Espanha identificou terceira falha de geração no sul do país antes do colapso

As autoridades espanholas detetaram uma terceira perda de geração de eletricidade no sul do país 19 segundos antes do apagão da semana passada, revelou hoje a ministra com a tutela da energia, Sara Aagasen.

© D.R.

Na semana passada, a empresa Red Eléctrica (REE), que gere a rede elétrica espanhola, revelou que tinham sido identificadas duas “perdas de geração” consecutivas no sudoeste de Espanha antes do apagão.

A primeira perda foi “superada satisfatoriamente” pelo sistema elétrico, mas 1,5 segundos depois ocorreu uma segunda, a que se seguiu o apagão, segundo a empresa.

Segundo a REE, “é muito possível que a geração [de eletricidade] afetada possa ser solar”, mas sublinhou que todas estas conclusões eram preliminares.

A ministra Sara Aagasen revelou hoje que os primeiros trabalhos da comissão criada pelo Governo espanhol para investigar as causas do apagão identificaram uma “terceira perda de geração” no sul de Espanha 19 segundos antes do corte total de eletricidade, que afetou todo o território continental de Portugal e Espanha.

“Outra perturbação que se soma às duas anteriores. Temos de ver se há relação entre elas”, afirmou, numa entrevista à RTVE, a televisão pública de Espanha.

A ministra disse ser necessário entender por que motivo o sistema “não conseguiu amortecer” estas perturbações e perdas de geração, como normalmente acontece.

Sara Aagasen afirmou que estão a ser analisados mais de 700 milhões de dados de todos os operadores do sistema elétrico espanhol para tentar identificar “situações atípicas” e reiterou que nenhuma possibilidade está excluída, incluindo um ciberataque.

Na semana passada, a Red Elétrica descartou a possibilidade de um ciberataque à empresa, mas o Governo espanhol disse que todas as hipóteses continuam em aberto e que há dezenas de operadores no sistema elétrico, com “mais de 30 centros de operação” em todo o país.

“Há ainda muitas coisas por identificar”, disse hoje a ministra, que defendeu que “a palavra prudência” é a melhor para este momento, apelando de novo para que não haja especulações em relação às causas do apagão.

A ministra voltou também a descartar que um excesso de energias renováveis no sistema tenha sido a causa do problema e considerou que esta explicação é “muito simplista”, porque o sistema elétrico é complexo e “estão em jogo muitas variáveis” que é preciso analisar na totalidade.

Por outro lado, negou que as empresas de energia presentes no mercado espanhol tenham alertado, nos dias e semanas anteriores ao apagão, para alguma situação “relacionada com o incidente” de 28 de abril, numa referência a notícias que têm sido publicadas nos últimos dias por alguns meios de comunicação em Espanha.

Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, durante cerca de 10 a 11 horas, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade anunciou na semana passada a criação de um comité para investigar as causas do ‘apagão’ “excecional e grave” na Península Ibérica.

A organização disse que vai “investigar as causas essenciais, elaborar uma análise exaustiva e avançar com recomendações num relatório final”.

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