CHEGA QUER QUE DISCIPLINA DE CIDADANIA E DESENVOLVIMENTO SEJA OPCIONAL

O CHEGA anunciou que vai propor no parlamento que a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento passe a ser opcional nas escolas, afirmando que o programa “deve sofrer profundas alterações”.

© Folha Nacional

A proposta deu entrada com um pedido potestativo para que seja discutida em plenário, na Assembleia da República.

No projeto de lei divulgado, na segunda-feira, pelo partido, lê-se que a disciplina em questão, apesar de fazer parte da oferta escolar, a sua frequência deve ser opcional. A proposta do CHEGA indica que os resultados desta disciplina não podem ser considerados para retenção, progressão ou cálculo da média final. As associações de pais devem “conhecer e dar parecer sobre as matrizes curriculares base” da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, refere o documento.
O partido, liderado por André Ventura, argumenta que “a educação é uma prerrogativa da família e o ensino uma prerrogativa do Estado”, cabendo à lei assegurar a liberdade de consciência e o direito de decisão de cada família e de cada jovem com mais de 16 anos.
Para os deputados, o Estado não deve substituir-se à família ao lecionar matérias que competem aos pais, defendendo uma separação clara entre educação e ensino.
“O modo como a disciplina de Cidadania tem sido lecionada nos ensinos básico e secundário, enquanto obrigatória, viola os direitos das famílias, incluindo liberdades e garantias, ao não lhes permitir a escolha”, afirma o partido.

O CHEGA defende, desde 2022, que a disciplina só será legítima se for opcional, permitindo uma escolha consciente e explícita, argumentando que “o Estado não pode continuar a impor uma disciplina que, pela sua natureza, doutrina ideologicamente, transformando as salas de aula em laboratórios de engenharia social”.

Para os deputados do CHEGA, a sociedade não pode confundir-se com partidos políticos, ativismos ou grupos de pressão ideológica, acreditando que nas salas de aula existe “instigação ideológica de grupos minoritários à revelia das famílias”, contra a qual prometem lutar. O documento aponta aquelas que têm sido críticas do partido quanto ao lecionamento de conteúdos relacionados com a identidade de género, acusando o anterior governo de “propagação de uma agenda claramente ideológica”. Para o CHEGA, deve-se substituir temas como “género” e “sexualidade” por “literacia financeira”.

O programa da disciplina deve sofrer alterações profundas para se adaptar às necessidades de formação cívica dos jovens, preparando-os para os desafios da vida adulta.
O partido sugere que a disciplina inclua conteúdos sobre literacia financeira, defendendo que o ensino de gestão financeira e educação para o consumo é uma das suas bandeiras há muito tempo, apesar da oposição da esquerda. O objetivo é que esta matéria promova “à boa gestão dos orçamentos familiares” e ao “fomento da estabilidade financeira”.

Para o CHEGA, se as “correções” necessárias não forem aplicadas, a disciplina deve ser “suspensa” ou “extinta” dos currículos escolares.

Em entrevista à CMTV André ventura criticou a forma como a disciplina tem sido lecionada nas escolas. “Mas faz algum sentido perguntar a crianças de 10 anos qual a sua posição sexual favorita? Ou se gostam mais de ser meninos ou meninas? Isto não cabe na cabeça de ninguém”, disse.

Últimas de Política Nacional

O Presidente do CHEGA desafiou hoje o Governo a comprometer-se com uma descida dos impostos sobre os combustíveis, pedindo ao executivo que dê essa garantia ainda antes da discussão do Orçamento do Estado para o próximo ano.
O deputado do CHEGA Pedro Pinto vai voltar a ser candidato a líder parlamentar, cargo que desempenha desde 2022, enquanto as deputadas Rita Matias e Cristina Rodrigues serão vice-presidentes, disse à Lusa fonte oficial do partido.
O líder do CHEGA, André Ventura, mostrou-se hoje disponível para negociar com o Governo as anunciadas alterações à lei da nacionalidade, que considerou insuficientes, reclamando que o executivo deu razão ao seu partido.
O Presidente do CHEGA, André Ventura, afirmou hoje que a Europa "não deve permitir que o Irão tenha armas nucleares" e defendeu que, "às vezes, a força tem de ser a melhor garantia da paz".
O Governo português anunciou esta segunda-feira o alargamento dos prazos para atribuição da nacionalidade para sete anos de residência legal, no caso de cidadãos lusófonos, e de 10 anos de oriundos de outros países.
O Governo admite recorrer ao programa europeu de 150 mil milhões de euros em empréstimos a condições favoráveis para reforço da defesa, defendendo também aquisições conjuntas na UE, nomeadamente para venda de um avião militar produzido em Portugal.
O Presidente do CHEGA anunciou hoje que vai propor de forma potestativa uma comissão de inquérito parlamentar sobre a ação dos últimos governos PS e PSD/CDS na atribuição de nacionalidade e residência a cidadãos estrangeiros.
O Prior Velho, como tantos outros lugares em Portugal, foi pintado de vermelho “não há um ano ou há mais de um mês”, mas nesta terça-feira. E “onde estava o Governo?”.
Foi preciso um avião cair na Índia para se tomar conhecimento de que existem pessoas com nacionalidade portuguesa, "sem nunca terem pisado solo lusitano".
O Presidente do CHEGA, André Ventura, assegurou hoje que o Governo pode contar com o "pragmatismo e responsabilidade" do seu partido em matérias de Defesa e defendeu uma maior autonomia da União Europeia nesta matéria.