Mota Amaral diz que líder nacional do PSD pôs-se “em bicos de pés”

O dirigente histórico e fundador do PSD Mota Amaral declarou, num artigo de opinião hoje publicado, que não tem memória de um líder nacional do partido pôr-se "em bicos de pés” nas eleições da Madeira.

© DR

O antigo presidente da Assembleia da República e presidente do Governo dos Açores, num artigo de opinião publicado nos três jornais diários de Ponta Delgada, considera que Alberto João Jardim, antigo presidente do governo madeirense, “nunca o teria consentido”.

“Não me recordo de ter havido em anteriores noites eleitorais, no Funchal, líderes partidários nacionais, acompanhados de outros dirigentes do mesmo nível, pondo-se em bicos de pés para aparecem na televisão, fazendo declarações políticas sobre os resultados e com antecipação sobre os líderes regionais”, afirma Mota Amaral.

O histórico do PSD considera que “agora os tempos são outros e entrou-se num clima de vale tudo”, tendo sido este um “momento penoso e particularmente infeliz” de Luís Montenegro.

Mota Amaral, referindo-se especificamente às eleições legislativas regionais de domingo, na Madeira, considera que a vitória social-democrata “teve um certo sabor amargo, porque falharam o objetivo declarado de confirmar a maioria absoluta que disponham no parlamento regional”.

“Pelo que se viu na Madeira, as coligações não têm vitórias garantidas e até pode dizer-se que , em vez de juntar votos, acabam por dispersá-los”, refere Mota Amaral, que salvaguarda que o eleitorado “dá sinais de preferir dispersar os votos e fazer-se representar por vários partidos (…)”.

Na leitura do político português, “a consequência é a formação de maiorias parlamentares instáveis, ou de geometria variável, tornando os quatro anos de mandato num período de permanente sobressalto com exigências a esmo e acordos publicamente rasgados, coisas que se tem experiência na Região Autónoma da Madeira”.

O ex-presidente da Assembleia da República referiu-se também ao peso do CDS-PP na coligação, questionando o contributo concreto do CDS para o resultado eleitoral. Mota Amaral considera que a dinâmica do exercício do poder deveria ter-se refletido nos votos mas tal não aconteceu.

A Assembleia de Apuramento Geral dos votos das eleições legislativas da Madeira, que se realizaram no domingo, decorre hoje até às 17:00, no Palácio de São Lourenço, no Funchal.

De acordo com os resultados oficiais provisórios da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, a coligação formada por PSD e CDS-PP venceu no domingo as eleições legislativas regionais da Madeira, com 43,13% dos votos, mas sem conseguir obter maioria absoluta, elegendo 23 dos 47 deputados.

O PS elegeu onze deputados, o JPP cinco e o CHEGA quatro, enquanto a CDU (PCP/PEV), o BE, o PAN e a IL elegeram um deputado cada.

O CHEGA e a IL vão estrear-se na Assembleia Legislativa da Madeira, enquanto PAN e BE regressam ao parlamento.

Últimas de Política Nacional

O Grupo Parlamentar do CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que prevê uma isenção alargada do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para habitação própria e permanente, introduzindo novas condições de acesso ao benefício fiscal
O CHEGA reiterou a sua oposição a qualquer aumento nos impostos sobre os combustíveis, defendendo que o Governo deve garantir que os preços não sobem e propondo a eliminação do adicional do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP).
André Ventura reuniu, em apenas cinco horas, as 7.500 assinaturas necessárias para formalizar a sua candidatura à Presidência da República.
O Tenente-Coronel Tinoco de Faria anunciou que decidiu retirar-se da corrida às eleições presidenciais, declarando o seu apoio a André Ventura, numa decisão que descreveu como tomada “em defesa dos valores da Nação”.
“Pode aparecer um maluco...”, foi o que um ativista cigano declarou em entrevista ao Diário de Notícias, referindo-se ao candidato presidencial André Ventura. A menos de três semanas das presidenciais, o caso agrava o clima de tensão em torno da candidatura do líder do CHEGA.
O deputado do CHEGA, Francisco Gomes, afirmou, em audição parlamentar no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2026, que “já existem três organizações terroristas a operar em Portugal”, exigindo explicações ao Governo sobre o alegado funcionamento dessas células no território nacional.
Candidato presidencial reage à abertura de um inquérito por causa dos cartazes da sua campanha. Ventura fala em ataque à liberdade de expressão e garante que não vai retirar a mensagem: “Cumpro a lei, mas não abdico das minhas convicções.”
Decisão de Marco Almeida causa polémica logo na primeira reunião do novo executivo. Autarquia defende legalidade e fala em mérito profissional, mas a nomeação do companheiro de uma vereadora para liderar os SMAS de Sintra levanta críticas e acusações de favorecimento.
A Câmara da Nazaré confirmou a realização de buscas nesta autarquia, mas o antigo presidente, Walter Chicharro, esclareceu que se limitou ao licenciamento urbanístico das vivendas investigadas pela PJ que são propriedade do Estado.
O CHEGA considera que o aumento das pensões deve ser um "desígnio histórico" e propõe, no âmbito do Orçamento do Estado para o próximo ano, uma subida de 1,5%, além do que está previsto por lei.