Familiares pedem ao regime para não condenar luso-venezuelano à morte

Familiares do preso político luso-venezuelano Williams Dávila, atualmente num hospital local, pediram ao Governo da Venezuela para não o enviar de novo para a cadeia, advertindo que estariam a condená-lo à morte.

© D.R.

“O meu pai Williams Dávila, 73 anos, encontra-se, de momento, estável dentro da gravidade, a receber tratamento no hospital”, escreveu, no sábado, o filho na rede social X (antigo Twitter).

Na mesma rede social, William Alejandro Dávila Valeri acrescentou que antes de ser hospitalizado o pai esteve detido na cadeia de El Helicoide.

Neste estabelecimento prisional, sede dos serviços de informação venezuelanos e principal prisão para presos políticos, têm ocorrido casos de torturas e violações dos direitos humanos, de acordo com denúncias da imprensa local.

“Após cinco dias em El Helicoide, foi levado em estado grave. Seria condená-lo à morte voltar a esse lugar no seu estado atual e com a sua idade. Apelo ao bom senso”, acrescentou.

Em 15 de agosto, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu à Venezuela para adotar medidas que garantam a vida e a saúde de Dávila, renovando o estatuto de “situação de risco”.

“A CIDH analisou a continuidade da situação de risco identificada em 2017. A informação apresentada refletiu a persistência de ameaças, vigilância, intimidação, assédio e ataques contra Williams Dávila num contexto de perseguição sistemática da oposição política no país”, afirmou a organização em comunicado.

Tal situação é atribuída a funcionários públicos e civis, simpatizantes do atual Governo da Venezuela, que teriam agido com o consentimento das autoridades, indicou.

A CIDH lamentou “a falta de informação e de implementação de medidas de proteção por parte do Estado”, que o terá deixado “numa situação de falta de proteção e vulnerabilidade no contexto do país”.

Familiares do opositor e antigo governador do estado de Mérida Williams Dávila Barrios denunciaram, na quarta-feira, que tinha sido hospitalizado em estado grave.

“Como filho, estou chocado e profundamente preocupado. As piores previsões estão a concretizar-se: o meu pai Williams Dávila, 73 anos, que foi sequestrado na quinta-feira passada por defender os valores democráticos, foi internado no hospital ontem [terça-feira] à noite em estado grave”, tinha escrito William Alejandro Dávila Valeri, na X.

“É inconcebível que sejamos mantidos na escuridão, sem informações claras sobre a sua situação. Exijo respostas imediatas e responsabilizo o Governo [do Presidente, Nicolás Maduro] por esta violação dos direitos humanos”, acrescentou.

Em 09 de agosto, o Governo português exigiu às autoridades venezuelanas “a libertação imediata e incondicional de Williams Dávila Barrios”, com nacionalidade portuguesa.

Numa declaração na rede social X, o ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou que “Portugal insiste na libertação dos opositores políticos detidos, na garantia da liberdade de manifestação política e na transparência democrática, em contacto estreito com os Estados da região e com os parceiros da UE”.

No texto, Paulo Rangel sublinhou que Dávila tinha sido detido “de modo arbitrário e com saúde precária”.

Williams Dávila, de 73 anos, foi detido em 08 de agosto na Plaza los Palos Grandes (leste de Caracas) por homens armados, após uma vigília pelos presos políticos, em que participaram centenas de pessoas.

Durante a vigília, alegados agentes das forças de segurança fotografaram alguns dos participantes e jornalistas que faziam a cobertura.

Últimas do País

Uma equipa da Comissão Europeia está entre hoje e quarta-feira em Lisboa para realizar uma avaliação "sem pré-aviso" às condições de segurança nas fronteiras áreas e marítimas portuguesas, avançou à Lusa o Sistema de Segurança Interna (SSI).
A procura das urgências hospitalares, do SNS 24 e do INEM aumentou entre 1 e 7 de dezembro, impulsionada pelo aumento de casos de gripe e infeções respiratórias, que atingiram níveis superiores aos de épocas anteriores, segundo a DGS.
O número de focos de gripe das aves em Portugal desde o início do ano subiu para 50, após terem sido confirmados mais quatro nos distritos de Santarém, Faro e Leiria, indicou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
O Tribunal Constitucional (TC) declarou hoje inconstitucionais normas do decreto do parlamento que revê a Lei da Nacionalidade e de outro que cria a perda de nacionalidade como pena acessória no Código Penal.
O Hospital Curry Cabral, em Lisboa, realizou o primeiro transplante renal realizado integralmente por cirurgia robótica em Portugal, com o pai a doar o rim à filha, estando ambos a recuperar bem, anunciou hoje a ULS São José.
Portugal voltou a perder população para o estrangeiro. Depois da pandemia, a emigração acelerou e atingiu em 2023 o valor mais elevado dos últimos cinco anos, confirmando que milhares de portugueses continuam a procurar fora do país aquilo que não encontram cá dentro: trabalho, estabilidade e oportunidades.
Os Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) rejeitam as críticas que lhes foram dirigidas no fim de semana pelo presidente do INEM, lembram que sempre estiveram "na linha da frente" e que ignorar estes profissionais é "desperdiçar conhecimento".
Seis distritos de Portugal continental vão estar sob aviso laranja, o segundo mais elevado, entre terça e quarta-feira, devido a agitação marítima, anunciou hoje o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Um sismo de magnitude 3,5 na escala de Richter foi hoje sentido no concelho de Évora, sem causar danos pessoais ou materiais, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
A GNR deteve até 30 de novembro 12.506 pessoas por condução sob o efeito do álcool e 76 sob influência de substâncias psicotrópicas, drogas e outros produtos, informou esta segunda-feira a Guarda numa nota para assinalar a operação 'Roadpool'.