Os dados constam do relatório de 2025 da DGS sobre o Programa Nacional da Diabetes, divulgado esta quarta-feira, e que indica que os 936.987 diabéticos (tipo 1 e 2) registados nos cuidados de saúde primários (CSP) no final de 2024 representavam 8,9% dos utentes inscritos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Segundo a DGS, a maioria dos utentes com diabetes teve pelo menos uma consulta de enfermagem nos CSP, com “foco crescente” na gestão do regime terapêutico, incluindo a alimentação, atividade física e medicação.
A diabetes gestacional foi detetada em 8,4% das gravidezes cujo parto ocorreu no SNS em 2023, refere o documento, adiantando ainda que a avaliação de risco de diabetes tipo 2 foi realizada em 3,89 milhões de utentes no triénio 2022/2024, correspondendo globalmente a 62% da população alvo.
No final de 2024, encontravam-se em tratamento com sistema de perfusão subcutânea contínua de insulina (bombas de insulina) 4.661 pessoas com diabetes tipo 1, mas já este ano, com a disponibilização destes dispositivos através das farmácias, verificou-se um “crescimento significativo” do acesso a este tipo de tratamento. No final primeiro semestre de 2025, encontravam-se em tratamento 5.537 utentes, dos quais 3.546 com sistemas de administração automática de insulina, refere a DGS.
Os dados da indicam também que, em 2023, verificaram-se mais de 260 mil episódios hospitalares de pessoas com diabetes no SNS e que 33% dos casos de enfarte agudo do miocárdio e 31% dos acidentes vascular cerebral ocorreram em pessoas com a doença.
Segundo o relatório, a despesa total com o consumo de medicamentes antidiabéticos passou dos 493 milhões de euros em 2023 para 616 milhões em 2024.
Em 2024, 46% das pessoas com diabetes foram convidadas a realizar o rastreio da retinopatia diabética, mas apenas 29% o realizaram.
Relativamente ao rastreio do pé diabético, foi realizado em 83% dos utentes com diabetes, avança a DGS, que reconhece que a taxa de amputações mantém-se ainda elevada.
A diabetes tipo 2 é responsável por mais de 90% dos casos da doença. A promoção de hábitos alimentares saudáveis, a prática regular de atividade física e o controlo do peso são considerados passos essenciais para inverter a tendência crescente da doença.
Para consolidar a coordenação eficiente entre os diferentes níveis de cuidados de saúde e promover uma maior integração entre cuidados primários, hospitalares e a comunidade, a DGS vai nomear hoje as equipas de coordenação local do Programa Nacional para a Diabetes.
O Programa Nacional para a Diabetes tem sido ajustado ao longo dos anos, tendo em 2012 passado a integrar o conjunto de Programas de Saúde Prioritários da DGS, refletindo o peso crescente da doença na sociedade portuguesa.