10 Maio, 2024

O futuro troço da linha de alta velocidade Porto-Vigo

“O FUTURO TROÇO DA LINHA DE ALTA VELOCIDADE PORTO-VIGO É UM DOS PRINCIPAIS INVESTIMENTOS PROJETADOS NA MODERNIZAÇÃO DA REDE FERROVIÁRIA QUE LIGA PORTUGAL À EUROPA, NO ÂMBITO DO EIXO ATLÂNTICO.”
Mas porquê uma ligação de Alta Velocidade entre Porto e Vigo? Justificará? Não nos parece que justifique e, no futuro, será considerado um investimento megalómano, apenas para regozijo do poder central e de autarquias da mesma cor partidária, resultando em “negócios futuros”que “ninguém”saberá explicar.
Portugal deve sim, investir na alta velocidade, mas numa única ligação de bitola europeia, que ligue o país a Madrid e à Europa, não só sob o ponto de vista de transporte de passageiros, mas muito mais importante, visando o transporte de mercadorias. Neste aspecto, fundamental, porque se trata de redução de custos para as Empresas, mas também na geração de externalidades positivas em relação ao Ambiente, e autonomia de dependência de combustíveis fósseis.
Não me atrevo a falar de investimento total do projecto, na medida que o “governo” socialista considera os investimentos no âmbito do PRR, altamente “dinâmicos e flexíveis”, no entanto, e só para a nova infraestrutura ferroviária, Braga/Valença, estamos a falar de cerca de 1000 milhões de Euros (não entrando nas derrapagens a que nos habituou o “governo”).
Muitos, numa óptica regionalista, levantam a questão de porque não aproveitar a “Linha do Minho”, adaptando-a e modernizando-a. Infelizmente, dadas as características técnicas e tecnológicas do projecto da “Alta Velocidade” não é possivel. Por outro lado, e numa óptica mais objectiva e entendível, o “TGV” não é um comboio regional para parar em todas as “Estações e Apeadeiros”.
Mas vejamos porque falo de um projecto megalómano, e ineficiente, na ligação de “Alta Velocidade”Porto-Vigo.
Imediatamente, o custo elevado de construção e futura manutenção, embora os “milhões de Bruxelas”, na fase inicial, à semelhança de outrora da rede viária, cubram grande parte do investimento. A implementação de uma infraestrutura desse género exige um investimento considerável em termos de recursos financeiros, tempo e esforço. Os custos de construção, expropriação de terras e a necessidade de adaptação da geografia dos terrenos ou áreas protegidas podem ser significativos e extendidos no tempo,originando derrapagens face ao investimento inicial.
Além do mais, há questões relacionadas com a rentabilidade económica desse tipo de projeto, atrevo-me mesmo a dizer, com a cobertura de custos de estrutura, funcionamento e operação, já que as amortizações são “esquecidas” em sede de OE. Simplificando, uma ligação de alta velocidade entre o Norte de Portugal e a Galiza exigiria um fluxo constante de passageiros para justificar o investimento e os custos contínuos de operação. Se o número de passageiros não for suficiente para cobrir os custos operacionais, pode haver um impacto negativo nas finanças públicas e um desperdício de recursos.
Também é importante considerar os potenciais impactos sociais, turísticos e culturais. A implementação de uma ligação de alta velocidade poderia levar à desvalorização de outras formas de transporte nas estradas e linhas ferroviárias existentes. Isso pode resultar em desequilíbrio no acesso aos serviços de transporte, afetando negativamente comunidades que dependem dessas infraestruturas pré-existentes, nomeadamente, ao nível do Turismo e todas as actividades que lhe estão associadas, Hotelaria & Alojamento Local, pequenos negócios e entidades culturais. É necessário perceber que para rentabilizar a “Alta Velocidade”, o comboio efectuaria no máximo, uma paragem em Braga, sendo já contraproducente, porque se encontra somente a 50 km do Porto.
Em suma, há tantas outras áreas onde promover o Investimento Público e criar condições globais favoráveis ao Investimento Privado, porque “torrar” dinheiro em megalomanias? No Norte, identifico 4 áreas muitíssimo mais importantes para o desenvolvimento endógeno da Região, são elas: o CLUSTER DO MAR, a REINDUSTRIALIZAÇÃO, o TURISMO e a AGROFLORESTA.

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