Um grupo de imigrantes africanos, alojados pela Cruz Vermelha em hotéis da Costa Brava ao abrigo de um programa de emergência apoiado pelo Partido dos Socialistas da Catalunha (PSC), esteve envolvido em confrontos com moradores na cidade de Calella, no norte de Espanha. O episódio ocorreu no início de dezembro de 2024 e gerou protestos e preocupação entre os residentes locais.
Segundo informações divulgadas pela Catalunya Ràdio e pelo jornal espanhol La Gaceta, o alojamento de dezenas de migrantes nos hotéis Terramar e Garbí foi decidido de forma súbita, sem aviso prévio ao município. O presidente da câmara de Calella, Marc Buch, lamentou o impacto da medida, explicando que “a chegada inesperada de pessoas em situação vulnerável aumentou a pressão sobre o sistema de saúde e os serviços sociais”.
Calella, cidade com cerca de 20 mil habitantes, acolheu o grupo no âmbito de um plano de gestão migratória coordenado pela Cruz Vermelha, recorda o jornal espanhol. A organização garantiu que o alojamento é temporário e que, nas semanas seguintes, seria feita uma avaliação individual de cada caso para proceder à redistribuição dos requerentes de asilo.
Nas redes sociais, vários residentes partilharam imagens e vídeos a criticar a falta de comunicação entre o Governo e as autarquias, temendo a repetição de situações semelhantes noutras localidades. Casos idênticos já tinham sido registados em Tossa de Mar, onde imigrantes foram também realojados de emergência num hotel local, provocando reações semelhantes por parte das autoridades municipais.
A Cruz Vermelha apelou à calma e à compreensão, sublinhando que o fenómeno migratório na região exige coordenação entre administrações e respostas equilibradas. O município de Calella pediu, entretanto, ao Governo espanhol o reforço de recursos para garantir o funcionamento dos serviços públicos e a integração adequada dos novos residentes.