O chefe dos serviços de informações, Jochen Hollmann, alegou que o AfD “defende posições inconstitucionais e tornou-se tão radicalizado desde a pandemia do coronavírus que se justifica a vigilância sistemática com o uso de meios de inteligência”.
Por esta razão, os seus serviços ficam autorizados a registar sem restrições dados pessoais de dirigentes do AfD, com o objetivo de “recolher informações sobre as atividades extremistas”.
O partido foi colocado sob observação em 2021 e os elementos recolhidos desde então conduziram as autoridades a tirar uma conclusão: o partido viola tanto “o princípio da dignidade humana, como o princípio democrático e o princípio do Estado de direito”, de acordo com um comunicado dos serviços de informações.
As autoridades registaram numerosas declarações hostis aos migrantes de fé muçulmana, bem como de natureza antissemita.
A Saxónia-Anhalt é o segundo estado onde a AfD é colocada sob vigilância sistemática, depois da Turíngia.
Numa outra região oriental, Brandemburgo, perto de Berlim, a organização juvenil da AfD também está classificada na mesma categoria.
A vigilância rigorosa não teve até agora impacto na forte popularidade da AfD nestas regiões.
A nível nacional, a AfD aproveitou nos últimos meses a insegurança da população, resultante de um novo afluxo de migrantes ao país e das lutas permanentes entre os três partidos da coligação de centro-esquerda do chanceler Olaf Scholz.
As sondagens indicam que o partido de direita radical está agora na segunda posição em intenções de voto (cerca de 21%), atrás dos conservadores, o que lhe permite antecipar bons resultados nas eleições regionais do próximo ano na Turíngia, Brandemburgo e Saxónia.