A adesão ao quarto dia de greve dos tripulantes de cabine da easyJet era às 08:00 de 100%, estando apenas a ser cumpridos os serviços mínimos em Lisboa e no Porto, disse à Lusa fonte sindical.
Os tripulantes de cabine da easyJet cumprem hoje o quarto dia de uma greve que teve início em maio e se prolonga pelo início de junho, num total de cinco dias, acusando a transportadora de “precarização e discriminação” face aos outros países.
“À semelhança dos outros dias de greve a adesão é de 100%. Os voos já tinham sido cancelados previamente pela empresa aquando do nosso pré-aviso de greve e dos serviços mínimos decretados”, disse à Lusa o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
De acordo com Ricardo Penarroias, hoje só estão a realizar-se serviços mínimos em Lisboa e no Porto
“Em Faro não há, os voos estão todos cancelados”, adiantou, acrescentando que ainda não tem informação sobre o número de voos cancelados hoje.
De acordo com o presidente do SNPVAC, a empresa assumiu que o impacto da greve seria de 100% e, por isso, cancelou voos antecipadamente.
“Quanto às negociações continuamos num impasse. A empresa tem uma postura que nós não entendemos muito bem. Confrontados com o pré-aviso de greve, a empresa decidiu que não quer sentar-se à mesa connosco durante o período de greve”, contou.
No dia 11 de maio, em comunicado, SNPVAC disse que a easyJet continua a considerar os tripulantes das bases portuguesas “trabalhadores menores” perpetuando a sua “precarização e discriminação relativamente aos colegas de outros países”.
De acordo com o sindicato, “o clima de tensão e desagrado e o longo impasse na resolução dos diversos diferendos laborais, levaram o SNPVAC a apresentar um pré-aviso de greve” para os dias 26, 28 e 30 de maio e 01 e 03 de junho.
Nos três dias de greve já cumpridos, o sindicato e a transportadora têm apresentado números muito diferentes, com a easyJet a referir adesões de 55%, 70% 60% e a estrutura sindical a apontar para 100%.
A paralisação abrange “todos os voos realizados pela easyJet”, bem como os “demais serviços a que os tripulantes de cabine estão adstritos”, cujas “horas de apresentação ocorram em território nacional com início às 00:01 e fim às 24:00 de cada um dos dias” mencionados, lê-se no pré-aviso de greve, divulgado pelo sindicato.
Quando a paralisação foi marcada, a easyJet disse ter ficado “extremamente desapontada” com a convocação da greve, considerando a proposta do sindicato de aumentos entre os 63% e os 103% “impraticável”, e anunciou que ia fazer alterações nos voos antes da greve, para mitigar o impacto nos clientes.
Num comunicado no dia 19 de maio, o SNPVAC garantiu que “a easyJet decidiu previamente proceder ao cancelamento massivo de voos: dos 458 voos originais a saírem das bases portuguesas de Lisboa, Porto e Faro, a companhia já cancelou previamente 384 voos, ou seja, 84% dos voos planeados”.