Portugal vive o rescaldo dos desacatos e da depredação de património público decorrentes dos acontecimentos que originaram um morto após confrontos com a Polícia no Bairro do Zambujal em Lisboa.
Ao momento a que escrevo esta reflexão, ainda não sabemos ao certo a cronologia dos acontecimentos que culminaram na morte de um afro-descendente. De acordo com as últimas informações, o individuo não terá parado numa Operação STOP levada a cabo pela Polícia portuguesa em Portugal. Sabe-se também que o indivíduo teria cadastro por assalto à mão armada e tráfico de droga. Seria, portanto, um indivíduo, de naturalidade cabo-verdiana, já com um passado de crimes vários.
A primeira pergunta que se coloca é se um indivíduo com este passado se poderia recuperar e levar uma vida honesta? Provavelmente sim e é isso que se espera que aconteça quando as pessoas têm percalços na vida, mas nunca teremos a certeza, até porque, por aquilo que hoje é conhecido, o individuo optou por fugir à Polícia em vez de respeitar as normas e as regras vigentes em Portugal, país onde o individuo residia.
Serve esta introdução para que se perceba o contexto que leva a esta reflexão. Após a notícia da morte do indivíduo, assistimos a uma onda de destruição nos Bairros do Zambujal e da Cova da Moura. Foram queimados autocarros e caixotes do lixo e no meio dos tumultos, um motorista da Carris de Lisboa acaba entre a vida e a morte por ter sido atingido por um cocktail Molotov.
No entanto, quer os habitantes dos Bairros quer a Comunicação Social quer os comentadores televisivos apenas se preocuparam com a morte do cidadão cabo-verdiano e a actuação da Polícia, acção que apelidaram de “excesso de violência policial. Note-se que esta expressão, por si só, é um absurdo linguístico.
Com tanta propaganda na Comunicação Social e com tantas horas de transmissão em directo nas televisões, os perpetradores sentiram-se apoiados e em nome do falecido, continuam com os distúrbios uma série de noites seguidas sendo que o dispositivo policial se tornava cada vez mais visível numa tentativa clara de impedir a escalada de violência a outras zonas de Lisboa e até do país e de, ao menos tempo, repor a ordem e a segurança pois esses Bairros também têm muita gente trabalhadora e que em nada se identifica com estes comportamentos criminosos.
Assistiu-se a uma clara divisão entre os que condenavam e os que defendiam a Polícia e a sua actuação querendo ainda dotá-la de mais meios para que a sua acção seja mais eficaz e eles se sintam mais protegidos no desempenho da sua missão.
Após as manifestações que decorreram, havia algo que era visível, uma manifestação patrocinada por toda a Esquerda e Centro-Esquerda onde os negros eram a maioria, onde se agitavam Bandeiras de vários países africanos e a outra, levada a cabo pela Direita que era composta por brancos, que cantou o Hino e que a cada passo mostrava respeito e consideração pela nossa Polícia e pelas forças de segurança portuguesas.
Algo que todos puderam ver na manifestação levada a cabo pela Esquerda e pelo Centro-Esquerda, foi a presença massiva de emigrantes na sua maioria brasileiros e africanos que exigiam um Portugal diferente, um Portugal à sua medida e das suas expectativas sejam elas condizentes com as dos portugueses ou não.
Entretanto, chegam-nos notícias que o actual Governo de Coligação em funções do PSD e do CDS, quer aprovar o regime de quotas para entrada nas Forças de Segurança portuguesas. Este regime abriria vagas, discriminatórias para pessoas com distúrbio de identidade, negros e ciganos, ou seja, as pessoas não ingressariam na carreira por mérito, mas porque pertencem a minorias e no limite, pensará o Estado português que estas pessoas merecem ser mal pagas e ter más condições de trabalho visto que está relutante em melhorar a vida dos polícias portugueses? Em que resultaria este sistema? Que mensagem passaria quer a quem tem que se esforçar para cumprir os critérios de exigência de entrada nas Forças de Segurança, quer para a sociedade em geral? Será que a mensagem que passaria seria que não vale a pena uma pessoa esforçar-se pois os lugares são atribuídos à minoria que está na moda no momento?
Na mesma altura, o LIVRE apresenta uma proposta para que seja atribuída a nacionalidade portuguesa a apátridas porque, na sua óptica, são pessoas fragilizadas. Atrevo-me a lembrar que para que haja perda de nacionalidade isso acontece por uma de duas razões: ou a própria pessoa opta por abdicar da sua nacionalidade, por norma em prol de outra, ou se esta lhe é retirada, a pessoa terá cometido algum crime de Lesa Pátria ou terá tido um comportamento limite que levou o seu Estado de origem a tomar uma decisão tão drástica. Assola-me a pergunta: que sociedade quer o LIVRE criar em Portugal desrespeitando a nacionalidade portuguesa desta maneira?
