o secretário-geral da ONU, António Guterres, "persona non grata" no país, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel na noite de terça-feira.
O porta-voz militar israelita, Daniel Hagari, advertiu hoje que "haverá consequências" do ataque iraniano, que envolveu o lançamento de mísseis balísticos sobre Israel, mas intercetados pelo sistema de defesa antiaérea.
O exército israelita adiantou hoje que o Irão continua a disparar mísseis contra Israel, mas garantiu que as explosões que estão a ser ouvidas no país são provenientes de interceções de mísseis, cujos fragmentos acabam por cair no território.
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, ganhou hoje o Prémio Vaclav Havel de Direitos Humanos, atribuído anualmente pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa.
O Alto-Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, convocou para hoje uma reunião extraordinária por videoconferência dos ministros com a pasta da diplomacia, para discutir a situação no Líbano.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, defendeu hoje que o ataque à liderança do movimento xiita libanês Hezbollah criou um “novo equilíbrio de poder” na região do Médio Oriente que poderá permitir a Israel construir “novas alianças”.
A direita radical venceu as eleições legislativas de hoje na Áustria e, a confirmar-se este resultado, está a caminho de uma vitória histórica, segundo as projeções publicadas no final do escrutínio pela estação pública ORF.