Sindicato dos médicos em “total oposição” a novo modelo das urgências

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) manifestou hoje "total oposição" ao novo modelo de funcionamento das urgências de Ginecologia e Obstetrícia, considerando que revela "uma alarmante falta de compromisso" com a segurança das grávidas e dos profissionais de saúde.

© D.R

A posição do SIM surge em reação à portaria publicada hoje em Diário da República que estabelece a necessidade de um contacto telefónico prévio com a linha SNS 24 antes do acesso às urgências de Obstetrícia e Ginecologia do Serviço Nacional de Saúde, implementando um projeto-piloto na região de Lisboa e Vale do Tejo, com previsão de alargamento a todo o país após três meses.

organizar e moderar a afluência às urgências”, nomeadamente através de consultas abertas nos hospitais e nos centros de saúde para reencaminhamento de casos que não justifiquem o recurso aos serviços de urgência, o sindicato manifesta “a sua profunda preocupação” e reafirma a sua “total oposição” às alterações impostas.

Entre os aspetos do novo regime que considera mais preocupantes, o SIM destaca “a redução das equipas de urgência para níveis inferiores aos atualmente praticados” e “a possibilidade de equipas constituídas por apenas um obstetra especialista, que poderá estar sozinho e ainda com a responsabilidade de supervisão de internos”.

“Estas condições são inaceitáveis e perigosas, desrespeitam os especialistas de Ginecologia e Obstetrícia, degradam as condições de trabalho e incentivam a saída de profissionais do Serviço Nacional de Saúde”, alerta no comunicado enviado à agência Lusa.

O SIM alerta também para “as inevitáveis consequências” desta medida, particularmente “a crescente desmotivação dos médicos, com provável ativação do direito de escusa ao serviço de urgência por parte dos elegíveis”, e rescisões de contratos por parte de médicos especialistas, que não aceitarão trabalhar em “condições inseguras e degradadas”.

Para o sindicato, estas alterações comprometem “as condições de trabalho dos médicos e colocam em causa a segurança e qualidade dos cuidados prestados às utentes”.

O sindicato reitera que “não aceitará quaisquer medidas que comprometam a segurança do ato médico e a integridade física das utentes ou que degradem as condições de trabalho dos médicos”.

Defende também a necessidade de reestruturar os serviços de urgência, “nunca à custa da segurança dos médicos e das grávidas”: reformas fundamentadas em condições de trabalho adequadas e equipas completas devem ser a base de qualquer mudança no sistema de saúde.

O SIM diz que continuará a acompanhar esta questão e não hesitará em denunciar as situações graves que decorrem desta portaria e de tomar as medidas necessárias para proteger os médicos, as grávidas e puérperas de imposições injustas e perigosas

Refere também que instou ainda a Ordem dos Médicos, na pessoa do bastonário e do Conselho Nacional, a clarificar a sua posição sobre a proposta agora publicada, mas ainda não obteve resposta.

“Num tema desta relevância, não podem existir ambiguidades ou distanciamentos”, conclui.

Últimas do País

A Embaixada da República de Angola em Portugal reagiu com “consternação” ao falecimento dos seis jovens angolanos, vítimas de um acidente de viação na madrugada de domingo em Lisboa, endereçando as condolências às famílias.
A campanha do Banco Alimentar Contra a Fome recolheu este fim de semana 2.150 toneladas de alimentos, avançou hoje a instituição de solidariedade social, menos 2,8% do que na campanha homóloga de 2024.
Um vigilante ao serviço da Urgência do Hospital de Santo Tirso foi agredido, na noite de domingo, por um grupo de cerca de vinte homens que entrou no serviço a exigir que um indivíduo alcoolizado fosse atendido de imediato.
O período para pagamento da última prestação do IMI superior a 100 euros decorre até terça-feira, por ser o primeiro dia útil após o final do prazo oficial de 30 de novembro, informou hoje o Ministério das Finanças.
Assim, Porto, Braga e Viana do Castelo vão estar sob aviso amarelo, entre as 18h00 e as 21h00 de hoje devido à previsão de precipitação, por vezes forte, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Seis pessoas morreram no despiste de um veículo ligeiro, na madrugada deste domingo, na Avenida das Forças Armadas, em Lisboa, que se incendiou após o embate. As vítimas serão jovens com idades entre os 18 e os 20 anos, avança a RTP.
Um pequeno incêndio deflagrou, na manhã de sábado, na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, obrigando à transferência de dois doentes para outras unidades de saúde.
Os proprietários de imóveis com um IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) superior a 100 euros têm até hoje para pagar a última prestação deste imposto.
O preço da farinha e do açúcar tem vindo a baixar desde o início do ano, mas o valor dos ovos deverá encarecer os doces de Natal, ao registar, desde o início do ano, um aumento de quase 32%.
Cerca de 20% das 2.331 vagas abertas para os novos médicos escolherem a especialidade ficaram por preencher, anunciou hoje a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), alertando para a incapacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em fixar esses profissionais.