Retalho de produtos para animais em expansão no mercado nacional

O negócio do retalho para animais de estimação está em expansão em Portugal, com algumas das principais marcas a preverem um crescimento anual entre 6% e 7% e um aumento da procura por produtos de mais qualidade, adiantaram à Lusa.

© D.R.

Cristina Soares, diretora da cadeia Kiwoko Portugal, com origem em Espanha, disse que a marca tem vindo a reforçar presença no país, onde entrou em 2016, e que “o mercado português tem um enorme potencial de crescimento”, razão pela qual, a Kiwoko tem um ambicioso plano de expansão.

A Kiwoko comprou em 2022 da cadeia de lojas Ornimundo, que foi “uma referência no setor em Portugal” para “aumentar significativamente” o número de lojas da empresa.

Este ano, a Kiwoko continuou os seus planos de expansão, “abrindo novas lojas em Portugal” e avançando para a Madeira, que conta agora com três unidades. No total, tem atualmente 38 lojas, uma loja online, quatro clínicas Kivet e 22 salões de cabeleireiro Mundo Beleza em Portugal.

A multinacional Zooplus, sedeada na Alemanha, também reconhece o potencial do mercado nacional, onde entrou em 2014, apontando uma expansão nas compras online pelos consumidores nacionais.

A marca acredita num crescimento de mais de 7% este ano no mercado nacional através da sua plataforma comércio eletrónico.

“Estamos a observar um crescimento nos produtos de qualidade ‘premium’”, destacou fonte oficial, salientando que “tem havido uma mudança significativa no sentido de produtos de qualidade superior para animais de companhia, uma vez que os tutores os tratam cada vez mais como membros da família”.

Além disso, “há uma procura crescente por alimentos para animais de estimação com ingredientes naturais, alimentos húmidos e receitas sem cereais”, adiantou.

Quanto às fraquezas do mercado, a Zooplus aponta uma possível “diminuição da população de animais de companhia”, estimando ainda que a diferença entre o número de cães e gatos se reduza no futuro e apontando questões como o regresso ao trabalho presencial e a redução do poder de compra.

A portuguesa ZU, do grupo Sonae, tem crescido na última década, desde que começou a operar e irá terminar este ano “com um total de 60 lojas em todo o país, uma loja online e mais de 300 colaboradores”.

“Em Portugal, o mercado de produtos e serviços para animais de estimação sofreu uma grande evolução na última década”, disse Tobias Azevedo que lidera a marca (‘Area Leader’).

Segundo o responsável, este mercado “encontra-se em plena ascensão, por um lado, impulsionado pelo aumento do número de animais de companhia” e, por outro, “por uma maior humanização”, que faz com que sejam tratados “como um membro da família”.

“Tudo isto se reflete num consumidor mais informado, numa maior procura por alimentos de elevada qualidade nutricional e com recurso a ingredientes mais naturais, numa maior diversificação da gama de acessórios e na crescente procura por serviços de cuidados de saúde e bem-estar cada vez mais especializados e sofisticados”, referiu.

Para o responsável da ZU, “o crescente aumento da procura de produtos de maior qualidade e de valor acrescentado é um claro sinal de força e de oportunidade do mercado”, sendo a instabilidade de preços “um dos maiores desafios do mercado”. “Trata-se de um mercado para o qual se estima uma taxa de crescimento médio anual de 6% até 2029”, adiantou.

“No ano passado, a faturação da ZU registou uma subida de aproximadamente 20% face a 2022”, referiu, salientando que a ambição da marca é “que essa tendência de crescimento se mantenha no conjunto do ano de 2024”.

O grupo Sonae, aliás, investiu com força neste mercado, com a aquisição da nórdica Musti a ser um dos negócios do ano para a empresa da Maia.

Pedro Guerner, diretor de Estratégia Corporativa da Sonae, referiu que “o número de famílias na Europa com pelo menos um animal de estimação tem crescido de forma significativa, tendo aumentando de 26% em 2012 para 46% em 2022”, sendo ainda “um setor resiliente, mantendo desempenhos positivos em situações de crise económica”.

“A nossa ambição é de crescimento. Nos mercados em que já estamos presentes vamos apostar na expansão da rede de lojas físicas, no crescimento online e no aumento da oferta, nomeadamente serviços, bem como estudar oportunidades em segmentos adjacentes”, indicou, adiantando que estão “também atentos a movimentos de expansão em novas geografias, como é exemplo o recente investimento da Musti na aquisição da Pet City, um operador presente nos três países Bálticos: Estónia, Letónia e Lituânia”.

Últimas de Economia

O valor médio para arrendar um quarto em Lisboa ou no Porto ultrapassa metade do salário mínimo nacional. Perante a escalada dos preços e orçamentos familiares cada vez mais apertados, multiplicam-se as soluções alternativas de pousadas a conventos, para quem procura um teto a preços mais acessíveis.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que Portugal deve optar por reduzir as isenções fiscais e melhorar a eficiência da despesa pública para manter o equilíbrio orçamental em 2026, devido ao impacto das descidas do IRS e IRC.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai pedir um reforço em 250 milhões de euros da garantia pública a que pode aceder para crédito à habitação para jovens, disse hoje o presidente executivo em conferência de imprensa.
O índice de preços dos óleos vegetais da FAO foi o único a registar um aumento em outubro, contrariando a tendência de descida generalizada nos mercados internacionais de bens alimentares. O indicador subiu 0,9% face a setembro, atingindo o nível mais elevado desde julho de 2022, segundo o relatório mensal divulgado pela organização.
Apesar de o número total de empresas criadas em Portugal até setembro ter aumentado 3,7% face ao mesmo período de 2024, mais 1.636 novas constituições, atingindo o valor mais elevado dos últimos 20 anos, os dados do Barómetro da Informa D&B revelam sinais de desaceleração em vários setores e regiões do país.
Os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,8% em setembro, face ao mesmo mês de 2024, com a mão-de-obra a subir 8,8% e os materiais 1,4%, segundo dados do INE hoje divulgados.
A ministra do Trabalho afirmou hoje, no parlamento, que as pensões mais baixas deverão ter um aumento de 2,79% em 2026 e que a atribuição de um suplemento extraordinário dependerá da folga orçamental.
A EDP prevê investir cerca de 2,5 mil milhões de euros em Portugal no período 2026-2028, dos quais 1.700 milhões em redes de eletricidade, anunciou hoje o presidente executivo do grupo, Miguel Stilwell d’Andrade.
O Banco da Inglaterra decidiu hoje manter as taxas diretoras em 4%, o nível mais baixo em mais de dois anos, ao avaliar que as pressões inflacionistas persistem na economia britânica.
A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP) alertou hoje que a perceção de risco da República francesa pode vir a contagiar uma economia como a portuguesa, pelo que não se deve estar "relaxado" face à situação orçamental.