“A China é, obviamente, um país soberano que tomará as suas próprias decisões sobre as suas relações, mas estamos muito preocupados com o rumo que isto está a tomar”, afirmaram altos funcionários do Governo de Biden aos jornalistas.
Em declarações à imprensa antes da chamada telefónica, responsáveis da Casa Branca indicaram que Biden pretendia centrar a conversa na preocupação que Washington sente com a ajuda que Pequim tem prestado à máquina de guerra russa, estimando que terá um impacto a longo prazo na segurança europeia.
O mais recente encontro entre os dois presidentes ocorreu em novembro passado, à margem da cimeira do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico, em São Francisco, e este apelo foi uma forma de manter aberto o diálogo para gerir a competição entre as duas super-potências.
Na conversa telefónica de hoje estava na agenda a importância de manter a paz e a estabilidade tanto no Estreito de Taiwan – uma ilha autogovernada cuja soberania é reivindicada pela China e que Washington prometeu defender contra uma possível invasão chinesa – bem como no Mar do Sul da China, rico em recursos e onde Pequim mantém disputas territoriais com países vizinhos.
Biden sublinhou a defesa norte-americana da política de “uma só China” e manifestou também preocupação com “ações desestabilizadoras” no Mar do Sul da China, como o ataque, em março, por vários navios chineses com canhões de água contra um navio filipino naquelas águas disputadas.
Washington também está a pressionar Pequim a usar a sua influência junto do Irão para que este país persuada os Huthis, rebeldes iemenitas que se acredita estarem sob a sua órbita, a pararem de atacar os navios no Mar Vermelho.
As advertências de Biden a Xi também foram levantadas bilateralmente, em momentos anteriores, quando Washington sublinhou que continuarão a ser tomadas medidas para proteger a sua segurança nacional e os seus interesses económicos.
Em 25 de Março, os Estados Unidos associaram Pequim a uma conspiração para realizar campanhas cibernéticas contra infraestruturas críticas, pelas quais sete cidadãos chineses foram acusados.
O Governo de Biden destacou que não se esperavam acordos com esta conversa telefónica, mas sim uma atualização que antes não foi possível devido à dificuldade logística de a organizar com uma diferença horária de 12 horas.
A conversa entre os dois dirigentes será seguida de visitas à China de outros membros do Governo norte-americano, incluindo uma deslocação da secretária do Tesouro, Janet Yellen, nos próximos dias, e do secretário de Estado, Antony Blinken, nas próximas semanas.