Partido Popular espanhol pede a Sánchez para se demitir mas rejeita moção de censura

O Partido Popular de Espanha (direita), que lidera a oposição, voltou hoje a pedir a demissão do primeiro-ministro, devido às suspeitas de corrupção na cúpula socialista, mas rejeitou uma moção de censura ao Governo.

© facebook/NunezFeijoo

Uma moção de censura seria “um balão de oxigénio para o ‘sanchismo’”, disse o porta-voz do Partido Popular (PP), Borja Sémper, numa conferência de imprensa em Madrid.

Poucos minutos antes, também em Madrid, o primeiro-ministro de Espanha e líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, tinha desafiado a oposição a avançar com uma moção de censura, face às críticas dos últimos dias por causa das suspeitas de corrupção que envolvem dirigentes do PSOE e um ex-ministro.

Na semana passada, o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, já tinha rejeitado a possibilidade de avançar com uma moção de censura ao Governo, por não ter assegurados os votos necessários no parlamento para ser bem-sucedida, sublinhando que isso se traduziria numa confirmação e relegitimação de Sánchez como primeiro-ministro.

Feijóo tem apelado nos últimos dias aos partidos da geringonça que reelegeram Sánchez primeiro-ministro em novembro de 2023 para refletirem se além de sócios do líder socialista querem passar também a ser cúmplices da corrupção que rodeia o chefe do Governo.

Os partidos da geringonça têm pedido a Sánchez para dar mais explicações e “medidas contundentes” na resposta às suspeitas de corrupção, mas não lhe retiraram, para já, o apoio e têm dito que não vão contribuir para a eleição de um governo do PP e do Vox.

Borja Sémper considerou que Sánchez continua sem dar explicações suficientes sobre as suspeitas de corrupção no PSOE, que envolvem dois dos homens mais próximos do primeiro-ministro no partido.

“Perdeu qualquer tipo de ligação com a realidade”, disse o porta-voz do PP sobre as últimas declarações de Sánchez.

“Aspiramos a que anuncie a dissolução das Cortes e que convoque eleições”, acrescentou.

Pedro Sánchez garantiu hoje que o PSOE é “uma organização limpa” e anunciou uma comissão de inquérito parlamentar à suspeita de corrupção que envolve dirigentes da organização e um ex-ministro.

Sánchez desafiou ainda a oposição de direita e direita radical a avançar com uma moção de censura ao Governo e voltou a dizer que não vai convocar eleições antecipadas.

O líder do Governo considerou que o relatório policial conhecido na semana passada não aponta para qualquer tipo de financiamento ilegal do PSOE e realçou que o partido se submete a auditorias externas independentes, além das obrigatórias por parte do Tribunal de Contas.

Por outro lado, prometeu colaborar com a justiça e medidas para que este caso, a confirmar-se em sentenças judiciais, “seja o primeiro e o último” caso de corrupção “que afeta” o PSOE sob a sua liderança, depois de reconhecer que “estes estão a ser dias difíceis para a família socialista”.

Últimas de Política Internacional

O Tribunal Constitucional indicou esta terça-feira que não admitiu as candidaturas às eleições presidenciais de Joana Amaral Dias, Ricardo Sousa e José Cardoso.
A Comissão Europeia anunciou hoje uma investigação formal para avaliar se a nova política da `gigante` tecnológica Meta, de acesso restrito de fornecedores de inteligência artificial à plataforma de conversação WhatsApp, viola regras de concorrência da União Europeia.
O Sindicato de Trabalhadores da Imprensa na Venezuela (SNTP) e o Colégio de Jornalistas (CNP), entidade responsável pela atribuição da carteira profissional, denunciaram hoje a detenção de um jornalista que noticiou a existência de um buraco numa avenida.
O Tribunal Constitucional da Polónia ordenou hoje a proibição imediata do Partido Comunista da Polónia (KPP), alegando que os objetivos e atividades do partido, refundado em 2002, violam a Constituição.
A Administração Trump suspendeu todos os pedidos de imigração provenientes de 19 países considerados de alto risco, dias após um tiroteio em Washington que envolveu um cidadão afegão, anunciou o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.
Federica Mogherini, reitora do Colégio da Europa e ex-chefe da diplomacia da União Europeia (UE), foi indiciada pelos crimes de corrupção, fraude, conflito de interesse e violação de segredo profissional, revelou a Procuradoria Europeia.
O Presidente ucraniano apelou hoje para o fim da guerra, em vez de apenas uma cessação temporária das hostilidades, no dia de conversações em Moscovo entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a Ucrânia.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, considerou hoje que a situação na Catalunha só se normalizará totalmente se o líder separatista Carles Puigdemont for amnistiado e regressar à região, tendo reconhecido "a gravidade da crise política" que enfrenta.
A Comissão Europeia confirmou hoje que foram realizadas buscas nas instalações do Serviço de Ação Externa da União Europeia (UE), em Bruxelas, mas rejeitou confirmar se os três detidos são funcionários do executivo comunitário.
A ex-vice-presidente da Comissão Europeia e atual reitora da Universidade da Europa Federica Mogherini foi detida hoje na sequência de buscas feitas pela Procuradoria Europeia por suspeita de fraude, disse à Lusa fonte ligada ao processo.