Entre 131 reclusos condenados pelo crime de violação, cerca de 27 são de nacionalidade estrangeira, contra 102 cidadãos portugueses, segundo os dados da Polícia Judiciária (PJ) relativos às condenações por violação em Portugal, no âmbito do Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres, em novembro do ano passado.
Contudo, dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que existe, atualmente, cerca de um milhão de cidadãos estrangeiros residentes em Portugal, face a 10 milhões de portugueses. Ou seja, se colocarmos de um lado da balança um milhão de cidadãos estrangeiros e do outro lado um milhão de cidadãos portugueses, o cenário é outro.
Feitas as contas, isto significa que, num universo de um milhão de cidadãos residentes em território português, os cidadãos imigrantes condenados por violação representam a maior fatia, correspondendo a 71% dos reclusos condenados por este crime, em termos homólogos, em detrimento dos 29% de portugueses condenados.
Note-se que o relatório divulgado pela PJ não apresenta as nacionalidades dos reclusos condenados por estes crimes.
De acordo com a OCDE, em 2023, viviam 10.639.726 pessoas em Portugal, sendo que destas cerca de 1.040.000 (por volta de 9,8%) eram imigrantes e 9.599.726 tinham nascido em Portugal.
Dados da OCDE mostram ainda que Portugal é o 10.º país em que o peso da imigração mais aumentou face ao valor de 2012. Se nessa altura, a OCDE dizia que 4,1% da população residente em Portugal era estrangeira, esse valor era, em 2022, de 6,8% (ou seja, uma variação de mais 2,7 pontos percentuais).