“Esta Comissão Europeia fracassou na agricultura, na guerra, na imigração e na economia. Agora deve sair”, defendeu Orbán numa entrevista ao italiano Il Giornale, na qual também apelou a uma maior cooperação entre os partidos de direita radical, num contexto que considerou uma “oportunidade histórica para realizar uma mudança”.
“Os partidos de direita devem colaborar. Estamos nas mãos de duas mulheres que devem chegar a um acordo”, explicou o líder húngaro, referindo-se à primeira-ministra italiana e líder dos Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, e à líder da União Nacional em França, Marine Le Pen – ambos partidos de direita radical, mas que pertencem a duas famílias políticas europeias diferentes.
Meloni – favorita para vencer as eleições em Itália – concorre com o grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), e Le Pen com o grupo Identidade e Democracia (ID), enquanto Orbán – um aliado ideológico e em sintonia com ambas – não está vinculado a nenhuma família política.
Apesar desta atual situação, na entrevista Orbán assinalou que a sua força política, o Fidesz, quer aderir ao ECR.
“Queremos aderir ao ECR, mesmo sabendo que há questões que nos podem separar de alguns partidos que dele fazem parte, a começar pela visão sobre a guerra na Ucrânia”, observou o primeiro-ministro húngaro.
Orbán também não poupou críticas à gestão da mais recente legislatura da UE, acusando Bruxelas de usar “instrumentos de chantagem” contra países como a Hungria, nomeadamente tentando impor “políticas de género e de imigração”.
“É uma questão política. O respeito pelo Estado de Direito não tem nada a ver com isso. Resistimos, temos estratégias para defender a nossa soberania”, concluiu Orbán, que sublinhou que a sua luta “é contra o federalismo de Bruxelas”.