Mentiras sobre o SIS embrulham ainda mais o Governo

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Foi finalmente ouvido esta semana no parlamento, na Comissão de Assuntos Constitucionais, o secretário de Estado-Adjunto do primeiro-ministro, Mendonça Mendes, onde confirmou ter falado com o ministro João Galamba na noite de 26 de abril, mas não sobre o SIS, contrariando assim a versão apresentada pelo ministro das Infraestruturas na Comissão de Inquérito à gestão da TAP.

Mendonça Mendes rejeitou ainda qualquer causalidade entre esse telefonema e o reporte aos serviços de informações do computador levado do Ministério das Infraestruturas, que, na versão de João Galamba, foi efetuado pela sua chefe de gabinete, Eugénia Cabaço Correia.

“Eu confirmo que o senhor ministro das Infraestruturas me telefonou na noite de 26 de abril para me relatar os acontecimentos no Ministério das Infraestruturas”, declarou António Mendonça Mendes no parlamento, no âmbito da referida audição que foi requerida com caráter obrigatório depois de ter sido chumbada pelo Partido Socialista, sobre a “sua intervenção no contexto da recuperação pelo SIS” do computador de serviço de Frederico Pinheiro, ex-adjunto de João Galamba.

De recordar que o ministro das Infraestruturas, quando questionado na Comissão de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP sobre quem lhe tinha dito para contactar o SIS, foi perentório a afirmar que havia sido o gabinete do primeiro-ministro e que, dentro do gabinete de António Costa, foi especificamente o secretário de Estado Adjunto, Mendonça Mendes.

O ministro sublinhou, no entanto que, entretanto, o SIS já tinha sido contactado pela sua chefe de gabinete, Eugénia Correia. “Terem-me dito que era importante reportar ao SIS não é o que levou a que o SIS fosse contactado, porque quando transmiti isso à minha chefe de gabinete percebi que isso já tinha acontecido. Num certo sentido, o que aconteceu foi: ‘ainda bem que fizeste aquilo que agora me disseram que era importante fazer'”, disse João Galamba aos deputados.

Por sua vez, o líder do CHEGA, André Ventura, adiantou que, face a todas estas contradições, o partido vai pedir novamente que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, seja ouvido na comissão de inquérito à TAP, dizendo que esta “é a última oportunidade” para o governante “dizer a verdade sobre de que forma, quem e porquê o aconselharam a recorrer ao SIS”.

Depois da audição de Mendonça Mendes, André Ventura sublinhou ter ficado “com informação mais segura de que foi da cabeça de João Galamba ou da sua chefe de gabinete que partiu a chamada para os serviços de informações”.

“Em qualquer caso, daremos também conta ao senhor presidente da comissão de inquérito que as declarações do ministro João Galamba devem relevar para efeitos penais uma vez que houve uma mentira a 90%, 95% ou 99% de certeza, dada sob juramento a esta comissão de inquérito”, afirmou.

Para o CHEGA é “imprescindível que esta comissão não encerre os seus trabalhos sem que João Galamba diga a verdade” e que “as suas declarações sejam enviadas para o Ministério Público para os devidos efeitos”.

Ventura insistiu ainda que Galamba não tem “condições de autoridade política” para continuar a ser ministro e apelou ao primeiro-ministro, António Costa, que o demita.

Ventura disse ainda que o país vive num rol de mentiras: “Fica claro para todo o país o rol de mentiras em que estamos envolvidos”, sublinhando os discursos contraditórios entre João Galamba e Mendonça Mendes.

“Tivemos o ministro João Galamba a dizer que tinha tido indicação do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Mendonça Mendes, para contactar o SIS, e depois tivemos o mesmo secretário de Estado a dizer que Galamba não o tinha feito.”

*Com Agência Lusa

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