Um Primeiro-Ministro cata-vento, que negoceia o principal documento da Governação com o Partido Socialista, que inscreve no Orçamento de Estado a perspectiva de género e que faz campanhas para “pessoas com útero”, tenta acenar ao eleitorado conservador deixando a promessa de que vai rever a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. No entanto, este tema é de uma seriedade tal que não pode servir como arma de arremesso eleitoral. A liberdade das novas gerações depende da coragem de revermos os conteúdos desta disciplina, bem como todos os currículos escolares. Este imperativo moral é superior a qualquer argumento constitucional, onde está bem plasmado que o Estado não pode programar a Educação e Cultura sob qualquer viés ideológico ou político. Esta decisão devolve à escola a sua função de ensinar conteúdos científicos e objetivos e permite que os jovens e crianças façam as suas opções individuais sem condicionamentos. Sem o condicionamento de ter de decidir em tenra idade se estão confortáveis com o seu corpo, evitando procedimentos médicos que são irreversíveis. Sem o condicionamento de ter de optar por parceiros românticos e fazer disso a sua identidade. Sem o condicionamento de olhar a história do seu país com as lentes do século XXI e carregar o fardo de um falso humanismo. Sem o condicionamento de serem considerados mais ou menos privilegiados em função da cor com que nascem.
“O wokismo está a sequestrar e canalizar o idealismo natural da juventude numa direção patológica.” (Francisco Contreras) As novas gerações continuam a sair da escola sabendo os “70 géneros”, mas desconhecendo como funciona o IRS e o Portal das Finanças. Continuam a poder frequentar a casa-de-banho de acordo com o sexo com que “se identificam”, mas não conseguem adquirir habitação própria. Construir um país para as novas gerações passa por reforçar serviços públicos, dinamizar a economia (conforme as outras forças de direita pedem), mas também por garantir que não são vítimas do experimentalismo social. Por uma escola livre da ideologia (seja de esquerda ou de direita).