Chega diz que processo de desagregação de freguesias “atropelou critério técnico”

O presidente do CHEGA saudou hoje a decisão do Presidente da República de vetar o decreto que desagrega 135 uniões de freguesias e disse que o processo legislativo "atropelou critério técnico" para beneficiar PS, PSD e PCP nas autárquicas.

© Folha Nacional

Esta posição foi assumida pelo presidente do CHEGA, André Ventura, em declarações aos jornalistas, no parlamento, sobre o veto político do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, ao decreto que ia avançar com a desagregação de 135 uniões de freguesias.

André Ventura lembrou que, apesar da abstenção do partido no parlamento, o CHEGA já tinha pedido ao Presidente da República que vetasse o diploma e saudou a decisão.

O deputado disse que o partido não confirmará o diploma e argumentou que o processo legislativo “tinha ultrapassado e atropelado, em grande medida, o próprio trabalho técnico que a Assembleia da República tinha feito”.

“Criaram-se, ou iriam criar-se, mais não sei quantos desnecessários cargos políticos e foi feito única e exclusivamente com o objetivo de, atropelando o critério técnico, favorecer PS, PSD e PCP nestas eleições autárquicas”, acrescentou.

Ventura ressalvou ainda que houve processos de desagregação que foram “tecnicamente bem feitos e bem acompanhados” e, por isso, “eram justas as reivindicações da população” e que o CHEGA só consideraria votar a favor de um diploma que contemple apenas as desagregações que estão “dentro dos critérios técnicos”.

O líder do CHEGA criticou ainda o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirmando que viu “com muita preocupação” e como demonstração de “desespero eleitoral” a intenção dos socialistas de confirmar o diploma como está.

A 17 de janeiro, no mesmo dia em que o parlamento aprovou, com abstenção do CHEGA, a desagregação de freguesias, Ventura pediu ao Presidente da República para vetar o diploma sobre a desagregação de freguesias, considerando que o documento aprovado no parlamento apresenta ilegalidades e falta de transparência.

De acordo com a Constituição da República, perante um veto, o parlamento pode confirmar o texto por maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções, 116 em 230, e nesse caso, o Presidente da República terá de promulgar o diploma no prazo de oito dias a contar da sua receção. PS, BE, PCP, Livre e PAN já disseram querer confirmar o diploma.

Na atual configuração parlamentar, apenas PS, PSD e CHEGA têm deputados suficientes para formar maiorias, tendo os socialistas já demonstrado intenção de confirmar o diploma e os sociais-democratas, pelo líder parlamentar Hugo Soares, afirmado que as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa “têm peso” e pedido tempo para o partido o avaliar antes de anunciar se pretende ou não confirmá-lo.

Últimas de Política Nacional

O Grupo Parlamentar do CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que prevê uma isenção alargada do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para habitação própria e permanente, introduzindo novas condições de acesso ao benefício fiscal
O CHEGA reiterou a sua oposição a qualquer aumento nos impostos sobre os combustíveis, defendendo que o Governo deve garantir que os preços não sobem e propondo a eliminação do adicional do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP).
André Ventura reuniu, em apenas cinco horas, as 7.500 assinaturas necessárias para formalizar a sua candidatura à Presidência da República.
O Tenente-Coronel Tinoco de Faria anunciou que decidiu retirar-se da corrida às eleições presidenciais, declarando o seu apoio a André Ventura, numa decisão que descreveu como tomada “em defesa dos valores da Nação”.
“Pode aparecer um maluco...”, foi o que um ativista cigano declarou em entrevista ao Diário de Notícias, referindo-se ao candidato presidencial André Ventura. A menos de três semanas das presidenciais, o caso agrava o clima de tensão em torno da candidatura do líder do CHEGA.
O deputado do CHEGA, Francisco Gomes, afirmou, em audição parlamentar no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2026, que “já existem três organizações terroristas a operar em Portugal”, exigindo explicações ao Governo sobre o alegado funcionamento dessas células no território nacional.
Candidato presidencial reage à abertura de um inquérito por causa dos cartazes da sua campanha. Ventura fala em ataque à liberdade de expressão e garante que não vai retirar a mensagem: “Cumpro a lei, mas não abdico das minhas convicções.”
Decisão de Marco Almeida causa polémica logo na primeira reunião do novo executivo. Autarquia defende legalidade e fala em mérito profissional, mas a nomeação do companheiro de uma vereadora para liderar os SMAS de Sintra levanta críticas e acusações de favorecimento.
A Câmara da Nazaré confirmou a realização de buscas nesta autarquia, mas o antigo presidente, Walter Chicharro, esclareceu que se limitou ao licenciamento urbanístico das vivendas investigadas pela PJ que são propriedade do Estado.
O CHEGA considera que o aumento das pensões deve ser um "desígnio histórico" e propõe, no âmbito do Orçamento do Estado para o próximo ano, uma subida de 1,5%, além do que está previsto por lei.