Impacto da garantia pública no crédito à habitação vai ser muito limitado

O presidente executivo do Santander Totta considerou hoje que a garantia pública para compra de primeira casa por jovens até aos 35 anos vai ter um impacto muito limitado e não resolve o problema da habitação.

© D.R.

“Acreditamos que o impacto desta medida vai ser muito limitado”, disse Pedro Castro e Almeida, em conferência de imprensa, em Lisboa, quando questionado sobre a medida aprovada pelo Governo que permite que o Estado preste garantia pessoal a instituições de crédito com vista à viabilização de concessão de crédito à habitação própria e permanente a jovens até aos 35 anos.

O responsável avisou que é necessário “ajustar as expectativas”, porque esta medida “não vai permitir a todos os jovens, de repente, começarem a comprar casa”, mas sim apenas aqueles que têm capacidade para pagar a prestação ao banco, ou seja, cuja taxa de esforço seja abaixo do permitido pelo supervisor bancário.

“Há muitos países da Europa que adotaram medidas parecidas e o impacto foi em menos de 1% dos empréstimos feitos. [A medida] vem ajudar jovens que tenham capacidade para o serviço da dívida, mas que lhes falte os 10% iniciais para comprar casa”, explicou.

Pedro Castro e Almeida considerou, ainda assim, que a medida é positiva e pode fazer alguma diferença, mas não vai resolver a crise de habitação que o país enfrenta.

“Há um problema de fundo que importa analisar e que tem a ver com a falta de oferta e o preço das casas em Portugal e, em segundo lugar, com a fiscalidade relacionada com a habitação”, realçou o presidente executivo do banco.

Castro e Almeida lembrou que, em Portugal, o IVA na habitação é de 23%, a que se soma o IMT, que pode ir até 8%, e 0,8% de imposto de selo, e comparou com Espanha e Itália, onde o IVA é de 10% e 4%, respetivamente, e não é cobrado IMT nem imposto de selo na compra da primeira casa.

O responsável citou também um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que concluiu que, entre os países analisados, Portugal foi onde menos se construiu casas na última década.

“Fala-se muito na saída dos jovens e da questão dos salários; eu diria que, na minha opinião, este [o preço da habitação] é o principal fator que leva a que seja cada vez mais difícil viver em Portugal”, defendeu o presidente executivo do Santander.

Últimas de Economia

Os viticultores do Douro que queiram aceder ao apoio de 50 cêntimos por quilo de uva a destilar têm que submeter as candidaturas até 25 de setembro, segundo uma portaria publicada hoje em Diário da República (DR).
Em causa estava a interpretação do artigo 251.º do Código do Trabalho, que define os dias de ausência a que o trabalhador tem direito em caso de luto: o STEC defendia que o cálculo devia abranger apenas dias úteis, enquanto a CGD sempre contabilizou dias consecutivos de calendário, incluindo fins de semana e feriados.
A agência de notação financeira Fitch subiu esta sexta-feira o 'rating' de Portugal de A- para A, com 'outlook' (perspetiva) estável, anunciou, em comunicado.
O movimento de passageiros nos aeroportos portugueses cresceu 4,9% de janeiro a julho, em relação ao mesmo período do ano passado, mostram dados divulgados hoje pelo INE.
A Autoridade Tributária (AT) devolveu, em 2024, 86 milhões de euros em IVA a turistas oriundos de países terceiros, nomeadamente cidadãos de fora da União Europeia (UE), no âmbito do regime ‘tax-free’.
No relatório "Reformas da Política Fiscal", a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) resume a trajetória das medidas fiscais introduzidas ou anunciadas pelos governos de 86 jurisdições em 2024, olhando para a realidade dos países da organização e de algumas economias "parceiras".
O objetivo destes empréstimos, disse o grupo BEI, é reduzir a fatura de energia e aumentar a competitividade das pequenas e médias empresas (PME).
A agricultura portuguesa pode perder até 510 milhões de euros anuais devido à redução da produtividade e ao aumento de custos, com a decisão de Bruxelas proibir o uso de algumas substâncias ativas, revelou um estudo hoje divulgado.
O valor das rendas poderá aumentar 2,24% em 2026, abaixo dos 2,25% estimados no final de agosto, após uma revisão dos dados da inflação publicada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os viticultores do Alentejo registam uma quebra média de 30% da produção de uva, em alguns casos até de 40%, na época de vindimas deste ano, face a 2024, revelou hoje a associação técnica do setor.