Não será esta a verdadeira discriminação? Não bastarão já os erros cometidos desde a década de 70 do século passado com a guetização, primeiro em bairros de lata e posteriormente em bairros sociais, dos antepassados destas famílias? Os primeiros que cá chegaram vindos das ex-Colónias conseguiram adaptar-se e alguns até sair dessa realidade em que o poder político os colocou. Outros não tiveram essa sorte, mas nem por isso viveram à margem da sociedade portuguesa. O mesmo já não se pode dizer das segundas e terceiras gerações que não só destilam ódio contra Portugal e os portugueses, como estão completamente desenraizados das suas culturas de origem e, portanto, nunca se integraram de facto na sociedade e na cultura portuguesas.
Helena Roseta, a conhecida arquitecta e ex-Vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, gabou-se de, quando em funções, ter levado a cabo projectos de integração nesses Bairros, segundo ela com elevado grau de sucesso, no valor de 10 milhões de euros. Ora se os projectos foram tão bem-sucedidos, como é que ainda há estes focos de crime violento nestes Bairros?
Se estas intervenções, uma maior presença do Estado ao nível local, mais diálogo com estas pessoas e eventuais acções de integração são bem-vindas e necessárias, penso que disso ninguém tem dúvidas, mas dizer que há um sucesso claro quando os carros dos próprios moradores, e as habitações, são queimadas nesta senda de vingança, será verdadeiro? Penso que não.
E eu pergunto: Estarão a Esquerda e o Centro-Esquerda portugueses a tentar recriar o fenómeno norte-americano e a tentar arranjar um “George Floyd” em Portugal?
A este propósito e de forma correlacionada, há outra questão que me assola, que tem a ver com o que se passa actualmente em Moçambique e de que não se fala com a profundidade necessária.
Moçambique foi a eleições recentemente e quem venceu as eleições Presidenciais foi Venâncio Mondlane do Podemos, mas quem foi declarado vencedor, apesar de o Presidente da CNE moçambicana ter afirmado falta de transparência na contagem dos votos, foi o candidato da FRELIMO.
O Povo moçambicano não aceitou estes resultados, foi decretada uma greve geral e as pessoas saíram à rua para se manifestarem contra esta situação. A resposta da Polícia e das milícias locais foi a de disparar balas reais, e aí sim, de forma propositada, usar o excesso de força deixando um rasto de cadáveres por onde passam.
E agora a pergunta que se impõe. Sendo Moçambique um membro de pleno direito dos PALOP e da CPLP, sendo considerado um país irmão e tendo estado nas ruas de Lisboa tantas Bandeiras de Moçambique, porque não lutaram por estas pobres pessoas que, essas sim, padecem às mãos do Estado moçambicano? Não traziam eles cartazes a dizer “Black Lives Matter”? Não fazem os moçambicanos parte deste grupo?
Porque é que o Centro-Esquerda e Esquerda portuguesa se preocupam tanto em limpar a imagem de um cabo-verdiano residente em Portugal que desobedeceu à Polícia e que com isso perdeu a vida, mas nada dizem sobre os inocentes moçambicanos que lutam por Justiça e por Liberdade?
É esta visão turva do Centro-Esquerda e da Esquerda portuguesa que a torna não só redundante como perigosa. O facto de tentar moldar as narrativas e de criar vítimas onde a isso não há lugar, faz com que seja cada vez mais evidente que têm que ser reduzidos à sua ínfima potência pois cada passo que dão, cada escolha que fazem demonstra o mal que estão dispostos a fazer a Portugal e aos portugueses.
Uma coisa é Portugal receber os imigrantes de que necessita para o seu tecido económico e social de acordo com regras claras e as necessidades de cada momento. Outra bem diferente é ser invadido por quem, ou quer beneficiar de subsídios, do SNS ou de regalias, ou mesmo da nacionalidade portuguesa e muitas vezes para sair de Portugal rumo a outros destinos, europeus ou não ou mesmo para voltar para os seus países de origem, mas tendo, muitas vezes, como objectivo destruir a matriz cultural e civilizacional portuguesa. Em suma, o que se pretende e aquilo por que se deve lutar é a reposição das regras que estiveram em vigor até 2015 no que ao recebimento de imigrantes e à atribuição da nacionalidade portuguesa diz respeito.
Felizmente hoje há em Portugal um homem, André Ventura e um Partido, o CHEGA, que não tem medo de enfrentar os extremismos e os radicalismos na rua e de mostrar que há um outro lado em todas as histórias e que quem é contra este país violento, dividido, sem Lei e sem Ordem também tem o direito de dizer bem alto que não se identifica e quer o seu país de volta.