“O que vi no PSD não me agradou: demasiados interesses que nada têm que ver com o país”

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António Pinto Pereira nasceu em Luanda em 1964. É advogado e professor universitário com 30 anos de carreira, lecionando atualmente no ISCSP, onde também é investigador e membro integrado do Instituto do Oriente. Autor de mais de trinta livros publicados, António Pinto Pereira é também conhecido dos portugueses por ser comentador regular de temas jurídicos na televisão (CNN Portugal, RTP, SIC, SIC Notícias e TVI).

 

Recentemente assumiu publicamente a sua fi liação no partido CHEGA. Pode dizer-nos o que o levou a deixar a sua militância no PSD e a fi liar-se no CHEGA?

Ponderei muito antes de tomar esta grande decisão. É uma mudança de vida. Para melhor. O que vi no PSD não me agradou. Existem por lá demasiados interesses pequenos que nada têm que ver com o país ou com os problemas dos portugueses. Ao contrário disso, o que vi no CHEGA foram muitas pessoas honradas, bem formadas, sérias, distintas, com vontade e empenhadas em travar o combate das suas vidas na luta por Portugal. Além disso partilhamos as mesmas causas: a luta contra a corrupção e os bandidos (criminosos, pedófilos, violadores); a defesa das mulheres, das crianças, dos idosos; a proteção dos jovens e do abandono do nosso país às centenas; a defesa do nosso glorioso passado, da nossa Pátria e dos seus valores ancestrais. E, acima de tudo, por achar que estavam demasiado sozinhos nesta luta tão digna e tão honrosa em que todos querem destruir André Ventura e o CHEGA. E isso fez-me sentir ainda mais que deveria estar ao seu lado na batalha das nossas vidas. Por Portugal.

Sentiu-se bem acolhido? O que é que encontrou no CHEGA que não viu no PSD?

Nunca imaginei que a integração na vida de um partido político pudesse passar por me fazer sentir em família. Nunca vi nada assim antes. A dignidade da luta de todas as pessoas que integram o CHEGA faz com que tornem a sua união numa enorme demonstração de verdadeira amizade e afeto entre todos. Nunca vi nada assim em parte alguma. E nunca pensei encontrar tantas manifestações e tantos gestos de carinho. Receberam-me todos, sem exceção, com o coração. E sou muito sensível a isso, porque também sou assim. Só sei falar e sentir com o coração. Por isso sinto-me hoje em casa! E imensamente feliz por ter dado este passo. Tenho de dar graças a Deus por me ter ajudado nesta mudança de vida.

É habitual que quem se aproxima do CHEGA, nomeadamente quando se trata de fi guras com exposição mediática, sofra consequências negativas. Já sofreu alguma retaliação mais violenta em consequência da sua filiação?

Nunca pensei que poderia ser tão atacado apenas por ter decidido ir para o CHEGA. E mesmo antes de entrar e não sendo candidato a coisa alguma fui chamado de tudo, principalmente na rede Twitter, hoje X, mas procurei, com a humildade e a verdade com que procuro estar na vida, dar explicação e responder às muitas centenas de mensagens em todas as redes sociais onde fui questionado e criticado pela minha decisão. Mas sinto este primeiro impacto vencido. E hoje estar no CHEGA já é um dado assente.

As pessoas de fora ainda têm uma imagem do CHEGA que é deturpada e falsa, mas que vão modificar com o tempo, como me aconteceu a mim.

Há um ano, quando comecei a ter várias intervenções académicas no CHEGA, os meus amigos mais próximos diziam-me que me ia aproximar de pessoas diabólicas, vestidas de vermelho e com caudas compridas. E o que eu vi foram pessoas sérias, bem formadas, equilibradas, ponderadas, ao lado das suas famílias, de mãos dadas, motivados por quererem um dia deixar este país melhor aos seus filhos. E, com seriedade, ninguém pode ser criticado por esse desígnio tão genuíno e tão único.

Como analisa os recentes acórdãos do Tribunal Constitucional sobre a organização interna do CHEGA que vão obrigar o partido a realizar uma nova Convenção? E como vê o recente acórdão que permite o partido ir a eleições na Madeira?

Fiquei muito apreensivo com o Tribunal Constitucional, que pode ser sempre usado como uma arma poderosa contra a democracia. Até pela composição dos seus juízes, com origem no PS, no PSD e no PCP e por estes partidos terem todos medo do crescimento do CHEGA que já é uma realidade incontornável.

Em breve será o maior e o mais importante partido desta nação. Não tenho nenhuma dúvida disso. E o Tribunal Constitucional fez a leitura certa: que seria gravemente mal interpretado se continuasse a combater a democracia e as escolhas dos portugueses. Porque, apesar de tudo, ainda é um Tribunal.

E com uma enorme responsabilidade na garantia do Estado de Direito.

O facto de o Tribunal Constitucional ter 10 juízes, em 13, escolhidos pela Assembleia da República não fará dele um tribunal excessivamente politizado?

Isso é indesmentível. As orientações e a interferência dos partidos que nomeiam os juízes nas suas decisões nunca poderão deixar de ocorrer, com base neste sistema.  Ainda que eu queira acreditar que muitos daqueles magistrados tenham consciência e elevação quando colocam os seus nomes numa decisão sem rosto, mas com consequências para toda a Nação.

As eleições europeias estão aí à porta, faltando menos de um ano para que se realizem. Qual a importância destas eleições no contexto político português?

As eleições europeias são cruciais. De acordo com os dados, Portugal é o país com maior confiança na Europa. Mas o sexto que menos vota nestas eleições. As pessoas estão cansadas de ver que os políticos só estão na política para enriquecerem e manterem um estado de vida que sem a política não teriam. A maior parte são profissionais da política. E os cargos de eurodeputados são quase um prémio que é dado em fim de carreira aos amigos dos partidos. Por essa razão ninguém ouve mais falar destes deputados depois de serem eleitos. O que é uma vergonha. Especialmente porque não defendem os interesses de Portugal nem dos portugueses.

Nós costumamos viver de costas voltadas para duas realidades de importância crucial para Portugal: o mar e a Europa.

Tenho total convicção que o CHEGA vai ter um resultado esmagador e surpreendente nestas eleições. Até para mostrar ao país e ao mundo que não precisamos dos outros partidos para fazermos a diferença. Os outros é que em breve vão precisar do CHEGA. Só precisamos da nossa fé e de nunca esmorecer na nossa esperança por um futuro melhor para Portugal.

Devemos isso aos nossos filhos. E aos filhos dos nossos filhos.

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