Caminhos difíceis da fertilidade

Compreender a baixa Taxa de Natalidade que existe hoje em Portugal é entender o drama que assiste muitos casais na dificuldade que é ter um filho.
Maria tem 26 anos e um desejo enorme de ser mãe. A sua experiência para alcançar esse sonho, personifica na perfeição a situação que pretendo destacar.
Aquela que parecia ser uma ambição natural – maternidade – depressa se tornou numa batalha sem fim.
Em 2023, após exames médicos, foi-lhe diagnosticada uma Endometriose, o que justificava a sua dificuldade em engravidar e, por isso, foi encaminhada para consultas de fertilidade.
Maria, rapidamente percebeu que o seu problema de saúde se iria tornar, também, num problema económico, assim que iniciou a toma de Metrius, um medicamento não comparticipado.
Em junho de 2024 fez a primeira inseminação de um total de 3 IIU (inseminação intra uterina) e uma FIV (fertilização in vitro) comparticipadas pelo Serviço Nacional de Saúde.
A cada intervenção é necessária medicação paga pelo utente de cerca de 125 euros, sem qualquer garantia de resultados positivos.
A primeira inseminação não teve sucesso e as expetativas saíram frustradas. A segunda foi uma desilusão maior, pois Maria acabou por ser internada com uma inflamação pélvica.
Após este percalço não foi possível continuar os tratamentos.
Daqui para a frente, resta apenas à Maria aguardar numa longa lista de espera, uma fertilização in vitro.
Basicamente, um abandono!
Chegados a este ponto, os casais podem continuar a sua luta por um filho, mas pagando tudo do seu bolso.
Esta situação clínica envolve custos entre os 3 e os 5 mil euros e uma grande probabilidade de insucesso.
É nestas circunstâncias que um jovem casal que recebe o salário mínimo verá o seu sonho de formar família, uma completa e total miragem.
E é aqui que deveria ser feita a diferença na vida deste e de tantos outros casais que se veem impedidos de avançar com o seu desejo de serem pais, pelo dispendioso que é.
Não deveriam as Marias de Portugal, jovens e cheias de vontade maternal, ser uma prioridade para o nosso país que está com níveis de natalidade tão baixos? Mais ainda, agora, que ano após ano é menor o número de nascimentos de filhos de mães portuguesas? 
Os casais com problemas de fertilidade merecem ser protegidos, amparados e encorajados a continuarem a sua luta por um filho. 
Da nossa parte é isso que faremos, não os deixaremos sós!

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