Afinal, o que é que somos?

Ao contrário do que dizem aqueles que ainda não perceberam que o CHEGA veio para ficar e não cede no seu compromisso com uma reforma profunda da sociedade portuguesa, a matriz ideológica do partido não é composta por uma amálgama de conceitos que apenas podem ser encontrados nas franjas ou na marginalidade da Teoria Política, mas é formada por um conjunto claro de posições apuradas no tempo, codificadas nos documentos e no discurso diário e integradas na mundivivência nacional, na qual o partido encontra a sua força e dinamismo. Embora flexível, pois coloca as pessoas e as causas acima de qualquer dogma, a ideologia do CHEGA está norteada por quatro eixos, nomeadamente o humanismo, o nacionalismo, o liberalismo económico e o conservadorismo nos valores.

No que toca ao humanismo, o partido CHEGA não tem qualquer receio em assumir a Pessoa como princípio e fim de toda a acção política, estando ela sujeito ao binómio liberdade-responsabilidade e sendo ela titular do princípio da Igualdade na Dignidade. Esta noções, que são antitéticas ao espírito da Constituição de 1976, rejeitam o pendor colectivista na base do qual o Estado se tem apropriado das liberdades individuais, submetendo os cidadãos ao controlo de interesses enquistados no próprio, reduzindo o papel da governação a quatro funções essenciais, nomeadamente soberania, autorregulação, preservação do património material da nação e subsidiação das áreas nas quais a sociedade civil não manifesta interesse em actuar.

No que toca ao nacionalismo, o CHEGA não tem qualquer problema em defender os valores e os princípios que constituem os alicerces da nação portuguesa, rejeitando as tentativas de branquear a história desta nação milenar, assim como os esforços revisionistas cujo objectivo é, simplesmente, causar a implosão da nossa sociedade, substituindo o Bom e o Belo pela vitimização das minorias, pela ideologia de género, pelo relativismo religioso e pela subsidiação sem critério de organizações-vector do marxismo cultural.

Muito pelo contrário, o CHEGA defende a necessidade de fundar uma IV República, que coloque um fim à promiscuidade entre os actuais detentores do poder político e os interesses e o pseudo-intelectualismo que o sustentam, abrindo caminho para as reformas que o país tanto precisa, incluindo ao nível da defesa da sua Identidade Nacional, a qual está baseada em noções históricas, éticas, morais e de valores que não são negociáveis.

No que toca ao liberalismo económico, o CHEGA entende o Estado como o regulador, árbitro e, no limite, suplente da dinâmica económica, e nunca como dono, motor ou dinamizador da economia. Ciente de que apenas o crescimento económico sustentado pode garantir o aumento dos salários, a diminuição da pobreza e a dignificação do emprego, o partido acredita no valor estratégico de medidas como a flexibilização da legislação laboral, a redução das contribuições para a Segurança Social, a equiparação dos trabalhadores do sector público aos do sector privado, a eliminação do IMI e a redução significativa da carga fiscal, que devolva poder de compra aos cidadãos e os torne utilizadores-pagadores, ou seja, responsáveis pelos serviços e bens adquiridos. Associada a estas medidas, o CHEGA reconhece e necessidade da redução do aparelho burocrático do Estado, a atribuição de incentivos, subsídios e apoios apenas aos indivíduos em situação de incapacidade de subsistência e a protecção à produção nacional.

No que toca ao conservadorismo nos valores, o mesmo sobressai da defesa importante que o partido faz da família e da tradição judaico-cristã, vistas como pilares incontornáveis da sociedade, mas que têm estado sob forte ataque por via de políticas sociais agressivas, políticas fiscais de rapina e políticas judiciais permissivas, inclusivamente contra crimes que atentam contra o primado da família e da pessoa, tais como a pedofilia, a violência doméstica e a violação. A juntar a isto, o partido não receia assumir, sem a tibieza de certa Direita envergonhada, a oposição ao abordo, à eutanásia, às barrigas de aluguer, à liberalização das drogas, ao marxismo cultural e à islamização da sociedade pela imigração descontrolada em curso.

Em conjunto, estas e outras medidas que têm sido analisadas pelo partido nos fóruns adequados formam um património ideológico de referência. Com certeza, as mesmas não fazem do CHEGA uma força monotemática, mas uma plataforma de convergência de sensibilidades ideológicas que não se identificam com o globalismo que tem vindo a ser forçado às nações por via de organizações nacionais e internacionais que se renderam à distopia corrosiva das ópticas fracturantes e anti-humanistas que animam aqueles que querem matar a História, eliminar as tradições e tornar homogéneas as sociedades. A eles, a posição do CHEGA tem sido, e continuará a ser, muito clara: “Não passarão!”                

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