CHEGA vota contra moção de rejeição e saúda “aproximação” em certas áreas

O CHEGA vai votar contra a moção de rejeição ao Programa do Governo apresentada pelo PCP e saudou uma "aproximação" em algumas matérias, como combate à corrupção ou fiscalidade, apesar de considerar também que é "muito vago e pouco ambicioso".

© Folha Nacional

“O CHEGA vai votar contra a moção de rejeição do PCP”, afirmou André Ventura, em declarações aos jornalista, hoje, na Assembleia da República.

O líder do CHEGA considerou ser “importante que o Governo consiga cumprir as promessas que fez e tenha tempo para poder fazê-las e trabalhá-las nestes próximos meses, não daqui a um ano ou dois”.

“Ao mesmo tempo, é importante que quem apresenta moções de rejeição compreenda que não há outra alternativa neste quadro parlamentar. Aprovar uma moção de rejeição sem apresentar uma alternativa é o mesmo que dizer ao país ficarão ingovernáveis durante seis ou sete meses, é pura irresponsabilidade política”, justificou.

O presidente do CHEGA indicou que “o PCP não tem nenhuma capacidade de ter uma alternativa nem com o PS, nem com o Livre, nem com nenhum outro partido”. André Ventura considerou ainda que o Programa do Governo é “muito vago e pouco ambicioso, sobretudo tendo em conta os compromissos e as promessas que foram feitas à direita, quer pelo PSD, quer pelo CHEGA, em termos de cumprimento de metas e alcance de objetivos”.

O presidente do CHEGA considerou que faltou “um sinal de cumprimento real e imediato destas exigências, ou pelo menos com uma calendarização, porque no fundo, assim não é muito diferente do que o programa do PS tinha quando se iniciou, valorizar carreiras, dignificá-las e começar a encetar negociações para a sua recuperação”.

Como exemplos, o líder do CHEGA referiu que “houve um debate alargado durante a campanha eleitoral sobre a necessidade da revisão do estatuto dos oficiais de justiça, da equiparação do suplemento de missão no caso dos polícias”, e que nestas matérias o Governo é “absolutamente vago”.

Ventura disse que isto “é perigoso” porque “muitos setores profissionais estão a sentir que as promessas que lhes foram feitas não estão a ser acompanhadas com o calendário necessário e com a rapidez necessária que tinha sido prometida”.

Ainda assim, o líder do CHEGA, partido que não integra o executivo, disse existirem “pontos de aproximação e de contacto positivos”, nomeadamente a nível fiscal e no combate à corrupção.

“Em matéria fiscal, o Governo apresenta elementos com os quais nos identificamos, em termos de IRS e IRC, de IMT e na relação com a aquisição de habitação jovem. Há aqui elementos que poderão ser negociados e trabalhados, vemos com boas perspetivas”, afirmou.

André Ventura defendeu igualmente que o documento vai “ao encontro ao que o CHEGA dizia há muito tempo em termos de corrupção, que é a ideia do confisco alargado, que agora entra diretamente no programa”, bem como o “aumento de penas”.

“Há uma aproximação às ideias do CHEGA, temos matéria para trabalhar e para continuar”, salientou dizendo que “o CHEGA está aberto ao diálogo” com o Governo.

O Programa do Governo da Aliança Democrática (AD) foi hoje aprovado, em Conselho de Ministros e entregue na Assembleia da República, na véspera de dois dias de debate no parlamento, na quinta-feira e sexta-feira.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, afirmou que o documento tem como base o programa eleitoral da AD, mas incorpora “mais de 60 medidas de programas eleitorais de outros partidos com representação parlamentar”.

Últimas de Política Nacional

André Ventura surge destacado num inquérito online realizado pela Intrapolls, uma página dedicada à recolha e análise de inquéritos políticos, no contexto das eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro.
Casas de moradores na Amadora foram indicadas, à sua revelia, como residências de imigrantes, uma fraude testemunhada por pessoas pagas para mentir, existindo casos de habitações certificadas como morada de largas dezenas de pessoas.
André Ventura reagiu esta sexta-feira à polémica que envolve várias escolas do país que optaram por retirar elementos natalícios das fotografias escolares, decisão que tem gerado forte contestação entre pais e encarregados de educação.
Os doentes internados e os presos podem inscrever-se para voto antecipado nas eleições presidenciais de 18 de janeiro a partir de segunda-feira, e o voto antecipado em mobilidade pode ser requerido a partir de 04 de janeiro.
O líder do CHEGA acusou hoje o Governo de incompetência na gestão da saúde e considerou que os utentes não podem ser sujeitos a esperar 18 horas numa urgência, e o primeiro-ministro reconheceu constrangimentos e antecipou que poderão repetir-se.
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMMT) decidiu abrir os cofres e fechar a transparência.
André Ventura reafirmou que pretende usar a Presidência da República como ponto de partida para uma mudança profunda no país.
As escutas da Operação Influencer abalaram o PS, expondo alegadas pressões, favores e redes internas de ‘cunhas’ que colocam Carneiro no centro da polémica e voltam a arrastar Costa para a controvérsia.
O Governo carrega no ISP e trava a fundo na queda que estava prevista no preço dos combustíveis. A promessa estala, a confiança vacila e Montenegro enfrenta a primeira fissura séria na sua credibilidade fiscal.
Catarina Martins voltou a dirigir insultos contundentes a André Ventura, acusando-o de ser “um bully político” que se comporta “como se estivesse no recreio da escola”.