Fnam diz que críticas de falta de ética fazem ricochete para o Governo

A Federação Nacional dos Médicos afirmou hoje que as criticas do diretor executivo do SNS, que disse que os médicos devem protestar "de forma eticamente irrepreensível" fazem ricochete para o Governo, lembrando que todos os dias cumprem com a ética.

© Facebook / FNAM

“Dá uma no cravo e outra na ferradura”, considerou a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá, sublinhando que Fernando Araújo, apesar de entender que os médicos não queiram fazer mais horas extraordinárias, “parece que não percebe que os médicos querem viver é do seu salário justo e não dessas horas extraordinárias ou de suplementos”.

Sobre as afirmações de Fernando Araújo, que numa entrevista ao Público a dias de mais uma ronda negocial entre Governo e sindicatos médicos deixa um apelo a estes profissionais de saúde, afirmando que devem ” reclamar direitos, mas de uma forma que seja eticamente irrepreensível”, a responsável da Fnam responde: “a falta de ética está no Governo”.

“A falta de ética está neste Governo, e nos outros todos, por terem mantido os médicos em Portugal como sendo os médicos com salários mais baixos a nível europeu”, afirmou.

A responsável da Fnam lembra que “os médicos cumprem com a sua ética e deontologia todos os dias e é graças a isso que mantêm o Serviço Nacional de Saúde a funcionar”.

“E não é só na urgência. É também nas consultas, é nas cirurgias, é nos centros de saúde e é com imenso sacrifício pessoal”, acrescenta a responsável.

Em declarações à Lusa, Joana Bordalo e Sá envia ainda um recado ao ministro da Saúde: “Não pode ser um decreto de sacerdócio obrigatório, porque é isto que nos estão a pedir, que no limite ia levar a que cada um de nós que ainda resta no SNS a abdicar dos seus descansos, da sua vida familiar, das suas reivindicações que são mais do que justas”.

“Portanto, a falta de ética é também do doutor Manuel Pizarro, que parece que ainda não percebeu que os médicos já estão a trabalhar no seu limite há muito tempo (…). Se houver alguma fatalidade, alguma morte, alguma tragédia, que ninguém quer ver no serviço de urgência, será da sua inteira e exclusiva responsabilidade e das políticas que pratica”, acrescentou.

Diz ainda que a Fnam “tem a solução que os médicos também querem ver” que se prende não só com a reposição dos salários, mas também com a melhoria das condições de trabalho, frisando: “Temos oito propostas em cima da mesa e durante 18 meses ignoraram-nas. Não incorporaram rigorosamente nada”.

Sobre a expectativa para a reunião de sexta-feira com o Ministério da Saúde, a responsável diz que são baixas e insiste: “As cedências nesta altura são acima de tudo e por parte do Governo, porque as soluções estão em cima da mesa”.

Últimas do País

O segundo dia de greve dos trabalhadores da função pública estava às 09:00 de hoje a ter uma adesão elevada, com 75% na educação e 90% nas cantinas das universidades e politécnicos, disse à Lusa fonte sindical.
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentaram hoje de manhã tempos de espera que rondava as 12 horas para a primeira observação, segundo dados do portal do SNS.
O desaparecimento de uma bebé no Hospital de Gaia não mostrou apenas uma falha de segurança: revelou um mercado milionário sem escrutínio, contratos feitos à porta fechada e sistemas supostamente infalíveis que afinal podem ser contornados.
Num só ano letivo, entraram mais de 31 mil alunos estrangeiros, um aumento explosivo de 22% que já está a alterar a composição das salas de aula e a desafiar a capacidade de resposta do sistema educativo.
Um globo, lápis, uma ardósia e nada mais. Foi este o ‘cenário natalício’ apresentado por uma escola de Pinhal Novo, após decidir eliminar todos os símbolos da época das fotografias escolares. A decisão caiu mal entre os pais, que acusam o agrupamento de impor uma medida que “ninguém pediu nem compreende”.
Foram emitidos avisos laranja para neve nos distritos da Guarda e Castelo Branco, e para agitação marítima na costa ocidental entre sexta e sábado.
Uma rede criminosa que movimentou mais de 200 milhões de euros em apenas dois anos foi desmantelada pela PJ do Porto. Cinco pessoas foram detidas e 45 arguidos constituídos num esquema gigantesco de branqueamento ligado a comerciantes chineses.
Um jovem de 19 anos foi alvejado no peito por um disparo vindo de um carro em andamento, em plena via pública, em Carnaxide. A vítima está em estado grave e a Polícia Judiciária já assumiu a investigação.
O homem que foi esta quarta-feira encontrado morto nas imediações da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP de Lisboa tinha dado entrada e abandonado, em novembro, a urgência do Hospital de S. Francisco Xavier, adiantou à Lusa fonte hospitalar.
Hospitais sem equipas, comboios imobilizados, metro fechado, autocarros nas garagens e lixo por recolher em várias cidades. A greve geral convocada pela CGTP e UGT (a primeira desde 2013) está a provocar um bloqueio nacional sem precedentes.