CHEGA defende que AR encontre nova solução até à dissolução

O presidente do CHEGA considerou hoje que o parlamento deve tentar um novo diploma sobre os metadados até à dissolução e, apesar de recear uma solução apressada, defendeu a importância de uma nova lei por afetar investigações criminais.

© Folha Nacional

Em declarações aos jornalistas antes de visitar o mercado de Natal no Parque Eduardo VII, em Lisboa, André Ventura desafiou os restantes partidos a trabalhar “a 1000% para garantir que há uma nova proposta em cima da mesa” até à dissolução da Assembleia da República, em 15 de janeiro.

O líder do CHEGA propôs “apresentar ao país uma nova lei de metadados que vá ao encontro à decisão do Tribunal Constitucional”.

O Tribunal Constitucional declarou hoje inconstitucional o decreto do parlamento que regula o acesso a metadados de comunicações para fins de investigação criminal por ultrapassar “os limites da proporcionalidade na restrição aos direitos fundamentais”.

Questionado sobre o assunto momentos depois de anunciada a decisão, André Ventura afirmou que apesar de o CHEGA ter votado a favor da proposta, mas ressalvou esta “não era a solução” do partido.

“Esta não é uma questão partidária, esta é uma questão que toca na investigação criminal. Muitas pessoas talvez não tenham noção do que isto é, mas a lei dos metadados permite a conservação e a análise de dados que são fundamentais em casos de terrorismo, de violação, de homicídio e outro tipo de crimes”, salientou.

Por isso, considerou que uma nova solução “é algo que é bom para o país, que é bom para a investigação criminal, é fundamental para as polícias criminais”.

André Ventura disse recear uma solução apressada, mas sustentou que se o parlamento não tentar legislar agora só o vai “conseguir fazer numa nova maioria, uns meses depois”, apontando que “pode haver investigações criminais que ficam em causa por causa desta lei”.

“É evidente, também não é bom uma solução apressada, mas este é um tema que mexe e toca em investigações criminais que estão em curso sobre terrorismo, violações, crimes sexuais, corrupção, etc. Eu diria que um bom ponto de partida era que todos os partidos, os maiores, dissessem estamos disponíveis para trabalhar, vamos criar um grupo de trabalho imediatamente para propor até 15 de janeiro uma nova lei”, salientou.

Indicando que investigações criminais podem ser postas em causa “por causa da conservação de dados eletrónicos”, o presidente do CHEGA considerou que seria prestar “o pior serviço ao país” os “políticos serem responsáveis por processos serem terminados e a justiça não ser feita por questões meramente formais”.

Após a declaração de inconstitucionalidade da norma do decreto que prevê a conservação generalizada de dados de tráfego e localização até um período de seis meses, o Presidente da República terá de vetar o diploma.

O decreto tinha sido aprovado na Assembleia da República, em votação final global, em 13 de outubro, com votos a favor de PS, PSD e CHEGA e votos contra de IL, PCP, BE e Livre e foi posteriormente enviado pelo Presidente da República para o TC para fiscalização da sua conformidade com a lei fundamental.

Últimas de Política Nacional

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao INEM decidiu hoje suspender os trabalhos durante o período de Natal e Ano Novo e na segunda semana de janeiro, devido às eleições presidenciais.
Num mês em que as presidenciais já se travavam mais nos ecrãs do que nas ruas, André Ventura esmagou a concorrência: foi o candidato que mais apareceu, mais falou e mais minutos ocupou nos principais noticiários nacionais.
O Ministério da Saúde voltou a entregar um contrato milionário sem concurso: 492 mil euros atribuídos diretamente ao ex-ministro social-democrata Rui Medeiros, aumentando a lista de adjudicações diretas que colocam a Saúde no centro da polémica.
A nova sondagem Aximage para o Diário de Notícias atira André Ventura para a liderança com 19,1% das intenções de voto. Luís Marques Mendes surge logo atrás com 18,2%, mas o maior tremor de terra vem do lado do almirante Gouveia e Melo, que cai a pique.
André Ventura surge destacado num inquérito online realizado pela Intrapolls, uma página dedicada à recolha e análise de inquéritos políticos, no contexto das eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro.
Casas de moradores na Amadora foram indicadas, à sua revelia, como residências de imigrantes, uma fraude testemunhada por pessoas pagas para mentir, existindo casos de habitações certificadas como morada de largas dezenas de pessoas.
André Ventura reagiu esta sexta-feira à polémica que envolve várias escolas do país que optaram por retirar elementos natalícios das fotografias escolares, decisão que tem gerado forte contestação entre pais e encarregados de educação.
Os doentes internados e os presos podem inscrever-se para voto antecipado nas eleições presidenciais de 18 de janeiro a partir de segunda-feira, e o voto antecipado em mobilidade pode ser requerido a partir de 04 de janeiro.
O líder do CHEGA acusou hoje o Governo de incompetência na gestão da saúde e considerou que os utentes não podem ser sujeitos a esperar 18 horas numa urgência, e o primeiro-ministro reconheceu constrangimentos e antecipou que poderão repetir-se.
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMMT) decidiu abrir os cofres e fechar a transparência.