O sistema, que abrange todos os edifícios do Parque das Nações, exceto o Hospital Cuf Descobertas, foi criado em 1988, quando da exposição internacional de Lisboa Expo-98, e hoje todos os edifícios, residenciais, de comércio ou serviços, estão equipados com um sistema de recolha pneumática de resíduos, sejam os resíduos comuns, o papel ou as embalagens.
A responsável por Operações e Manutenção na Envac, a empresa que instalou e opera o sistema, Rita Miranda, explicou à Lusa que os resíduos são depositados num sistema de redes de tubos subterrâneos e transportados para uma central através de uma corrente de ar.
Nos últimos 25 anos foram transportadas assim 240.775 toneladas de resíduos, provenientes de 40.000 habitações (equivalente a 120.000 habitantes, além das empresas) poupando-se a emissão de muitas toneladas de CO2 por se eliminar a circulação de camiões do lixo em toda a zona do Parque das Nações. A colocação de contentores do lixo nas ruas também não é necessária.
Rita Miranda disse que em 1988 o local recebeu as infraestruturas necessárias para um sistema assim de recolha de resíduos, que só existe no Parque das Nações, e acrescentou que há países, como Espanha, onde a recolha de lixo se faz assim também mesmo em zonas históricas das cidades.
Em termos gerais, em cada edifício há condutas para receber os diversos tipos de lixo, que vão para um depósito e onde, informaticamente controlado, se abrem válvulas de retenção para que o lixo seja empurrado para centrais de recolha, onde aí sim se deslocam os camiões do lixo.
Adiantou ainda que não há cheiros, mas que o vidro não é admitido porque se iria partir com a força do ar e iria danificar as tubagens.
A Envac é uma empresa criada na Suécia e que está hoje em dezenas de países de todo o mundo, tendo começado a operar em Portugal em 1988.
“A Envac ajuda a criar cidades inteligentes e sustentáveis com sistemas que respeitam o ambiente, recuperam recursos de forma eficiente e reduzem o tráfego de veículos pesados e as emissões até 90%”, diz a empresa num comunicado.
O sistema do Parque das Nações, a fazer agora 25 anos, é, segundo a responsável, único no mundo por ser o maior em funcionamento, apesar de haver muitos outros, em países como Espanha, França, Itália, Austrália ou Estados Unidos, abrangendo diariamente mais de quatro milhões de cidadãos.