Ventura diz que se adensaram as dúvidas sobre integridade de Montenegro

O CHEGA considerou hoje que se adensaram as dúvidas sobre a integridade do primeiro-ministro, que deteve uma empresa que ainda tem sede em sua casa, e reiterou a intenção de apresentar uma moção de censura ao Governo.

© Folha Nacional

“É aviltante que um primeiro-ministro possa ter em sua casa a sede de uma empresa que poderá ter feito negócios com o Estado” e “nunca no passado isto se passou com anteriores chefes de Governo”, declarou o presidente do CHEGA em conferência de imprensa.

De acordo com André Ventura, “não se sabe quem são os clientes dessa empresa, que faturou quase 700 mil euros em dois anos”.

“Podemos suspeitar que são entidades públicas ou que receberam apoios de entidades públicas”, declarou, antes de exigir ao primeiro-ministro uma resposta a estas dúvidas até ao final do dia de hoje.

“Caso essas respostas não sejam dadas hoje, o CHEGA entregará uma moção de censura ao Governo, na terça-feira, às 12h00, na Assembleia da República, pedindo agendamento com caráter de urgência, se possível para quinta-feira”, completou.

Antes desta conferência de imprensa, no domingo, o líder do CHEGA deu a Luís Montenegro 24 horas para explicar aquilo que apelidou de “suspeita de absoluta de corrupção”, adiantando que apresentaria uma moção de censura ao Governo caso o primeiro-ministro não prestasse esclarecimentos.

O Correio da Manhã noticiou no sábado que a mulher e os dois filhos do primeiro-ministro têm uma empresa de compra e venda de imóveis, de que Luís Montenegro foi fundador e gerente. E uma vez que casou com comunhão de adquiridos, segundo o jornal, o primeiro-ministro poderia beneficiar dos proveitos.

No próprio dia de sábado, porém, o primeiro-ministro classificou como “absurda e injustificada” a sugestão de que poderá existir um conflito de interesses pela possibilidade de a empresa da sua família poder beneficiar da recente revisão da lei dos solos aprovada recentemente pelo Governo.

Luís Montenegro adiantou então que, do vasto objeto social dessa empresa, apenas teve execução a prestação de consultoria no âmbito da proteção de dados pessoais.

Últimas de Política Nacional

O Presidente do CHEGA anunciou que vai pedir a audição do governador do Banco de Portugal no parlamento, depois de questionar se a divulgação das previsões económicas depois as eleições teve como objetivo favorecer o Governo.
O líder do CHEGA acusou o primeiro-ministro de querer trair a votação dos portugueses nas últimas eleições legislativas e avisou que o seu partido "não vai fazer acordos, como outros fizeram", se estiverem em causa "políticas erradas".
O Ministério Público instaurou um inquérito ao caso de uma cirurgia que Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, realizou no ano passado no Hospital de Santo António, no Porto, confirmou hoje à Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Mais dois nomes estão na ribalta por corrupção e não só. E o que não surpreende, nem ao CHEGA, nem a ninguém, é serem nomes ligados ao PS e PSD.
O CHEGA avisou, mas ninguém ouviu. A imigração está a escalar em Portugal e agora é o próprio Governo e a AIMA que admitem.
A distribuição dos lugares no hemiciclo da Assembleia da República continuou hoje sem reunir consenso na conferência de líderes e será agora alvo de um projeto de deliberação elaborado pelo presidente da Assembleia da República.
O líder do CHEGA, André Ventura, criticou hoje a recondução das ministras da Justiça e da Saúde no novo Governo e acusou o primeiro-ministro de "teimosia", dizendo que esperava mudanças em "áreas-chave".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, conta receber hoje o primeiro-ministro, Luís Montenegro, para lhe apresentar a composição do XXV Governo Constitucional, ao qual prevê dar posse na quinta-feira.
O deputado do PSD José Pedro Aguiar-Branco foi hoje reeleito presidente da Assembleia da República, com 202 votos a favor, 25 brancos e três nulos, na primeira reunião plenária da XVII Legislatura.
O presidente do CHEGA criticou hoje a escolha de Rui Rio para mandatário nacional da candidatura de Gouveia e Melo a Presidente da República e remeteu para as próximas semanas a posição do partido nessas eleições.