CHEGA quer plano contra a corrupção em todos os municípios

© Folha Nacional

Todos os anos, e segundo os dados mais recentes que datam de 2018, a corrupção custa ao erário público 18,2 mil milhões de euros.

O valor é apontado num relatório apresentado no Parlamento Europeu, na data já referida, que coloca Portugal como o 11º país, dos 28 Estados-membros da União Europeia, mais penalizado financeiramente com a corrupção.

Para o Partido CHEGA, este é um dos “maiores problemas que existe na sociedade portuguesa”.

“É como uma erva daninha que está sempre a crescer. As poucas medidas que se aprovam na Assembleia da República para o combate à corrupção não são suficientes para diminuir, significativamente, o número de crimes de corrupção com o dinheiro público que são cometidos todos os anos”, refere André Ventura ao Folha Nacional.

A título de exemplo, para que se compreenda a dimensão do problema, a receita total consolidada para a área da Saúde – valor inscrito no Orçamento do Estado para este ano – foi de 14,8 mil milhões de euros contra os 18,2 mil milhões que o erário público perde todos os anos para a corrupção –8% do PIB.

“O que não falta são processos de corrupção que envolvem autarcas, ex-autarcas, governantes e ex-governantes. As autarquias são um dos principais motores da corrupção em Portugal”, lamenta André Ventura.

A verdade é que são mais de duas dezenas os autarcas e ex-autarcas que estão envolvidos em casos de corrupção, prevaricação, participação em negócio, entre outros crimes.

Um dos casos mais recentes e mais sonante envolve o ministro das Finanças e o ministro do Ambiente de António Costa, Fernando Medina e Duarte Cordeiro, respetivamente. Os alegados crimes de corrupção e prevaricação remontam à época em que Medina era o presidente da Câmara Municipal de Lisboa e Duarte Cordeiro o seu ‘braço direito’.

Mas há também o caso de Miguel Alves, ex-secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro que é suspeito do crime de prevaricação quando era presidente da Câmara Municipal de Caminha.

Também João Galamba (atual ministro das Infraestruturas), Pedro Siza Vieira (ex-ministro da Economia de António Costa) e João Matos Fernandes (ex-ministro do Ambiente de Costa) são visados num processo que investiga crimes de corrupção e tráfico de influências.

Já o deputado do PSD e ex-presidente da Câmara Municipal de Espinho, é suspeito de corrupção passiva, prevaricação, tráfico de influência e abuso de poder.

E quem não se lembra do (novamente) presidente da Câmara Municipal de Oeiras? Isaltino Morais foi condenado, em 2009, a sete anos de prisão e a perda de mandato por fraude fiscal, abuso de poder e corrupção. Cumprida a pena, voltou a candidatar-se à liderança da autarquia e venceu as eleições.

Ou de Valentim Loureiro, então presidente da Câmara Municipal de Gondomar, que foi condenado a três anos e dois meses de cadeia, com pena suspensa por igual período, por abuso de poder e prevaricação?

Estes são apenas alguns dos muitos exemplos de crimes cometidos em autarquias entre autarcas e empresas envolvendo o dinheiro dos contribuintes.

O presidente do CHEGA acredita que a única forma de combater este flagelo é através de um plano a ser aplicado em todos os municípios do país.

“Nós somos a favor da criação de um Plano Municipal Contra a Corrupção em todas as autarquias do país”, revela, em primeira-mão, ao Folha Nacional, explicando que “se não houver este controlo apertado sobre os negócios que são feitos nos municípios com o dinheiro que é de todos os portugueses, nunca conseguiremos acabar com, pelo menos, grande parte da corrupção e prevaricação que existe em termos locais”.

“Esta é, sem dúvida, uma importante arma na luta contra a corrupção. Se é a solução para todos os problemas? Não, obviamente que não é, mas é um primeiro passo que deve ser dado o quanto antes”, rematou o líder do CHEGA.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA quer ouvir a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, na Assembleia da República, com caráter de urgência, sobre o "turismo de saúde" e o impacto que poderá ter no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O processo orçamental entra na semana decisiva, com a entrega na quinta-feira do Orçamento do Estado de 2025 (OE2025), no parlamento, após meses de discussão entre Governo e a oposição sobre quem viabiliza as contas do país.
Pelo segundo ano consecutivo as cerimónias da Implantação da República, que se realizam hoje na Praça do Município, em Lisboa, foram vedadas ao público, tendo acesso apenas pessoas autorizadas.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse esta sexta-feira que o turismo de saúde é uma “matéria sensível” com alguns contornos que têm de ser investigados, mas reforçou que o Serviço Nacional de Saúde “não deixa ninguém à porta”.
A ministra da Saúde negou hoje qualquer pressão sobre as Unidades de Saúde Familiar, revelando que a declaração prévia em que as equipas se comprometem a aceitar os médicos de família que para ali concorrem já existia.
O líder do CHEGA, André Ventura, acusou o atual líder do executivo, Luís Montenegro, de ter mentido quando assegurou não ter qualquer acordo orçamental com o PS e acusou o Presidente da República de perturbar o funcionamento das instituições e ser fonte de intriga.
A Avenida Almirante Reis, em Lisboa, foi o palco de uma manifestação massiva organizada pelo partido CHEGA, onde milhares de apoiantes acompanharam o líder do partido, André Ventura, num protesto contra a “imigração descontrolada” e a “insegurança”.
O primeiro-ministro apresentou a Pedro Nuno Santos uma contraproposta sobre a redução do IRC, que em vez de cair para 17% no final da legislatura decresce para 15%, sendo que em 2025 o corte é de um ponto percentual.
O partido CHEGA apresentou, na quarta-feira, dia 25 de setembro, um Projeto de Resolução que recomendava ao Governo a alteração das regras de inscrição nas creches aderentes ao programa “Creche Feliz”, de forma a dar prioridade às crianças cujos pais sejam trabalhadores.
O primeiro-ministro e líder do PSD acusou hoje o PS de querer condicionar "80% da margem orçamental" do Governo, rejeitando o argumento de que na negociação do próximo Orçamento só estejam em causa duas medidas ou 1% do documento.