Marcelo considera que o essencial é que serviços de informações são do Estado, não de um Governo

© Presidência da República

O Presidente da República afirmou hoje que não fala em público sobre “problemas de serviços de informações” e considerou que o essencial é que estes serviços “são do Estado, não de um Governo”.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas à saída do auditório da Ordem dos Contabilistas Certificados, onde discursou no Congresso Nacional das Misericórdias, em Lisboa.

Questionado sobre as respostas que o primeiro-ministro, António Costa, deu a um requerimento do PSD sobre a intervenção dos serviços de informações na recuperação de um computador levado do Ministério das Infraestruturas em 26 de abril, o chefe de Estado respondeu: “Eu aquilo que tenho dito, tenho dito muito cuidadosamente, como já notaram”.

“Felizmente, já perceberam que a pessoa que falou comigo foi o senhor primeiro-ministro, logo no dia 29 [de abril], e depois ao longo do tempo, naturalmente”, reiterou o Presidente da República, referindo que “a matéria dos serviços de informações não foi falada nos contactos primeiros, porque eram à distância”.

Em seguida, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou: “Também já perceberam que eu sobre a matéria de serviços de informações não vou falar em público”.

“Ou melhor, disse o essencial no dia 04 [de maio], que é: os serviços de informações são do Estado, não são de um Governo, qualquer que ele seja. Isto é uma questão de princípio. Depois, nenhum chefe de Estado fala em público de problemas de serviços de informações”, acrescentou.

Interrogado sobre por que não falou com o primeiro-ministro antes de 29 de abril, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Isso aí é uma pergunta que não têm de me fazer a mim”.

 O SIS interveio na recuperação de um computador levado do Ministério das Infraestruturas em 26 de abril por Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro João Galamba, que tinha sido demitido nessa noite.

Este caso envolve denúncias contra Frederico Pinheiro por violência física no Ministério das Infraestruturas, rejeitadas pelo próprio, que se queixa de ter sido sequestrado no edifício.

Após os incidentes de 26 de abril, surgiram publicamente versões contrárias entre elementos do gabinete do ministro das Infraestruturas e Frederico Pinheiro sobre informações a prestar pelo Governo à Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP.

Em 29 de abril o ministro João Galamba deu uma conferência de imprensa sobre estes acontecimentos, na qual falou sobre o recurso ao SIS e nomeou vários governantes com os quais disse ter-se aconselhado sobre os passos a seguir.

Três dias depois, em 02 de maio, o Presidente da República reuniu-se com o primeiro-ministro, António Costa, no Palácio de Belém.

Após essa reunião, João Galamba apresentou o seu pedido de demissão, que o primeiro-ministro recusou, e o Marcelo Rebelo de Sousa manifestou por escrito a sua discordância em relação à manutenção do ministro das Infraestruturas.

Em 04 de maio, numa comunicação ao país, o chefe de Estado assumiu uma “divergência de fundo” com o primeiro-ministro quanto à manutenção de João Galamba como ministro, que defendeu ter custos para a autoridade do Governo e do Estado, e prometeu estar “ainda mais atento e mais interveniente no dia a dia”.

Nessa comunicação, referiu-se ao envolvimento dos serviços de informações, questionando “como pode esse ministro não ser responsável por situações rocambolescas, muito bizarras, inadmissíveis ou deploráveis” no seu gabinete, que levaram “a apelar aos serviços mais sensíveis da segurança nacional, que, aliás, por definição, estão ao serviço do Estado e não de governos”.

Há uma semana, na Feira do Livro de Lisboa, questionado sobre como é que soube da atuação do SIS, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Eu o que posso dizer é que o primeiro contacto que tive sobre esta matéria com alguém foi no dia 29, no regresso da Ovibeja”.

O Presidente da República não revelou na altura quem foi essa pessoa. Nesta quarta-feira adiantou que contactou sempre com a mesma entidade oficial sobre esta matéria e disse que era fácil deduzir quem foi, acabando mais tarde por esclarecer que se estava a referir ao primeiro-ministro, sem contudo o nomear.

Últimas de Política Nacional

O presidente do CHEGA, André Ventura, regressou hoje à campanha eleitoral na última ação, em Lisboa, para fazer um discurso em que realçou a força do partido na sua ausência.
O líder parlamentar do CHEGA, Pedro Pinto, disse hoje que o partido está disponível para diálogos com outras forças políticas após as eleições legislativas de domingo, nomeadamente com a AD, mas não com Luís Montenegro.
O partido CHEGA, liderado por André Ventura, tem-se destacado nas sondagens online, posicionando-se como um dos principais favoritos nas eleições legislativas de 18 de maio de 2025. Em particular, uma sondagem interativa realizada pela plataforma PollFM que até à data revela que o CHEGA lidera com 44,4% das intenções de voto, superando a Aliança Democrática (AD), que obtém 31,7%, e o Partido Socialista (PS), com 11,82%.
Mais de 314 mil eleitores dos 333.347 inscritos para o voto antecipado exerceram o seu direito no domingo, correspondendo a uma afluência de 94,45%, segundo o balanço enviado à Lusa pela secretaria-geral do Ministério da Administração Interna.
De acordo com a sondagem mais recente da Aximage, realizada para o Folha Nacional, se as legislativas se realizassem agora, o CHEGA alcançaria 20% das intenções de voto, ou seja, ultrapassaria o valor que obteve nas eleições de março 2024 (18%).
O presidente do CHEGA, André Ventura, abandonou hoje pelas 09:44 o hospital de Faro, onze horas depois de te dado entrada naquela unidade hospitalar, na sequência de se ter sentido mal enquanto discursava num jantar comício em Tavira.
O líder do CHEGA considerou hoje que a vitória da AD – Coligação PSD/CDS-PP nas legislativas de domingo “é uma possibilidade em cima da mesa” e antecipou que os eleitores darão uma “maioria absolutíssima” à direita, com o seu partido.
O presidente do CHEGA, André Ventura, voltou hoje a dizer que espera que os eleitores deem "um cartão vermelho" aos partidos que sustentam o Governo, e defendeu que os portugueses "querem uma mudança".
O Presidente do CHEGA disse hoje que tem recebido denúncias de que os boletins de voto não estão a chegar aos portugueses que votam no estrangeiro e pediu à Comissão Nacional de Eleições (CNE) que esclareça esta questão.
O presidente do CHEGA, André Ventura, condenou hoje o incidente em que o líder da IL foi atingido com pó verde e considerou que quem o fez prestou "um péssimo serviço à democracia".