Ventura desafia primeiro-ministro a apresentar moção de confiança

O presidente do CHEGA, André Ventura, desafiou esta terça-feira o primeiro-ministro a apresentar na Assembleia da República uma moção de confiança ao seu Governo, mas afastou a possibilidade de apresentar uma moção de censura.

© Folha Nacional

O desafio foi lançado pelo líder do CHEGA em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa. André Ventura considerou que “este é um Governo que deve ser responsabilizado e encarado no parlamento” porque está “em roda livre e em absoluto descalabro político”.

O líder do CHEGA deu como exemplo a situação na saúde e voltou a insistir no afastamento da ministra Ana Paula Martins e do presidente do INEM.

“O Governo deve perguntar ao parlamento se tem a sua confiança” e se tem “legitimidade para governar”, defendeu, pedindo a Luís Montenegro que tenha “coragem política” para apresentar a moção de confiança.

Questionado se o CHEGA avançará com uma moção de censura caso este desafio seja ignorado, o presidente do CHEGA descartou essa hipótese, colocando o ónus no Governo, que acusou se querer provocar uma crise política.

“Penso que estamos noutra fase”, sustentou, defendendo que “este é o momento da moção de confiança” e que cabe ao “autor da instabilidade” apresentá-la.

Apesar de afirmar que o objetivo não é provocar eleições, Ventura assinalou que “o CHEGA não tem medo” de legislativas antecipadas.

O presidente do CHEGA indicou que neste momento o Governo “não teria a confiança” do seu partido.

Nesta conferência de imprensa, o líder do CHEGA acusou também o secretário-geral do PS de ser “cobarde, entrincheirado e com medo dos seus pares e de ser avaliado” e considerou que “se calhar [o voto do PS a uma eventual moção de confiança] será um voto cobarde à mesma”.

No que toca ao Orçamento do Estado, André Ventura foi questionado sobre a proposta do PS para um aumento de pensões em 1,25 pontos percentuais, acima da atualização regular anual, para pensões até 1.527,78 euros. O líder do CHEGA não excluiu viabilizá-la, mas remeteu para quarta-feira a revelação do sentido de voto.

Ventura indicou igualmente que a prioridade do CHEGA é que seja aprovada a sua proposta para que as pensões até 1018,52 euros sejam aumentadas em 1,5%, sem prejuízo da atualização prevista pela lei.

O presidente do CHEGA falou também na proposta de revisão constitucional que o partido vai apresentar no Parlamento, defendendo que Portugal tem a “Constituição mais arcaica da Europa”.

Ventura elencou alguns dos temas que o partido quer abordar, como a redução do número de deputados, a reorganização do sistema político autárquico, “redução da interferência da política no sistema judicial”, incompatibilidades dos políticos, menor progressividade dos impostos e mais liberdade na saúde e na educação.

O líder do CHEGA lembrou que a revisão constitucional foi iniciada na última legislatura, também por iniciativa do seu partido, apesar de ter terminado com a dissolução do Parlamento, e apelou a PS e PSD que participem neste novo processo.

Os deputados do CHEGA estão reunidos esta tarde para aprovar “as linhas fundamentais finais” do projeto de revisão constitucional e o presidente estimou que a proposta possa ser entregue na Assembleia da República “até ao final da semana”.

Últimas de Política Nacional

A conferência de líderes marcou hoje para 19 de dezembro as eleições dos cinco membros do Conselho de Estado, três juízes do Tribunal Constitucional e do Provedor de Justiça, sendo as candidaturas apresentadas até 12 de dezembro.
O grupo parlamentar do CHEGA/Açores enviou hoje um requerimento à Assembleia Legislativa Regional a pedir esclarecimentos ao Governo dos Açores na sequência da anunciada saída da Ryanair da região.
A Comissão de Assuntos Constitucionais chumbou a iniciativa do CHEGA para impedir financiamento público a mesquitas, classificando-a de inconstitucional. Ventura reagiu e avisa que Portugal “está a fechar os olhos ao radicalismo islâmico até ser tarde demais”.
O ex-presidente da Câmara de Vila Real Rui Santos está acusado pelo Ministério Público (MP) de prevaricação, num processo que envolve mais cinco arguidos e outros crimes como participação económica em negócio e falsas declarações.
André Ventura disparou contra PS e Governo, acusando-os de manter um Orçamento “incompetente” que continua a “sacar impostos” aos portugueses. O líder do CHEGA promete acabar com portagens, subir pensões e travar financiamentos que considera “absurdos”.
O Parlamento começa esta quinta-feira a debater e votar o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) na especialidade, numa maratona que se prolonga por cinco dias e culmina com a votação final global a 27 de novembro.
O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que a União Geral de Trabalhadores (UGT) está a ser "fortemente manipulada pelo PS" no âmbito das alterações à lei laboral propostas pelo Governo PSD/CDS-PP.
Uma nova sondagem da Aximage para o Folha Nacional confirma a reviravolta política que muitos antecipavam: André Ventura salta para a liderança das presidenciais e ultrapassa Gouveia e Melo.
A Assembleia Municipal de Oeiras rejeitou o voto de pesar apresentado pelo CHEGA pela morte do agente da Polícia Municipal Hugo Machado, de 34 anos, com o INOV, liderado por Isaltino Morais, a votar contra e todos os restantes partidos a abster-se.
O candidato presidencial e presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que, se a greve geral de 11 de dezembro, convocada pela CGTP e pela UGT, avançar, é “culpa” da forma “atabalhoada” com que o Governo tratou a questão.