Sérgio Ferreira, presidente da Porbatata, afirmou hoje à agência Lusa que se prevê para uma quebra de 10% na produção, influenciada pela redução de 50% da produtividade por hectare na batata de sequeiro e de 10% na batata de regadio.
A redução na produtividade é justificada com a seca, que afeta a agricultura.
“É necessário haver mais celeridade de imediato a pagar os apoios à produção e, a curto e médio prazo, a implementar uma verdadeira estratégia de regadio, com a construção de barragens e charcas”, alertou.
Além disso, “tem de ser alterada a legislação para autorizar charcas, porque a Agência Portuguesa do Ambiente proíbe a construção de charcas junto a linhas de água”.
No setor, parte da área de cultivo destina-se agora para a batata para a indústria, em vez do consumo em fresco.
“Para a indústria, os agricultores contratualizam o preço antes da sementeira”, justificou.
No mercado da comercialização, a Porbatata estimou ainda uma valorização deste produto agrícola, uma vez que “existem dificuldades na produção espanhola e francesa e há uma maior procura da portuguesa”.
A Porbatata lançou hoje uma campanha para promover o consumo da batata nacional junto dos consumidores sob o lema “Consumir nacional é a lógica da Batata!”.
A produção de batata em Portugal ocupa uma área de 16.804 hectares e ultrapassou as 413 mil toneladas em 2021, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) citados pela associação, com sede na Lourinhã, no distrito de Lisboa.
O setor fatura por ano 100 milhões de euros.
Em 2022, as exportações deste produto aumentaram 23%, para 24,6 milhões de euros.
O principal destino é Espanha, que representa 67% do valor total das exportações da batata.