“A missão dos bombeiros portugueses é demasiado nobre para ser refém de constrangimentos ou da indiferença”, afirmou António Nunes no discurso inaugural do 45.º Congresso Nacional da LPB.
António Nunes desafiou o setor a lutar: “Pela modernização dos nossos equipamentos, pela valorização das carreiras dos nossos bombeiros, pela dignificação das nossas associações humanitárias e do voluntariado que lhes dá consistência”.
No encontro, inaugurado hoje pelo primeiro-ministro, Luis Montenegro, em Alcobaça, distrito de Leiria, o presidente da Liga sublinhou que “a missão dos bombeiros portugueses é demasiado nobre para ser refém de constrangimentos, da burocracia ou da indiferença”, defendendo que “este congresso deve ter a ambição e o desígnio de ser um ponto de viragem”.
No entender de António Nunes os bombeiros portugueses não podem continuar a aceitar que lhes sejam apresentados “diagnósticos sucessivos, sem apontar soluções claras e consensuais”, considerando ser a hora de “exigir ação”.
“Não temos mais tempo para a complacência”, disse, instando os cerca de 700 congressistas presentes a “lutar pela justiça, pela dignidade e pelo reconhecimento” que considerou devido aos bombeiros, setor cujo esforço não aceita que continue “subvalorizado” e que não pode conformar-se “com apoios insuficientes, promessas adiadas e reconhecimentos que nunca chegam”.
Considerando que a indignação dos bombeiros portugueses “é legítima e oportuna”, o presidente da LBP deixou claro que estes operacionais “estão muito preocupados, descrentes, e que precisam de voltar a ter motivos para acreditar” na concretização de um vasto conjunto de medidas que garantam a sobrevivência do setor.
A LBP reivindica medidas relativas ao financiamento das corporações, carreiras e apoios ao voluntariado, temas em destaque nas 16 moções que serão discutidas ao longo dos dois dias de congresso, que reúne elementos do comando e direção das associações humanitárias de todo o país.
Apelidado hoje como “o congresso da afirmação”, no encontro poderão ser decididas ações de protesto, que podem passar por manifestações de rua junto dos órgãos de soberania ou a deposição de capacetes na escadaria da Assembleia da República e um bloqueio em que durante alguns minutos os bombeiros não saem do quartel para ocorrências.
Fazem parte da Liga as 436 associações humanitárias de bombeiros existentes no país.