Segurança reforçada em Washington quatro anos após ataque ao Capitólio

A segurança em torno do Capitólio norte-americano está reforçada para a contagem e certificação das presidenciais de 2024, evidenciando as marcas deixadas pelo ataque à democracia perpetrado há quatro anos por apoiantes de Donald Trump.

© D.R.

Além do aumento do número de patrulhas, de agentes policiais no terreno e da coordenação entre agências de segurança, foi ainda montado um grande perímetro de segurança em torno da sede do Congresso dos Estados Unidos, com altas barreiras de metal erguidas ao longo de vários quilómetros.

Há quatro anos, o mesmo perímetro que agora está sob intensa proteção policial era palco da fúria de uma multidão violenta composta por apoiantes do ex e Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que tentava travar a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.

Agora, com a vitória de Trump garantida e com os democratas a assegurarem que não apresentarão objeções a esse triunfo, não são esperados protestos violentos. Contudo, as autoridades preferem “não correr riscos”.

“Os olhos do mundo estarão no Capitólio dos EUA em 06 de janeiro. Autoridades eleitas em todo o país enfrentaram um ambiente de ameaça elevada nos últimos anos. Então não podemos correr riscos quando se trata de proteger os membros do Congresso”, disse o chefe da Polícia do Capitólio, J. Thomas Manger, numa conferência de imprensa na sexta-feira.

“Durante os últimos quatro anos, os nossos homens e mulheres têm trabalhado dia e noite para construir um Departamento mais forte, contratando centenas de agentes adicionais e equipas de apoio, assim como melhorando o nosso planeamento operacional, inteligência, equipamento e treinamento”, acrescentou.

À Lusa, Daniel, um motorista de Uber residente na capital norte-americana, garantiu que os momentos de tensão e violência que Washington vivenciou há quatro anos ainda permanecem bem presentes.

“Muita gente saiu da cidade nos últimos dias, temendo uma repetição das cenas de 2021. Temos polícias por toda a parte, a segurança está apertada. Apesar de eu achar que não teremos protestos como os de há quatro anos, não nos esquecemos do que aconteceu”, disse.

Para reforçar a segurança na capital, as estradas ao redor do Capitólio estão fechadas desde sexta-feira.

Pela primeira vez, o Departamento de Segurança Interna norte-americano designou a certificação dos votos do Colégio Eleitoral como um “Evento Nacional de Segurança Especial” — um estatuto que obriga a medidas de segurança ao nível de eventos como a final do campeonato de futebol americano – o Super Bowl – ou o Estado da União.

Nesse sentido, a segurança na capital norte-americana estará reforçada até ao dia da tomada de posse do novo Presidente, em 20 de janeiro.

Durante a tomada de posse, milhares de polícias de todo o país deslocar-se-ão a Washington para auxiliar os agentes locais, com as autoridades a prepararem-se para eventuais “multidões históricas”.

O aniversário de quatro anos do ataque ao Capitólio faz também ecoar a promessa de campanha de Trump de conceder clemência aos seus apoiantes acusados no envolvimento nos tumultos: mais de 1.500 pessoas, das quais cerca de mil já foram condenadas – 650 delas a pena de prisão.

Últimas do Mundo

O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro recebeu hoje alta hospitalar após passar a noite internado e regressou à sua residência, onde se encontra em prisão domiciliária por incumprimento de medidas cautelares.
O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro, condenado na semana passada a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, está com um problema renal e vai permanecer hospitalizado, anunciou hoje a unidade de saúde.
A polícia espanhola anunciou hoje a detenção de 19 pessoas suspeitas de homicídio e tortura a bordo de uma embarcação de migrantes do Senegal com destino às Canárias.
O tribunal de Estugarda, Alemanha, condenou hoje a prisão perpétua o autor dum ataque com faca na cidade de Mannheim, em 2024, que provocou a morte de um polícia durante uma manifestação anti-islâmica.
O novo sistema europeu de controlo de fronteiras externas para cidadãos extracomunitários vai entrar em funcionamento a partir de 12 de outubro em Portugal e restantes países do espaço Schengen, anunciaram hoje as autoridades.
Vestígios de ADN recolhidos em dois objetos encontrados perto do local do homicídio do ativista conservador Charlie Kirk correspondem ao do suspeito detido pelas autoridades, anunciou hoje o diretor do FBI, Kash Patel.
O alemão Christian Brückner, principal suspeito no caso do desaparecimento da criança ‘Maddie’ McCann, em 2007 numa estância balnear algarvia, recusou ser ouvido pela Polícia Metropolitana de Londres (‘Met’), informou hoje esta força policial.
Pelo menos 19 mulheres e crianças morreram após um autocarro ter caído a um rio em Zanfara, um estado no noroeste da Nigéria, avançou hoje a agência France-Presse (AFP).
André Ventura pediu a prisão de Pedro Sánchez, elogiou os confrontos em Múrcia e atacou a imigração em massa. Em Madrid, defendeu uma Europa “com menos imigrantes” e criticou ativistas pró-Gaza. Líder do CHEGA diz ter “orgulho tremendo” no que aconteceu em Espanha.
O funeral do ativista conservador norte-americano Charlie Kirk, assassinado na quarta-feira, vai realizar-se a 21 de setembro no estado do Arizona, anunciou hoje a organização Turning Point, da qual era fundador.