Deputados e jornalistas ucranianos pedem investigação a suposta censura

Deputados e jornalistas ucranianos pediram hoje uma investigação sobre um escândalo ligado à suposta censura na agência de notícias estatal Ukrinform, que levanta a questão da liberdade de imprensa no contexto da invasão russa.

Sitio da Presidência da Republica Portuguesa

Meios de comunicação ucranianos acusam o antigo diretor da Ukrinform, Oleksiy Matsouka, de ter uma política editorial que apoiou exclusivamente o governo do Presidente Volodymyr Zelensky, em detrimento de qualquer voz da oposição.

As dúvidas sobre a imparcialidade da agência noticiosa estatal ucraniana foram reforçadas pela recente substituição de Matsouka por um porta-voz militar, Sergei Cherevaty, ao ponto de se terem multiplicado os apelos à intervenção do Ministério Público para abrir uma investigação.

“Estou a preparar os apelos apropriados para apresentar ao Conselho nacional de radiodifusão e televisão e à Procuradoria-Geral da República”, disse nas redes sociais Yaroslav Yurchychin, que lidera uma comissão parlamentar sobre a liberdade de expressão.

Em declarações à agência francesa AFP, disse ainda que uma investigação irá determinar se funcionários do governo presidencial pressionaram os media a “apertar o controlo” do espaço de informação.

“Pressionar jornalistas é crime”, disse outra deputada, Iryna Gerashchenko.

De acordo com o jornal Ukrainska Pravda, a renúncia de Matsuka ocorreu depois de embaixadas ocidentais, que apoiam a Ucrânia contra a Rússia, tomarem conhecimento da forma como a Ukrinform era administrada, mas a sua substituição por um porta-voz do exército foi recebida com ceticismo.

A censura é uma questão sensível na Ucrânia, que prometeu levar a cabo reformas, nomeadamente no que diz respeito à liberdade de imprensa, como parte da sua ambição de aderir à União Europeia e à NATO.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) observa que o Estado se tornou “um ‘player’ central de media” desde a invasão russa, em fevereiro de 2022.

Muitos outros meios de comunicação social, em particular canais de televisão, são propriedade de grupos privados.

Últimas do Mundo

A tecnológica Meta anunciou a aquisição da empresa norte-americana Limitless, criadora de um pendente conectado, capaz de gravar e resumir conversas com recurso à inteligência artificial (IA).
Ministério Público holandês está a pedir penas que podem chegar aos 25 anos de prisão para um pai e dois filhos acusados de assassinarem Ryan Al Najjar, uma jovem síria de 18 anos que, segundo a acusação, foi morta por se recusar a seguir as regras tradicionais impostas pela própria família.
Cada vez mais portugueses procuram a Arábia Saudita, onde a comunidade ainda é pequena, mas que está a crescer cerca de 25% todos os anos, disse à Lusa o embaixador português em Riade.
O Papa rezou hoje no local onde ocorreu a explosão no porto de Beirute em 2020, que se tornou um símbolo da disfunção e da impunidade no Líbano, no último dia da sua primeira viagem ao estrangeiro.
Pelo menos 30 pessoas foram sequestradas em três ataques por homens armados durante o fim de semana no norte da Nigéria, aumentando para mais de 400 os nigerianos sequestrados em quinze dias, foi hoje anunciado.
Pelo menos quatro pessoas morreram baleadas em Stockton, no estado da Califórnia, no oeste dos Estados Unidos, anunciou a polícia, que deu conta ainda de dez feridos.
O estudante que lançou uma petição a exigir responsabilização política, após o incêndio que matou 128 pessoas em Hong Kong, foi detido por suspeita de "incitação à sedição", noticiou hoje a imprensa local.
O alto comissário das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou hoje que “pelo menos 18 pessoas” foram detidas no golpe de Estado de quarta-feira na Guiné-Bissau e pediu que se respeitem os direitos humanos.
O Tribunal Penal Internacional (TPI), confirmou, na sexta-feira, que continua a investigar crimes contra a humanidade na Venezuela, depois de em setembro o procurador-chefe Karim Khan se ter afastado por alegado conflito de interesses.
Um "ataque terrorista" russo com drones na capital da Ucrânia causou hoje pelo menos um morto e sete feridos, além de danos materiais significativos, anunciaram as autoridades de Kiev.