Esta é a última de uma série de travagens impostas a projetos de energia eólica pela Administração de Donald Trump, que declarou esta quinta-feira que “o vento não funciona”.
O projeto Revolution Wind, cuja construção começou no ano passado depois de receber todas as autorizações necessárias, estava a ser construído para abastecer mais de 350.000 residências no estado de Rhode Island, de acordo com a construtora, a empresa dinamarquesa de energia renovável Orsted.
Matthew Giacona, diretor do Bureau of Ocean Energy Management (BOEM, agência governamental para a gestão da energia oceânica), publicou uma carta na sexta-feira com a ordem de “suspensão de todas as atividades em curso” pelo projeto, para permitir uma revisão do mesmo.
“O BOEM procura responder a preocupações relativas à proteção dos interesses de segurança nacional dos Estados Unidos”, de acordo com a carta, que não deu outros detalhes.
“Não podem retomar as atividades até que o BOEM” conclua a sua análise, acrescenta a missiva do gabinete.
A Orsted indicou num comunicado que a empresa “está a avaliar todas as opções para resolver a questão rapidamente”, incluindo o recurso a “possíveis procedimentos legais”.
O parque eólico está 80% concluído, com 45 das 65 turbinas previstas já instaladas, de acordo com a empresa, que espera concluir o projeto até ao final do próximo ano.
Pouco depois de regressar à Casa Branca em janeiro, Donald Trump assinou uma série de decretos que puseram um fim à energia eólica. Entre as medidas anunciadas, impôs um congelamento das licenças de exploração e dos empréstimos federais destinados a todos os projetos eólicos, marítimos ou terrestres.
“Não vamos fazer o golpe da energia eólica”, declarou Trump em janeiro, explicando que as turbinas são “feias”, “estragam a paisagem” e “matam as baleias”.
A Orsted, líder no desenvolvimento de energia eólica offshore, anunciou na segunda-feira que precisaria de levantar 60 mil milhões de coroas (8,04 mil milhões de euros) através de uma emissão de dívida privada, para fazer face às consequências das decisões norte-americanas, que congelaram os projetos de parques eólicos.
O Empire Wind, outro gigantesco projeto eólico offshore ao largo da costa de Nova Iorque, construído pela norueguesa Equinor, foi temporariamente suspenso pela Administração Trump em meados de abril.