Administradores de insolvência da Groundforce rejeitam despedimento coletivo

© Groundforce

Os administradores de insolvência da Groundforce garantiram aos trabalhadores que não haverá nenhum despedimento coletivo e que a saída de cerca de 300 trabalhadores da empresa será realizada através de rescisões por mútuo acordo, segundo uma circular.

No documento, enviado a todos os trabalhadores e a que a Lusa teve acesso, os administradores de insolvência, Bruno Costa Pereira e Pedro Pidwell refutaram “em absoluto que esteja previsto o recurso ao despedimento coletivo como via para operar a saída de trabalhadores”.

Segundo a circular, “com efeito, e tendo podido ser esse o caminho a seguir, nunca, em momento algum, foi esta a opção considerada”, destacaram.

“Sendo – conforme se fez alusão no plano [de insolvência da empresa], – necessário ajustar o quadro de pessoal em cerca de 300 trabalhadores, a opção consignada e que se viu, aliás, negociada e apresentada às estruturas sindicais no âmbito da renegociação do acordo da empresa, primará por rescisões por mútuo acordo, em condições a ser acordadas para o efeito”, asseguraram.

Os administradores de insolvência pediram ainda “união, serenidade e confiança, de forma a possibilitar a integração da Groundforce Portugal no seio de um grupo que se constitui referência mundial para o setor, e que gerará inúmeras oportunidades de aprendizagem, crescimento, e evolução para todos os trabalhadores”.

Assim, “e caso a opção fosse, conforme alguns pretendem fazer crer, o recurso ao despedimento coletivo, teriam os administradores da insolvência optado por fazer constar tal prorrogativa no plano de recuperação”, destacaram, explicando que “nesse caso, os montantes e as condições em que os mesmos se veriam liquidados seriam inclusivamente regulados no documento”.

“Pelo contrário, o plano de recuperação que foi apresentado e que se verá votado no dia 27 de setembro, não fere nenhum dos direitos dos trabalhadores, assegurando que os seus créditos efetivos se verão liquidados de forma expedita (no máximo, 60 dias após o trânsito em julgado da sentença de homologação do plano) e sem recurso às moratórias a que os demais credores da empresa se verão, em caso de aprovação do plano, sujeitos”, lê-se na circular.

Segundo os administradores de insolvência, trata-se de “assegurar que todos os trabalhadores preservam a integralidade dos seus direitos e que as eventuais saídas apenas se verão negociadas uma vez se encontre encerrado o processo de insolvência, e enquadradas num modelo de adesões voluntárias e por mútuo acordo”.

Os responsáveis acreditam que “as condições acordadas possam constituir uma oportunidade para o coletivo dos trabalhadores, pese embora o maior esforço financeiro que esta solução implica para a empresa”.

Segundo o documento, “o plano apresentado pelos administradores da insolvência, e que é o corolário de muitos meses de exigentes negociações, procurou, dentro do quadro de grande dificuldade e exigência que a situação da empresa acarreta” nomeadamente devido ao “elevado passivo que acumulou antes da declaração da insolvência e que agora terá de se ver reembolsado aos credores, conjugado com a necessidade de se ver acometido um investimento de grande monta que permita assegurar a continuidade da atividade”, que, recordam está regulada e sujeita a concurso para renovação das licenças atuais, a expirar até abril de 2025, e salvaguardar “em especial e desde logo, a integralidade dos direitos dos trabalhadores”.

O plano, destacam, procura ainda “garantir a recapitalização adequada da empresa que lhe permita assegurar a robustez necessária para encarar o futuro com confiança e otimismo, num mercado que se apresentará cada vez mais concorrencial e exigente, mas onde o ‘know-how’, o profissionalismo e o empenho dos seus trabalhadores continuará a fazer a diferença e a marcar, pela positiva, o futuro do setor em Portugal e no mundo”.

A versão preliminar do plano de insolvência da Groundforce contempla, entre várias medidas, a rescisão com cerca de 300 trabalhadores num período de dois anos após a homologação, lê-se no documento, a que a Lusa teve acesso.

“Tendo em vista assegurar que a SPdH (Groundforce) mantém uma estrutura de pessoal adequada às suas necessidades, a empresa irá promover uma redução de trabalhadores efetivos, mediante a cessação de contratos de trabalho por tempo indeterminado, preferencialmente por mútuo acordo, de aproximadamente 300 trabalhadores”, segundo o documento, dos administradores de insolvência.

Últimas de Economia

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou hoje que a taxa de inflação homóloga foi de 2,3% em outubro, menos 0,1 pontos percentuais do que a verificada em setembro.
O número de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais aumentou 4,8% até setembro, face ao mesmo período de 2024, para 57,028 milhões, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O índice de volume de negócios nos serviços subiu 2,6% em setembro face ao mesmo mês de 2024, mas desacelerou 0,2 pontos percentuais relativamente a agosto, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O preço da carne de novilho não para de subir e já pesa no bolso dos portugueses. Em apenas dois anos, o quilo ficou 5 a 6 euros mais caro, um aumento de quase 100%, impulsionado pela guerra na Ucrânia e pela alta dos cereais que alimentam o gado.
As três maiores empresas do setor energético exigem a devolução de milhões de euros pagos ao Estado através da Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), um imposto criado para financiar a redução da dívida tarifária e apoiar políticas ambientais, mas que, segundo o tribunal, foi aplicado de forma ilegal no setor do gás natural.
As exportações de bens aumentaram 14,3% e as importações subiram 9,4% em setembro, em termos homólogos, acumulando um crescimento de 1,9% e 6,5% desde o início do ano, divulgou hoje o INE.
O valor médio para arrendar um quarto em Lisboa ou no Porto ultrapassa metade do salário mínimo nacional. Perante a escalada dos preços e orçamentos familiares cada vez mais apertados, multiplicam-se as soluções alternativas de pousadas a conventos, para quem procura um teto a preços mais acessíveis.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que Portugal deve optar por reduzir as isenções fiscais e melhorar a eficiência da despesa pública para manter o equilíbrio orçamental em 2026, devido ao impacto das descidas do IRS e IRC.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai pedir um reforço em 250 milhões de euros da garantia pública a que pode aceder para crédito à habitação para jovens, disse hoje o presidente executivo em conferência de imprensa.
O índice de preços dos óleos vegetais da FAO foi o único a registar um aumento em outubro, contrariando a tendência de descida generalizada nos mercados internacionais de bens alimentares. O indicador subiu 0,9% face a setembro, atingindo o nível mais elevado desde julho de 2022, segundo o relatório mensal divulgado pela organização.