Primeiro-ministro da Hungria afirma que “império de Bruxelas” abusa do seu poder

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, voltou hoje a criticar a União Europeia, afirmando que o "império de Bruxelas" abusa do seu poder, e defendeu que as forças ultraconservadoras são cada vez mais fortes no mundo.

©Facebook de Viktor Orbán

“O império de Bruxelas abusa do seu poder”, afirmou hoje o líder húngaro, acrescentando que não se deve virar costas à União Europeia, mas “ocupá-la e mudá-la”.

Orbán discursava para milhares de apoiantes que, em frente ao Museu Nacional, celebravam o feriado nacional da revolução húngara de 1848 contra o domínio dos Habsburgos.

“Chegará o tempo de reclamarmos os direitos que [Bruxelas] nos tirou”, afirmou o primeiro-ministro, que repetidamente acusa a União Europeia de limitar as competências nacionais.

Orbán, que é aliado do Presidente norte-americano e do Presidente russo, defendeu ainda que “os patriotas são o futuro”, uma vez que ganharam força e venceram as eleições nos Estados Unidos, Holanda e Áustria.

Numa referência à imigração, o líder húngaro afirmou que “o império quer substituir os nativos do continente por massas invasoras de civilizações estrangeiras”.

Simultaneamente, acusou Bruxelas de querer “ desviar os filhos e netos da ordem saudável da criação para um caos não natural” e de criar “um império global arco-íris”.

Esta semana, o partido de Orbán, o Fidesz, propôs alterações à Constituição húngara para permitir a suspensão da cidadania e deportação de cidadãos húngaros com dupla nacionalidade, caso se considere que são uma ameaça à soberania ou segurança nacional do país.

Outra alteração visa a comunidade LGBTQ+, tendo o partido de Orbán afirmado que o evento anual da Marcha do Orgulho, que se celebra em Budapeste desde os anos 1990, seria proibido a partir deste ano.

Em fevereiro, Orbán apelou a leis mais rigorosas para vetar os meios de comunicação e organizações não-governamentais que no passado beneficiaram de ajudas externas.

Hoje, avançou que nas próximas semanas a Hungria vai acabar com os meios de comunicação social e outras organizações que receberam financiamento do estrangeiro, comparando-os a insetos.

“Depois da reunião festiva de hoje, vem a limpeza da Páscoa. Os insetos já passaram o inverno. (…) Vamos desmantelar a máquina financeira que usou dólares corruptos para comprar políticos, juízes, jornalistas, pseudo-ONG e ativistas políticos. Vamos eliminar todo o exército sombra”, afirmou.

Já quanto à Ucrânia, o primeiro-ministro reiterou que não apoiará a integração do país vizinho na União Europeia e garantiu que, “sem a Hungria não haverá nenhuma decisão sobre a questão”, dando a entender que vetará qualquer decisão sobre o assunto.

Últimas de Política Internacional

O Presidente dos Estados Unidos está "muito descontente" com as compras de petróleo russo por parte de países da União Europeia (UE), disse hoje o líder da Ucrânia.
A reunião em Pequim dos dirigentes chinês, Xi Jinping, russo, Vladimir Putin, e norte-coreano, Kim Jong-un, é um "desafio direto" à ordem internacional, declarou, esta quarta-feira, a chefe da diplomacia da UE.
O ministro das Finanças alemão, Lars Klingbeil, afirmou que os preços mais baixos da energia contribuem para garantir empregos na Alemanha, o que constitui a "máxima prioridade".
Marine Le Pen, líder do partido Rassemblement National (RN), pediu hoje ao presidente Emmanuel Macron para convocar eleições ultra-rápidas depois da previsível queda do Governo do primeiro-ministro François Bayrou.
O Governo britânico começou a contactar diretamente os estudantes estrangeiros para os informar de que vão ser expulsos do Reino Unido caso os vistos ultrapassem o prazo de validade, noticiou hoje a BBC.
O deputado brasileiro Eduardo Bolsonaro avisou hoje que prevê que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, imponha novas sanções contra o Brasil, caso o seu pai, Jair Bolsonaro, seja condenado de tentativa de golpe de Estado.
No último fim de semana, a Austrália assistiu a uma das maiores mobilizações populares dos últimos anos em defesa de políticas migratórias mais rigorosas. A “Marcha pela Austrália” reuniu milhares de cidadãos em várias cidades, incluindo Sidney, Melbourne e Adelaide, numa demonstração clara da crescente preocupação da população com os efeitos da imigração massiva sobre o país.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, voltou hoje a defender "um pacto de Estado face à emergência climática" após os incêndios deste verão e revelou que vai propor um trabalho conjunto para esse objetivo a Portugal e França.
A Comissão Europeia vai apresentar na reunião informal do Conselho Europeu, em 01 de outubro, em Copenhaga, o plano para reforçar a defesa e segurança dos países da UE, anunciou hoje a presidente.
O Ministério das Finanças da África do Sul prepara-se para baixar o nível a partir do qual considera que um contribuinte é milionário, com o objetivo de aumentar a receita fiscal no país africano mais industrializado.