“É o orçamento da vigarice, da aldrabice e do aumento da carga fiscal”

O presidente do CHEGA classificou hoje o Orçamento do Estado para o próximo ano como o "orçamento da vigarice, da aldrabice e do aumento da carga fiscal" e considerou que "hipoteca o presente e o futuro".

© Folha Nacional

“Este orçamento não hipoteca só o presente, hipoteca também o futuro. Quando o senhor primeiro-ministro promete viagens de comboio e estadias em pousadas, os nossos jovens emigram porque este Governo não lhes dá solução para poderem ficar”, defendeu, apontando que os jovens “não têm nenhuma solução” com esta proposta.

Na sua intervenção no encerramento do debate da generalidade sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano, André Ventura considerou também que, em noite de ‘halloween’, o documento apresentado pelo Governo é “um filme de terror”, com “o terror dos impostos que vão aumentar”.

“Vocês só são campeões em tornar-nos cada dia mais pobres”, acusou, considerando que o Governo está “a criar miséria”.

Apontando “um brutal aumento de impostos”, o deputado defendeu que o Orçamento do Estado para o próximo ano “é o orçamento de maior austeridade da última década”, porque “diz aos portugueses que irão pagar menos IRS, mas depois aumenta todos os impostos que afetam a sua vida”.

Ventura considerou também que, em 2024, os portugueses “pagarão mais para comer, para abastecer o carro, para ter casa, para ter carro”.

Na sua intervenção, o líder do CHEGA criticou também o encerramento de serviços de saúde, apontando que “não há local deste país com urgências que não estejam encerradas, portas que não estejam fechadas, sem solução que este Governo tenha vindo hoje apresentar”.

Assinalando igualmente o aumento do preço da habitação, o presidente do CHEGA criticou o aumento dos lucros dos bancos e acusou o Governo de preferir “escolher a banca aos que trabalham, pagam impostos e sustentam o país”.

“Vamos ter bancos com milhões de lucro por dia, quando há portugueses que não têm 11 euros por dia para gastar, e isso é responsabilidade deste Governo”, atirou.

A administração interna foi outro tema abordado por André Ventura, apontando que o orçamento desta área “vai diminuir 6,7%”, e voltou a criticar a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

“Nós já não temos esperança, sabemos que só no fim deste Governo Portugal pode ter esperança”, defendeu.

No final da sua intervenção, o presidente do CHEGA foi ainda chamado à atenção pelo presidente da Assembleia da República, após se ter voltado a referir a Lula da Silva e Nicolás Maduro como “bandidos”.

Augusto Santos Silva interrompeu para dizer a Ventura que “não pode dirigir-se assim, na Assembleia, a chefes de Estado estrangeiros, de países amigos de Portugal, sem que eu seja obrigado a adverti-lo”.

“Os discursos injuriosos não são permitidos neste plenário”, acrescentou.

Últimas de Política Nacional

O Presidente do CHEGA disse hoje que na quinta-feira irá encontrar-se com o primeiro-ministro e espera chegar a um entendimento quanto às alterações à legislação sobre nacionalidade e imigração e também no que toca à descida do IRS.
O CHEGA quer um desagravamento do IRS maior do que o proposto pelo Governo entre o segundo e o quinto escalões, defendendo que desta forma se repõe "a justiça fiscal" para as famílias da "classe média e média baixa".
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, submeteu pedidos de oposição à consulta pública das suas declarações de rendimentos, que está suspensa até uma decisão final do Tribunal Constitucional, divulgou a Entidade para a Transparência (EpT).
A conferência de líderes parlamentares marcou hoje a eleição do novo provedor de Justiça para o próximo dia 16, candidato que deverá ser proposto pelo PS e que terá de alcançar uma aprovação por dois terços.
O antigo presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva anunciou hoje que não se vai candidatar às eleições presidenciais do próximo ano.
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, lamentou hoje que o atual Governo tenha convocado a concertação social sem acertar a data com os parceiros, ao contrário do que faziam executivos anteriores.
O Presidente do CHEGA afirmou hoje retirar Portugal da Convenção Europeia, se liderar o Governo e o ex-primeiro-ministro José Sócrates ganhar o processo no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, e assegurou que não lhe pagará qualquer indemnização.
A Comissão Parlamentar da Transparência prepara-se para alterar a via de acesso a informação considerada sigilosa, como os pedidos de levantamento da imunidade dos deputados, passando a colocar esses processos num computador específico somente destinado a consulta.
O Tribunal Constitucional (TC) confirmou, em conferência, a decisão definitiva de perda de mandato do presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, do PS, por uso indevido de um carro deste município do distrito do Porto.
O antigo primeiro-ministro José Sócrates apresenta na terça-feira, em Bruxelas uma queixa-crime contra o Estado português no Tribunal dos Direitos do Homem relativa à Operação Marquês, em que é acusado e se arrasta há 14 anos.