Presidente do INEM diz que degradação do serviço “é inegável” e defende reforço orçamental

O presidente do INEM admitiu hoje que a degradação do serviço “é inegável” e defendeu a necessidade de um reforço orçamental, alegando que as verbas para o instituto representam apenas 1% dos gastos em saúde.

 

“Sobre a degradação do serviço, ela é inegável. Não vale a pena estarmos aqui a tentar dourar uma realidade que é conhecida de todos”, reconheceu Luís Meira, numa audição na comissão de saúde a pedido do grupo parlamentar do PSD.

O INEM precisa de “ter um reforço do orçamento” para garantir as suas atribuições, salientou o responsável do instituto, para quem este é um “grande desafio que o atual Governo tem” em relação à área da emergência médica.

Segundo referiu, nos últimos anos, o instituto tem recebido o equivalente a 1% dos gastos globais em saúde, com os constrangimentos registados no Serviço Nacional de Saúde (SNS) a refletirem-se também no serviço prestado pelo INEM.

“Não somos uma ilha no âmbito do SNS, na esfera do qual fomos recentemente incluídos. As dificuldades do SNS claramente que se refletem também na atividade diária do instituto e, às vezes, refletem-se de forma particularmente negativa, impedindo que a performance do instituto possa ser melhor”, alertou Luís Meira perante os deputados.

Apesar das dificuldades, o presidente do INEM salientou que a situação “não é tão dramática como se coloca”, garantindo que a sua “falência e o colapso são exageros”.

O responsável do conselho diretivo adiantou que em 2020, durante a pandemia de covid-19, o INEM teve de transferir cerca de 90 milhões de euros para “garantir à aquisição de um conjunto de equipamentos”, deixando de existir essa almofada financeira de que dispunha.

“Em termos de investimento, é muito fácil ver quantas ambulâncias seria possível comprar com esta verba, quantos recursos humanos seriam possível ter para reforçar o mapa de pessoal”, alegou.

Além disso, em 2021, devido a uma norma do Orçamento do Estado, o INEM foi “obrigado a rever os protocolos com os bombeiros”, o que, na prática, fez com que tivesse de “pagar integralmente os encargos” dessa atividade, sem que o seu orçamento fosse “aumentado um cêntimo”.

De acordo com Luís Meira, em 2019, o INEM transferiu para os bombeiros e para a Cruz Vermelha Portuguesa, parceiros do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), mais de 37 milhões de euros, montante que este ano está previsto que aumente para quase 76 milhões de euros.

Na audição solicitada pelo PSD sobre a degradação dos meios do INEM, Luís Meira reconheceu ainda que as dificuldades dos serviços de urgência têm representado uma “sobrecarga imensa” para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) assegurados pelo instituto.

“A verdade é que nós, desde há muitos meses, temos sido um apoio importante para a resposta dos serviços de urgência que tem sido dada, com um adicional de sobrecarga nos nossos serviços”, referiu.

Sobre os dois helicópteros que deixaram de operar à noite desde o início do ano, o presidente do INEM adiantou que essa situação resultou das “condições existentes num mercado difícil e complicado”.

Referiu ainda que os técnicos de emergência pré-hospitalar são o grupo profissional com maior carência, um “défice evidente” de cerca de 400, mas que também se verifica nos médicos.

Luis Meira adiantou que as viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER) mantêm operacionalidade superior a 98% e as ambulâncias de suporte imediato de vida (SIV) de 99%, taxas de que são baixas nas ambulâncias.

“Há algumas ambulâncias que praticamente estão encerradas. Isso é verdade. Os meios que são usados pelo SIEM não se esgotam nas ambulâncias de emergência médica”, disse o presidente do instituto, ao adiantar que o INEM tem procurado que os meios mais diferenciados tenham as taxas de operacionalidade mais elevadas.

Últimas do País

Guardas prisionais detetaram na madrugada desta segunda-feira, numa camarata da cadeia de Alcoentre, um saco com 30 telemóveis, drogas, bebidas alcoólicas e uma corda, alegadamente deixado por intruso que penetrou no perímetro prisional, segundo fonte sindical.
O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) confirmou hoje que no segundo dia da greve parcial na CP serão novamente suprimidos dois comboios e denunciou que a empresa reduziu o número de carruagens para minimizar o impacto da paralisação.
A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar a divulgação de IPTV 'pirata' em páginas do Governo português, na sequência de uma queixa apresentada pela GEDIPE, disse hoje à Lusa o seu diretor.
Um professor condenado por abusar sexualmente de uma aluna de 12 anos numa escola de Matosinhos, distrito do Porto, vai poder voltar a dar aulas, segundo um acórdão do Tribunal da Relação do Porto (TRP) consultado pela Lusa.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) alertou hoje para o risco de inundações, cheias e acidentes rodoviários devido às previsões de chuva e vento fortes, trovoada e agitação marítima a partir da tarde de hoje.
Três crianças foram encontradas pela PSP num edifício devoluto numa zona conotada com o consumo de droga, no Bairro Padre Cruz, em Lisboa, tendo sinalizado o caso à Comissão de Menores
O Tribunal de Coimbra condenou hoje a uma pena de prisão efetiva de dois anos e três meses o recluso que atacou um guarda do Estabelecimento Prisional de Coimbra, em março do ano passado.
A PJ indicou hoje que ficaram em prisão preventiva os quatro detidos na operação que realizou juntamente com a Marinha e Força Aérea e resultou na apreensão de 1,7 toneladas de cocaína no Oceano Atlântico.
Os trabalhadores em arquitetura denunciaram hoje “práticas reiteradas e instituídas” de assédio laboral no setor, apontando a precariedade como principal instrumento de intimidação, e anunciaram que vão lutar contra o pacote laboral do Governo, que agrava as condições.
O caso ocorreu na Maternidade Daniel de Matos, integrada na Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, para onde a grávida, de 43 anos, foi encaminhada por se ter sentido mal. Um bebé morreu na barriga da mãe, que estava em final de gravidez.