Cerca de 3.000 hectares de área ardida em Vila Real e Mondim de Basto

O incêndio que começou no sábado em Vila Real, se estendeu a Mondim de Basto e está hoje em resolução queimou cerca de 3.000 hectares de área na serra do Alvão, disseram à Lusa os presidentes dos municípios.

© LUSA/PAULO CUNHA

O presidente da Câmara de Vila Real, Alexandre Favaios, referiu ser esta a primeira avaliação do incêndio rural que deflagrou no sábado à noite, em Sirarelhos, no concelho, e que entrou em fase de resolução às 07:45 de hoje.

“Estamos a falar de um prejuízo para aquilo que é a nossa biodiversidade e o Parque Natural do Alvão [PNA], que vai demorar anos a ser recuperado. Estamos a falar de mais de 3.000 hectares de área ardida”, afirmou o autarca.

Alexandre Favaios apontou ainda algum impacto na agricultura, mas ressalvou que a avaliação dos prejuízos vai ser a “missão para os próximos dias”.

“Como é obvio, o balanço, nesse aspeto, é extremamente negativo. Apesar de tudo, o aspeto positivo é não termos nenhuma habitação que foi consumida, que foi sequer danificada”, referiu, lembrando a intensidade e a grande dimensão do fogo, que atingiu que percorreu várias aldeias.

O presidente da Câmara de Mondim de Basto, Bruno Ferreira, disse que no seu concelho – onde a área afetada representa um terço da área ardida total deste fogo – o principal dano foi na floresta e na paisagem.

“Já tivemos mais de 1.000 hectares de área ardida no nosso concelho, o PNA também tem sido fustigado por este incêndio, o que nos traz também bastante preocupação do ponto de vista até da sustentabilidade, mas também do ponto de vista económico”, afirmou o autarca à Lusa.

Mas o estrago não foi só na floresta, foi também no pasto, que “foi substancialmente destruído”.

“Tendo em conta que ainda temos um pastoreio extensivo, ou seja, a alimentação dos animais na montanha, este é também um sinal já de alerta para aquilo que possam ser as consequências futuras”, referiu Bruno Ferreira.

O autarca elencou várias atividades afetadas: o turismo, a apicultura, a pastorícia e a floresta e a resinagem.

Em consequência deste incêndio arderam também, na área de Mondim de Basto, uma casa de segunda habitação, uma antiga casa florestal requalificada, alguns apiários, muros de suporte e a infraestrutura de abastecimento de água em Ermelo.

“No fundo há aqui um impacto ambiental e económico e terá que ser feita uma avaliação em conjunto com todas as entidades, quer municipais, quer nacionais, para encontrarmos soluções”, frisou.

No entanto, Bruno Ferreira disse que o incêndio ainda não terminou e, portanto, o foco é o combate, mas ao mesmo tempo perceber também de que forma se conseguem ir resolvendo os pequenos problemas que vão aparecendo.

Últimas do País

Mais de 250 operacionais combatem um incêndio que deflagrou pelas 15:20 em Várzea dos Cavaleiros, no concelho da Sertã, em zona de pinhal, numa altura em que as condições meteorológicas são desfavoráveis no ataque às chamas.
O Tribunal de Coimbra decretou hoje a prisão preventiva para a mulher detida na terça-feira naquela cidade pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeita do homicídio de cinco filhos no Brasil.
Uma rotura de "grandes dimensões" numa conduta junto ao Itinerário Complementar 20 - Via Rápida da Caparica, levou hoje à interrupção do fornecimento de água na Costa de Caparica, informaram os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Almada.
O incêndio que começou no sábado em Vila Real, se estendeu a Mondim de Basto e está hoje em resolução queimou cerca de 3.000 hectares de área na serra do Alvão, disseram à Lusa os presidentes dos municípios.
Um juiz da Comarca de Leiria interpôs uma ação contra o Estado por atraso da Justiça na sequência de um processo que aguarda por decisão do Tribunal Central Administrativo Sul (TCAS) há mais de sete anos.
A Força Aérea tem 10 aeronaves que podiam ser usadas para combater incêndios rurais, mas não os utiliza para este fim porque o Estado não comprou os "kits" que permitem adaptar os aparelhos para esta missão.
A violência doméstica contra homens adultos aumentou 48,2% entre 2021 e 2024, anunciou hoje a APAV, que apoiou 3.671 vítimas, das quais uma em cada quatro com mais de 65 anos e sujeitas a abusos prolongados e invisíveis.
O incêndio que lavra em Vila Real desde sábado foi dado como dominado pelas 07:45 de hoje, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
O espaço dos escuteiros em Mascoselo, Vila Real, transformou-se num "quartel" onde se dão bebidas, comida e uma sombra aos bombeiros, mas dali também saem voluntários de mota para apoiar os operacionais espalhados pela serra fustigada pelo fogo.
Os incêndios florestais já consumiram este ano quase 42 mil hectares, oito vezes mais que no mesmo período de 2024 e o valor mais elevado desde 2022, segundo o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR).