Oposição insta Maduro a dar um passo para iniciar transição pacífica

A oposição venezuelana instou o Presidente Nicolás Maduro a afastar-se do poder e dar um passo para iniciar a transição pacífica do poder.

©Facebook de Maria Corina Machado

“Senhor Nicolás Maduro, o senhor é responsável por tanta pobreza e dor. O senhor e o seu governo têm de se afastar e dar agora o passo para iniciar uma transição pacífica” disse na segunda-feira o líder da oposição Edmundo González, numa mensagem em vídeo divulgada nas redes sociais.

O substituto de María Corina Machado começou a mensagem a explicar que os venezuelanos continuam firmes na exigência de que seja reconhecida a decisão de mudança de paz expressa nas eleições presidenciais de 28 de julho.

“Respeite o que todos os venezuelanos decidiram (…) o povo está cansado de tanto abuso e corrupção. Cada dia que entorpece a transição democrática, os venezuelanos sofrem com um país em crise e sem liberdade”, continuou.

Edmundo González Urrutia disse ainda que, ao manter-se no poder, Maduro agrava o sofrimento do povo. O país exige que sejam feitos os esforços necessários para garantir que a soberania popular seja respeitada, referiu.

“É por isso que estou aberto ao diálogo político para iniciar a transformação democrática definitiva da nossa nação. Aqui estou, sempre ao lado do meu povo, e pronto a defender a vontade expressa pela maioria no domingo, 28 de julho, que pediu mudança, paz, liberdade, reconstrução e reencontro. Viva a Venezuela livre, ‘glória ao bravo povo’, conclui, utilizando parte do hino venezuelano.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um “ciberataque” de que alegadamente foi alvo.

Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de mais de 2.200 detenções, 25 mortos e 192 feridos.

A ONG Foro Penal indicou que 172 mulheres, 117 adolescentes, entre os 15 e 17 anos, 14 indígenas e 16 pessoas com deficiências foram também detidos pelas autoridades.

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