O secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, esteve hoje reunido com a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) para discutir a situação laboral na IP – Infraestruturas de Portugal e nas suas filiadas.
“Na reunião foram abordadas questões como o aumento intercalar, já que a IP foi a única empresa pública onde não houve negociação, mas imposição que ficou aquém das atualizações salariais das outras empresas, nomeadamente da CP”, adiantou o coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira, em declarações à Lusa.
Em cima da mesa esteve também a necessidade de se fazer uma “discussão profunda” sobre a “extrema dificuldade em fixar trabalhadores”.
Conforme apontou, alguns profissionais com 10 a 15 anos de casa estão a abandonar a empresa.
Por outro lado, quando se recrutam novos trabalhadores “tem que se violar a contratação coletiva”, uma vez que estes entram com condições “acima dos que já estão na empresa”.
Da parte do Governo, segundo notou a Fectrans, “houve algum reconhecimento”, mas não compromissos.
Contudo, o executivo vai dar orientações à administração da IP para “até dentro de um mês e, se possível, ainda em setembro”, agendar uma reunião com os sindicatos ferroviários.
José Manuel Oliveira disse ainda que o secretário de Estado apresentou algumas “ideias e balizamentos” sobre a negociação, o que não deixou o setor “aliviado ou com boas perspetivas”, mas sim com preocupações.
“Não estivemos a discutir propostas em concreto, mas a análise que fazemos relativamente à situação [na empresa]. Não houve qualquer compromisso, a não ser que haja um processo de negociação”, concluiu.
Os trabalhadores, que têm vindo a realizar várias paralisações, reivindicando melhores condições laborais, acusam também a administração da empresa de fugir à negociação coletiva.