Câmara de Vila Real suspeita de deposição de resíduos “de forma ilegal”

O presidente da Câmara de Vila Real anunciou hoje uma queixa na GNR por suspeitas de deposição de resíduos "de forma ilegal" no aterro intermunicipal e que o município está contra o prolongamento da vida útil desta estrutura.

© cm-vilareal

“Da nossa análise, parece-nos que a Resinorte, sem qualquer licenciamento e sem qualquer autorização, já está a fazer depósitos que vão para além das quantidades licenciadas e, exatamente por isso, vamos fazer uma queixa às entidades competentes, à GNR, mas também, provavelmente, ao Ministério Público”, afirmou o socialista Rui Santos, que falava aos jornalistas em conferência de imprensa.

O autarca disse que se trata de uma suspeita, mas que, pelas contas feitas, parece “que é claro”.

“Vamos tomar posição firme e vamos denunciar aquilo que nos parece já uma realidade que é terem ultrapassado e estarem a fazer deposições de forma ilegal”, sublinhou.

O executivo municipal decidiu também hoje, em reunião de câmara, não dar parecer favorável “a qualquer solução que implique o aumento das quantidades depositadas nesse aterro”.

O pedido de parecer tem em vista “um possível novo licenciamento para o acolhimento de maiores quantidades de resíduos urbanos”, designadamente cerca de 167 mil toneladas de resíduos, o que prolongará a vida útil deste aterro.

“Manifestamos deste já a nossa total oposição a esse possível licenciamento”, afirmou Rui Santos, que quer impedir a “deposição no aterro de qualquer quilograma a mais para além daqueles que estão legalmente licenciados”.

A Resinorte informou, em 2021, a câmara e juntas da zona evolvente ao aterro de que entre 2023 e 2024 procederia ao término da exploração do aterro sanitário, que em 2024/2025 realizaria a selagem definitiva da célula um e que a célula dois seria encerrada quatro a sete anos após o encerramento da exploração.

Rui Santos disse que “um dos alvéolos já está selado e aguardava-se que, durante 2024, o aterro terminasse definitivamente a sua atividade”.

Contactada pela Lusa, a Resinorte não se quis pronunciar sobre a conferência de imprensa, salientando, no entanto, que o aterro sanitário está devidamente licenciado, cumprindo a empresa “as suas condições, nomeadamente, a capacidade máxima volumétrica”.

“A infraestrutura encontra-se em processo de encerramento faseado, tendo nesse sentido sido realizadas obras de selagem durante o ano 2024 em cerca de 50% dos taludes da infraestrutura”, realçou.

E acrescentou que a “fim de preparar as restantes superfícies para receber as camadas de impermeabilização previstas, e modular a infraestrutura com geometria adequada, foi submetida à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) para licenciamento, em 23 de outubro, a reengenharia e otimização da capacidade da infraestrutura, consistindo a mesma na intervenção em taludes não regularizados e na atualização à densidade real”.

A Resinorte realçou que “a reengenharia não contempla qualquer alteração substantiva, tal como o aumento de cota ou construção de novas células”.

Rui Santos disse que as queixas da população das freguesias de Andrães, Folhadela, União de Freguesias de Nogueira e Ermida e União de Freguesias de Constantim e Vale Nogueiras “são constantes”.

“Falo-vos de odores intensos, desagradáveis e nauseabundos ou da destruição das colheitas agrárias por aves de grande porte que, atraídas pela matéria orgânica presente no aterro, destroem as culturas dos territórios envolventes”, afirmou.

O autarca acrescentou ainda “os derrames de lixiviados nas linhas de água” ou da circulação de viaturas pesadas que deterioram a rede viária”.

Eurico Pinto, da Assembleia de Freguesia de Andrães, lembrou que, antes do aterro, existia naquela zona uma lixeira a céu aberto e que a população está “muito revoltada”, considerando que não podem continuar a ser o “depósito de lixo”.

Salientou ainda que, neste momento, a porta de entrada de quem chega a Vila Real pelo Douro ou Espanha “é o mau cheiro do aterro sanitário”.

Últimas do País

A endocrinologista detida na quarta-feira, no Porto, por alegado envolvimento num esquema fraudulento de prescrição de medicação para diabetes a utentes que queriam perder peso, tem de prestar uma caução de 500 mil euros, adiantou à Lusa fonte judicial.
Três sismos de magnitudes 1,9, 2,0 e 2,6 na escala de Richter foram sentidos esta quinta-feira, 20 de novembro, na ilha Terceira, nos Açores, revelou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).
O Tribunal Judicial de Elvas decretou hoje a prisão preventiva de um dos três detidos pela PSP, na segunda-feira, naquela cidade, suspeitos do crime de tráfico de droga, revelou fonte daquela força de segurança.
O Estado português está a gastar mais de 40 milhões de euros anuais só com reclusos estrangeiros, uma despesa que dispara num sistema prisional já sobrelotado e em tensão crescente. Os números oficiais mostram que Portugal paga cada vez mais, mas recupera cada vez menos.
A proporção de jovens internados em centros educativos abrangidos pelo Sistema de Promoção e Proteção atingiu em 2023 o valor mais alto de sempre, chegando aos 90%, contra 63% registados em 2016, foi hoje anunciado.
A Ordem dos Psicólogos Portugueses apelou hoje ao Governo mais investimento na promoção de competências parentais e prevenção de maus-tratos infantis nos primeiros 1.000 dias de vida, defendendo que seria gerador de um retorno positivo para a sociedade.
O Tribunal da Relação do Porto (TRP) condenou a cinco anos e 10 meses de prisão efetiva um homem que tinha sido absolvido de abusar sexualmente de uma filha com quatro anos, em Aveiro.
Quase metade da população portuguesa já foi vítima de algum tipo de violência ao longo da vida, com particular incidência nas mulheres, as principais vítimas de violência sexual, na intimidade ou de assédio, segundo uma análise divulgada esta quinta-feira.
Os trabalhadores da administração pública cumprem na sexta-feira uma greve contra o pacote laboral apresentado pelo Governo, sendo a educação e a saúde os setores que deverão ser mais afetados, disse fonte da Federação de sindicatos independentes.
Um homem de 48 anos foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de burla qualificada em negócios de imóveis no distrito de Setúbal, com lucro ilícito de mais de três milhões de euros, segundo comunicado oficial de hoje.