Em declarações aos jornalistas, Luís Neves disse que muitos dos suspeitos, “quando são detidos, são detidos com dezenas e dezenas de crimes cometidos”.
A propósito da conferência sobre “Cibercrime em Foco – Tendências e Prevenção na Era Digital”, que decorre hoje na sede da Polícia Judiciária, em Lisboa, o diretor da PJ adiantou ainda que os lucros obtidos através do cibercrime são muito elevados, envolvendo centenas de milhares de euros.
Este tipo de crime é investigado pela Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à criminalidade Tecnológica (UNC3T) e, de acordo com os dados avançados por Luís Neves durante a conferência de hoje, existem seis mil inquéritos em investigação.
Neste momento, “as organizações criminosas cada vez têm mais meios, mais tecnologia, têm muito dinheiro”, explicou Luís Neves, acrescentando que as formas de cometer os crimes informáticos são também cada vez mais sofisticadas.
A propósito do combate ao cibercrime, o diretor nacional da PJ voltou a criticar a lei dos metadados, que disse impedir o acesso a dados de suspeitos deste tipo de crimes, uma barreira que dificulta o trabalho dos inspetores.
“A defesa total e intransigível da privacidade não pode pôr em causa a segurança dos nossos países, não pode pôr em causa a ação da justiça”, defendeu Luís Neves, acrescentando que o objetivo não passa por “ter acesso à privacidade e informação do cidadão que é cumpridor”.
“Queremos ter acesso à informação daqueles que são suspeitos, que são suspeitos da prática de crimes graves”, disse.