Tailândia concorda em princípio com cessar-fogo com Camboja proposto pelos EUA

O primeiro-ministro interino da Tailândia, Phumtham Wechayachai, disse hoje que o país concordou, em princípio, com um cessar-fogo, mas enfatizou a necessidade de "intenções sinceras" parte do Camboja.

© D.R.

De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros tailandês. Phumtham Wechayachai apelou a negociações bilaterais rápidas para discutir medidas concretas no sentido de uma resolução pacífica do conflito.

O atual líder do Governo da Tailândia agradeceu ainda ao Presidente dos Estados Unidos, com quem falou horas antes, numa conversa por telefone em que Donald Trump apresentou uma proposta de cessar-fogo.

Também o primeiro-ministro do Camboja, Hun Manet, disse hoje que o país aceitou negociações para um “cessar-fogo imediato e incondicional”.

“Esta é uma boa notícia para os soldados e para o povo de ambos os países”, disse o líder cambojano, num comunicado.

Manet instruiu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Prak Sokhonn, a iniciar discussões com o homólogo norte-americano, Marco Rubio, para pôr fim ao conflito que eclodiu na quinta-feira.

Ainda assim, jornalistas da agência de notícias France-Presse em Samraong, no Camboja, a cerca de 20 quilómetros da fronteira com a Tailândia, ouviram o som de disparos de artilharia esta madrugada.

Uma porta-voz do Ministério da Defesa do Camboja afirmou ainda que a Tailândia tinha atacado às 04:50 (22:50 de sábado em Lisboa) perto de dois templos cuja soberania é disputada pelos dois países.

O coronel Richa Suksowanont, porta-voz adjunto do exército tailandês, acusou as forças cambojanas de dispararem esta manhã artilharia pesada contra a província de Surin, incluindo contra casas de civis, na manhã de domingo.

Richa Suksowanont disse que o Camboja também lançou ataques com foguetes contra o antigo templo de Ta Muen Thom, reivindicado por ambos os países, e outras áreas, numa tentativa de recuperar o território protegido pelas tropas tailandesas.

As forças tailandesas responderam com artilharia de longo alcance para atingir a artilharia e os lança-foguetes cambojanos.

As operações no campo de batalha vão continuar e um cessar-fogo só poderá acontecer se o Camboja iniciar formalmente as negociações, acrescentou Richa Suksowanont.

A porta-voz do Ministério da Defesa do Camboja, tenente-general Maly Socheata, acusou as forças tailandesas de intensificarem a violência com bombardeamentos em território cambojano esta manhã, seguidos de uma “incursão em grande escala” envolvendo tanques e tropas terrestres em várias áreas.

“Tais ações minam todos os esforços para uma resolução pacífica e expõem a clara intenção da Tailândia de intensificar o conflito, em vez de o apaziguar”, afirmou.

Uma histórica disputa fronteiriça entre os dois países conduziu na quinta-feira a confrontos que envolveram caças, tanques, tropas terrestres e artilharia.

Os combates causaram 33 mortes e mais de 130 mil deslocados em ambos os lados da fronteira. O saldo já supera o da série anterior de grandes confrontos fronteiriços entre os dois países, que causaram 28 mortes entre 2008 e 2011.

O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se de urgência e, no sábado, o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, condenou a escalada de violência entre a Tailândia e o Camboja, pediu a ambas as partes que se comprometam com um cessar-fogo e ofereceu-se como mediador.

Últimas do Mundo

A autoridade da concorrência italiana aplicou esta terça-feira uma multa de 255,8 milhões de euros à companhia aérea de baixo custo irlandesa Ryanair por abuso de posição dominante, considerando que impediu a compra de voos pelas agências de viagens.
A Amazon anunciou ter bloqueado mais de 1.800 candidaturas suspeitas de estarem ligadas à Coreia do Norte, quando crescem acusações de que Pyongyang utiliza profissionais de informática para contornar sanções e financiar o programa de armamento.
Os presumíveis autores do ataque terrorista de 14 de dezembro em Sydney lançaram explosivos que não chegaram a detonar durante o ataque na praia de Bondi, onde morreram 16 pessoas, incluindo um dos agressores, segundo documentos revelados hoje.
Milhares de pessoas traficadas para centros de burlas no Sudeste Asiático sofrem tortura e são forçados a enganar outras em todo o mundo, numa indústria multimilionária de escravidão moderna. À Lusa, sobreviventes e associações testemunharam a violência.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) alertou para o aumento das infeções sexualmente transmissíveis entre jovens, particularmente a gonorreia, e defendeu que a educação sobre esta matéria em contexto escolar é crucial.
A Polícia Judiciária (PJ) está a colaborar com a investigação norte-americana ao homicídio do físico português Nuno Loureiro, estando em contacto com as autoridades e “a prestar todo o suporte necessário às investigações em curso”.
Uma celebração judaica transformou-se num cenário de terror na praia de Bondi, em Sydney. Pai e filho abriram fogo sobre centenas de pessoas, provocando pelo menos 15 mortos e mais de 40 feridos.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou hoje que uma em cada dez crianças no mundo vai precisar de ajuda no próximo ano, com o Sudão e Gaza a registarem as piores emergências infantis.
Um avião da companhia aérea britânica Jet2, que voava entre Londres e Fuertventura, nas ilhas Canárias, declarou hoje emergência e aterrou em segurança no Aeroporto Gago Coutinho, em Faro, disse à Lusa fonte da Proteção Civil.
A polícia australiana apresentou hoje 59 acusações contra Naveed Akram, de 24 anos, incluindo 15 por homicídio e uma por terrorismo, pelo suposto envolvimento no ataque contra uma celebração judaica ocorrido no domingo numa praia perto de Sydney.