BE, PCP, Livre e PAN defendem audição da PGR no parlamento e CHEGA está contra

BE, PCP, Livre e PAN defenderam hoje a audição da procuradora-geral da República (PGR) no parlamento sobre a atuação do Ministério Público, insistindo na necessidade de explicações, hipótese que o CHEGA considerou inadequada.

© site do Ministério Público

Estas posições foram assumidas na Assembleia da República, em declarações aos jornalistas, depois de o presidente do parlamento, José Pedro Aguiar-Branco, ter considerado hoje, em entrevista à Antena 1, que a procuradora-geral da República, Lucília Gago, deve prestar explicações ao parlamento sobre os processos que provocaram crises políticas.

Em causa estão investigações do Ministério Público como as que levaram à queda do executivo anterior, liderado por António Costa, e do governo da Madeira, chefiado por Miguel Albuquerque, provocando em ambos os casos eleições antecipadas.

O presidente do CHEGA, André Ventura, disse ter ouvido “com alguma estupefação e preocupação as palavras” do presidente do parlamento, considerando que o Ministério Público deve explicações e pode comunicar “de forma mais eficaz”, mas não através de uma vinda à Assembleia da República.

“O que preocupa nestas declarações é que o presidente da Assembleia, numa clara violação da separação de poderes, diz que quando os processos judiciais criam factos políticos a senhora PGR deve vir ao parlamento prestar esclarecimentos”, criticou, considerando que, segundo esta lógica, qualquer caso que envolvesse um político obrigaria a explicações da procuradoria no parlamento.

Considerando que o presidente do parlamento deve ser “o primeiro garante da separação de poderes”, André Ventura afirmou que o seu partido vai pedir ainda hoje explicações a José Pedro Aguiar-Branco, nomeadamente “o que quis dizer com factos políticos, o que quis dizer com chamar ao parlamento [a PGR] e serem prestados esclarecimentos no parlamento, e qual é a abrangência desses esclarecimentos”.

Pelo BE, o líder parlamentar, Fabian Figueiredo, considerou que Lucília Gago deve explicações ao país e saudou Aguiar-Branco por se ter juntado a este apelo, salientando que “em 50 anos de democracia nunca se tinha assistido a episódio semelhante”.

Os bloquistas não vão, para já, avançar com um requerimento para chamar Lucília Gago ao parlamento, esperando que a própria se disponibilize a dar explicações aos deputados.

Contudo, “se a procuradora continuar fechada sob as suas masmorras, continuar a ser evasiva, achar que no século XXI é possível administrar a Justiça como o tem feito, o BE procurará num campo mais alargado para garantir que a procuradora venha à AR”.

Pelo PCP, o deputado António Filipe disse aguardar que Lucília Gago se disponibilize a prestar esclarecimentos no parlamento sobre a atuação do MP e esclareceu que os comunistas não vão avançar com nenhum requerimento mas também não vão inviabilizá-lo caso seja apresentado por outra força política.

Contudo, para o PCP, “há alguns pontos de princípio que devem ficar claros: a PGR não responde politicamente perante a AR; a autonomia do MP é um princípio basilar do estado de direito democrático e deve ser respeitado e a PGR não pode nem deve prestar esclarecimentos sobre processos em concreto”.

Pelo Livre, o deputado Jorge Pinto insistiu que a PGR deve explicações “aos deputados mas sobretudo ao país” e afirmou que o seu partido vai propor que o tema seja discutido em conferência de líderes de forma a perceber melhor o “âmbito desta chamada”.

A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, considerou que a eventual audição de Lucília Gago no parlamento “não belisca a separação de poderes”, insistindo na necessidade de explicações por parte de Lucília Gago.

Últimas de Política Nacional

A manifestação do CHEGA contra o que qualificam de imigração descontrolada e insegurança nas ruas, que juntou hoje centenas de pessoas no Porto, contou com André Ventura, que alertou que a imigração cresceu 95% em Portugal nos dois últimos anos.
Os deputados da Comissão de Orçamento e Finanças aprovaram hoje uma proposta do CHEGA que contempla o reforço dos meios técnicos para a proteção dos cabos submarinos de telecomunicações.
Para André Ventura, o “PS e PSD estão mais preocupados em aumentar os salários dos políticos do que subir as pensões dos portugueses”, frisando que se trata de um “Orçamento do bloco central”.
O prazo para a submissão de propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) terminou na passada sexta-feira, com o CHEGA a apresentar 620 - o maior número de propostas.
“Num país em que tantos sofrem por salários e pensões miseráveis, os políticos têm de acompanhar o povo.” É desta forma que André Ventura começa por apontar o dedo ao PSD/CDS que está a propor acabar com o corte aos titulares de cargos políticos de 5%, no âmbito do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
O presidente do CHEGA defendeu hoje que o Governo está a adotar medidas redundantes e a fazer uma "fuga para a frente" para responder à crise no INEM, considerando que as soluções apresentadas não trazem "nada de novo".
Bárbara Fernandes exigiu também a “suspensão imediata do responsável máximo do Departamento de Urbanismo.”
O CHEGA vai abster-se na votação da proposta do PS para aumentar as pensões em 1,25 pontos percentuais, além da atualização prevista na lei, permitindo a sua aprovação se os partidos da esquerda votarem a favor.
O Governo anunciou que o saldo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para 2025 ia ser positivo, mas fez mal as contas. Após uma revisão das projeções, o executivo admitiu que o SNS vai, afinal, apresentar um défice no próximo ano, num valor que ultrapassa os 217 milhões de euro
O presidente do CHEGA, André Ventura, desafiou esta terça-feira o primeiro-ministro a apresentar na Assembleia da República uma moção de confiança ao seu Governo, mas afastou a possibilidade de apresentar uma moção de censura.