Ex-presidente da Câmara de Vila Real de Santo António acusada de corrupção

O Ministério Público acusou a ex-presidente da Câmara de Vila Real de Santo António Conceição Cabrita, empresários da construção e imobiliário, um funcionário do município e um ex-deputado de vários crimes, entre os quais corrupção, foi hoje divulgado.

© Facebook de São Cabrita

A acusação foi feita no âmbito do inquérito designado por Operação Triângulo, revelou o Ministério Público (MP) num comunicado do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, assinalando que entre os 12 arguidos há “11 pessoas singulares e uma pessoa coletiva”.

Em causa, segundo o DIAP de Évora, está a “prática de vários crimes de corrupção passiva e ativa de titular de cargo político, abuso de poderes de titular de cargo político, prevaricação de titular de cargo político e falsificação de documento”.

Entre os arguidos estão “uma ex-presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, empresários do ramo da construção e imobiliário, um funcionário do município e um ex-deputado à Assembleia da República”, precisou a mesma fonte.

O MP referiu que a investigação abrangeu a atividade da ex-autarca, entre os anos de 2019 e 2021, tendo sido espoletada por um “processo de venda de terreno municipal para construção de projeto imobiliário de grandes dimensões em Monte Gordo, em procedimentos de contratação pública municipal (em que a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António foi a entidade adjudicante) e no licenciamento de uma obra particular”.

A mesma fonte avançou que o “decisor político municipal” atuou “no exercício e em abuso das suas funções e poderes públicos” e “interveio de forma a alcançar vantagens em proveito próprio e de terceiros, ao longo do tempo, em diversas matérias da competência do município e na área geográfica do mesmo”.

“No despacho final, o Ministério Público deduz pedido de perda de vantagens contra vários arguidos, estando pendente averiguação financeira e patrimonial para eventual dedução de pedido de perda alargada, com intervenção do Gabinete de Recuperação de Ativos”, pode ler-se também no comunicado.

O DIAP de Évora indicou que foram “ainda proferidos despachos de arquivamento relativamente a matérias conexas”.

O MP recordou que a investigação foi conduzida pelo DIAP de Évora e pela Polícia Judiciária (PJ), tendo levado à realização de “diligências de busca e apreensão no Algarve, Lisboa, Leiria e Santarém”.

A mesma fonte adiantou que estas diligências permitiram fazer “pesquisas e apreensões de cariz informático”, tendo sido inquiridas dezenas de testemunhas e realizadas interceções de comunicações telefónicas e similares, bem como seguimentos com recolha de imagem.

A ex-presidente da Câmara de Vila Real de Santo António Conceição Cabrita foi detida a 13 de abril de 2021 pela PJ por suspeitas de irregularidades num negócio imobiliário em Monte Gordo, tendo na mesma data o município sido alvo de buscas.

Conceição Cabrita foi eleita pelo PSD em 2017 para presidir ao município algarvio, depois de ter sido vereadora e vice-presidente do anterior presidente, Luís Gomes, e tinha anunciado que não recandidataria ao cargo nas eleições marcadas para esse ano.

No dia seguinte à operação policial, o deputado António Gameiro confirmou que a Polícia Judiciária fez buscas às suas casas e ao escritório, no âmbito do processo que levara à detenção da presidente da Câmara de Vila Real de Santo António.

Em 16 de abril, Conceição Cabrita, que anunciara a renúncia ao mandato na autarquia, e outros três arguidos saíram em liberdade do Tribunal de Évora, com proibição de contactos entre si e com o deputado António Gameiro.

Entre os arguidos anunciados na ocasião estavam Conceição Cabrita, o empresário Carlos Alberto Casimiro de Matos, a título individual, mas também na qualidade de representante legal da Sociedade Saint Germain – Empreendimentos Imobiliários SA, João Faustino Ribeiro e José Maria Mateus Cavaco Silva.

Últimas de Política Nacional

O antigo presidente da Entidade Reguladora da Saúde Álvaro Almeida vai substituir o anterior diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde, António Gandra d'Almeida, que se demitiu depois de uma investigação sobre acumulação de funções incompatíveis.
O presidente do CHEGA, André Ventura, defendeu na segunda-feira o fim da "ideologia de género", ao enaltecer a ordem executiva anunciada pelo novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de "reconhecer" apenas "dois sexos".
O CHEGA quer ouvir no parlamento o ex-diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra D'Almeida, que se demitiu na sexta-feira, e a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, com caráter de urgência.
De acordo com o CM, as suspeitas remontam a julho de 2023, altura em que Tiago Abreu teria tido, alegadamente, conversas através da rede social Instagram com uma mulher (‘Dália’), de forma a ter relações sexuais com a filha menor dela.
O CHEGA vai candidatar os seus deputados Manuela Tender e Nuno Gabriel para concorrerem respetivamente às presidências das câmaras de Chaves e de Sesimbra, enquanto para a autarquia de Évora foi escolhido o gestor agrícola Ruben Miguéis.
O presidente do CHEGA desafiou hoje o primeiro-ministro e a ministra da Saúde a dizerem publicamente que desconheciam a acumulação de funções do demissionário diretor executivo do SNS e defendeu que a justiça deve atuar neste caso.
O presidente do CHEGA afirmou hoje que vai estar presente, na segunda-feira, em Washington, na posse do Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, juntando-se à delegação do grupo nacionalista no Parlamento Europeu Patriotas pela Europa.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, aceitou o pedido de demissão apresentado hoje pelo diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra D'Almeida.
O Presidente da República anunciou hoje a dissolução da Assembleia Legislativa Regional da Madeira, decisão que obteve parecer favorável de Conselho de Estado, e marcou eleições regionais antecipadas para 23 de março.
O parlamento aprovou hoje a reposição de 302 freguesias por desagregação de uniões de freguesias criadas pela reforma administrativa de 2013.